MOSTRA-ME O DINHEIRO! – BENFICA NÃO CAI NO CANTO DE SEREIA DE PEDRO PROENÇA
Sem garantias de receita, não há acordo para centralização dos direitos televisivos. Exclusivo Glorioso 1904
Redação Glorioso 1904
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2 de Dezembro 2022, 06:00
Sem garantias de receita, não há acordo para centralização dos direitos televisivos. Exclusivo Glorioso 1904

“Show me the money!”, “Louder!”, “Show me the money!”. Cuba Gooding Jr. fala, grita e dança. Do outro lado da linha está Tom Cruise, a fazer de agente desportivo, desesperado para manter a representação do seu último atleta.

Fomos ao filme e voltámos à Liga portuguesa. Pedro Proença pressiona, exaspera e também desespera com a centralização dos direitos televisivos, mas, segundo apurou o Glorioso 1904, o Benfica nem ata nem desata, enquanto não puder dar ponto com nó. A Direção encarnada quer que Proença se deixe de conversas e mostre o dinheiro, onde está o dinheiro, aquele aumento de receita mirífico que a centralização dá e que cabe na projeção do Excel da Liga, mas não se vê sinais dela para lá do quadriculado da folha de cálculo.

A questão que se coloca é: Como é que o bolo (que é de 180 milhões de euros, segundo relatório da EY para a época de 2021-2022) se for melhor dividido, garante que todos ‘comem’ ou mais ou pelo menos o mesmo (no caso dos três grandes)?

Matematicamente impossível. Exceto, se o tamanho do bolo aumentar, claro.

E como é que ele aumenta se os três grandes viram as suas receitas de direitos televisivos crescerem em mais de 100% nos seus últimos contratos? E, pelo que se sabe, as operadoras não querem voltar a investir nada próximo desses valores no futuro próximo. Para se ter uma ideia, para Benfica, Porto e Sporting ficarem parecidos com o que têm hoje, e usando a nova fórmula que está prevista para dividir o jackpot (50% de distribuição equitativa, 25% por performance e 25% pelo impacto social de cada clube), o valor do bolo teria de ser superior a 300 milhões de euros, a cada ano.

Como se passa de 180 milhões, já de si difíceis de segurar, para mais de 300 milhões? Pedro Proença explica.

Esta semana, depois do sucesso que foi o Thinking Football Summit, no Porto, o Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional respondeu assim à Eleven:

“A centralização dos direitos audiovisuais, que acontecerá daqui a um curto espaço de tempo, será um passo muitíssimo importante para cuidar daquilo que é o nosso produto. Muitas vezes fala-se na riqueza que se pode criar trabalhando de maneira centralizada, mas muito mais importante do que isso é a forma como cuidamos do nosso produto e patrocinamos os nossos verdadeiros valores. Os valores estão na qualidade do nosso talento. O jovem jogador português e no treinador que tem capacidade de fazer com tão pouco aquilo que nós fazemos”.

Esclarecidos?

Até hoje não é conhecido qualquer plano que sustente esta ideia vaga explanada nesta declaração. Daí que o Benfica aguarde e diga: “Mostra-me o dinheiro!”.

Saímos de Hollywood, mas Hollywood não sai de nós.

Fotografia de Liga Portuguesa de Futebol Profissional

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