Que futuro, Benfica?
E para onde vai? Tenho poucas duvidas que não será nos próximos quatro anos que vamos ver o Benfica a reverter este ciclo negativo.
30 Out 2025 | 00:13
Um Benfica que não soube corresponder ao favoritismo durante os primeiros 45 minutos, só ganhou vida depois das primeiras alterações efetuadas por José Mourinho
Jogo da Taça da Liga frente ao Tondela. Quem vencesse, seguia para a Final Four. Apesar de ser uma competição que sempre gerou alguma controvérsia, relativamente à sua utilidade e proveito competitivo, José Mourinho afirmou na antevisão que onde o Benfica está inserido, tem de jogar para vencer. Disse também que não iria facilitar no onze e, de facto, poucas foram as alterações: Samuel entrava na baliza, António Silva voltava a fazer dupla com o capitão Otamendi, mantendo Aursnes a defesa direito e Dahl na esquerda.
No meio campo, outra alteração, saindo Rios e entrando Barreiro a fazer dupla com Enzo. Sudakov tinha agora dois colegas a fazer companhia no setor mais avançado nas alas, mantendo-se Lukebakio, entrando Schjelderup e o jogador mais avançado era Ivanovic, rendendo Pavlidis.
Esperava-se um Benfica dominante e com jogadores a quererem justificar as apostas e, assim, dar boas dores de cabeça a Mourinho.
Primeiros 10 minutos e um Benfica muito displicente no passe, inclusive a permitir contra ataques algo perigosos e demasiado lento e previsível, a ser presa fácil para a teia defensiva do Tondela.
Ivanovic, jogador que explora bem a profundidade, estava a atuar como Pavlidis, muito recuado a vir tabelar com os colegas, o que podia ser explorado pelos extremos, mas apenas Lukebakio vinha aparecendo a espaços nesse tipo de lances.
18 minutos e finalmente alguma animação na área do Tondela, com Lukebakio em lance individual junto à linha de fundo, consegue se desenvencilhar do defesa e remata para defesa, para canto, do guardião do Tondela. O jogo lento, muito lento, pressão sem intensidade, meio campo sem capacidade de transporte de jogo.
29 minutos e a melhor oportunidade do jogo até ao momento, com Sudakov a servir em profundidade Ivanovic, onde o croata é forte, ligeiramente descaído para a direita, remata rasteiro e cruzado, para uma excelente intervenção do guarda redes contrário. Era a melhor fase dos encarnados, com bons lances a sucederem-se, primeiro com Aursnes serviço em profundidade, tenta a assistência para Ivanovic à boca da baliza, mas mais uma bela defesa do guardião tondelense. Na sequência do canto, Otamendi não consegue rematar bem e a bola sai por cima da baliza dos visitantes.
Aursnes subia mais no terreno, percebendo que o Tondela estava a baixar mais o bloco e tinha de auxiliar Lukebakio.
Aos 38 minutos, grande penalidade a assinalar mão dentro da grande área. Pouco usual, Otamendi assume a marcação da grande penalidade, marcado de forma exímia, guarda redes para um lado e esférico para o outro. Golo premiava a melhor fase dos encarnados, mas demoraram quase 30 minutos para entrarem na partida.
Mas o Benfica baixou o ritmo novamente e nada relevante até à ida para o intervalo.
Parece exatamente o contrário do que havia afirmado na antevisão: os jogadores chamados à titularidade, pouco estavam a entregar de adicional ao jogo, quiçá a exceção a ser Barreiro, mas na hora do passe, falhava redondamente e isso afetava a eficácia ofensiva das águias. Ivanovic ia surgindo a espaços e Schjelderup uma autêntica sombra, a passar ao lado do jogo. Talvez Mourinho pudesse alterar algo já no intervalo, mas tal não se confirmou, apenas o Tondela aproveitou para mexer. Era necessário um Benfica diferente, que mostrasse que consegue criar bons lances e concretizar em lance corrido. Passados 2 minutos, disseram que sim, mas o alarme belga estava em posição de fora de jogo. Este lance era a demonstração que, jogando com intensidade alta, a equipa consegue chegar à área adversária e até com relativa facilidade.
60 minutos e continuava a ser um Benfica incipiente, a falhar na transição e o Tondela até concedia espaços, mas a decisão, em regra, era errada e muito pelo lado do ala norueguês das águias, demasiado previsível e sem imaginação que desse brilhantismo ao jogo.
Mourinho mexia então na equipa. Retirava o apagadíssimo Schjelderup, assim como Ivanovic, entrando Prestianni e Pavlidis. Entrava então o pequeno argentino, que está a mostrar serviço e o bombardeiro grego. Mexia ainda cedo Mourinho, não satisfeito com o andar da exibição encarnada, assim como a magra vantagem.
Jogo não mudava de feição e agora era o Tondela que se começava a aproximar da baliza de Samuel aos 74 minutos, com um remate cruzado a sair ao lado, já dentro da área encarnada.
Isto aumentava o nervosismo dos comandados de Mourinho, porque estava longe de estar resolvido o jogo e muito por culpa da falta capacidade técnica e coletiva de conseguir criar lances relevantes.
77 minutos e entrava Rios para o lugar de outro jogador que passou ao lado da partida, Sudakov. Mourinho queria dar músculo ao jogo e tentar dar estabilidade e robustez ao meio campo, tentando bloquear as transições do Tondela.
Aos 83, finalmente, uma transição bem feita, com recuperação no meio campo defensivo, Rios dá para Pavlidis, que tabela com Barreiro que lança o colombiano em profundidade e depois, com toda a categoria, senta o defesa e serve Lukebakio que só teve de encostar para a baliza escancarada. Talvez possa ser a redenção de Rios, o ponto que marque o momento em que o colombiano demonstre os atributos e argumentos da sua contratação. Deixo uma opinião no ar: Rios demonstrou mais em 15, minutos a jogar mais como 8, do que como 6 e, aliás, no Palmeiras era onde mais surgia, tinha mais liberdade para chegar à frente e transportar a bola. Concordo que coincide com uma fase do jogo, em que o Tondela se projetava mais na frente e abria espaços na retaguarda, mas ainda assim, percebe-se a velocidade que o médio imprime em chegar à área contrária.
Tondela sem nada a perder, colocava mais homens na frente, procurando chegar ao golo que os colocasse novamente na disputa da partida. Rios voltava a aparecer e, como já apregoado, em zonas bem altas, consegue soltar-se de marcação, entra na área pelo lado direito, rematando rasteiro, para uma boa defesa de Canizares.
Aos 95, tempo ainda de ampliar a vantagem para 3 golos e, claro, tinha de ser de Pavlidis e que golo, mesmo à ponta de lança. Rego recupera junto à linha a bola, Barreiro leva próximo da linha de fundo e cruza rasteiro para o grego que, com um toque subtil, desvia a bola para a baliza do Tondela, sem chances para o guardião.
Pouco tempo depois, o apito final e segue-se o Braga na final Four da Taça da liga.
Benfica muito refém de quem consegue emprestar magia e criatividade na frente e da capacidade de combinar e em abrir espaços de Pavlidis. Prestianni deu logo outro ânimo, outra alegria e é um jogador que só sabe jogar para a frente.
Melhor em campo terá sido Lukebakio, mas os entrados Pavlidis, Rios e Prestianni, deram outra alma aos encarnados.
Importante vencer, mas também começar a convencer e o coletivo tem de crescer.
Contudo um alerta importante: quarta feira o Benfica tem de vencer contra o Leverkusen na Champions, sob pena de marcar já o afastamento da Liga milionária. Será o jogo mais importante até ao momento, na minha opinião, pois pode e deverá marcar uma fase de excelente potencial.
Carrega!!
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