

Não, não acho que o futebol do Benfica esteja sem Farol. Roger Schmidt respondeu em parte à minha pergunta da semana passada (Ler AQUI) e, depois do vendaval de Braga, deu uma aula de comunicação seguida de uma aula tática, a que só faltaram mais 3 ou 4 golos para voltar a aquecer os ânimos frios e inquietos que se sentiram nas bancadas.
Também não vos vou falar da luz que espero que nos ilumine no final da semana que agora começa. Joga-se mais uma importante eliminatória da Taça que nos últimos 25 anos ganhámos três e no domingo o derby que vale sempre mais do que três pontos. Disso, outros falarão melhor que eu nos próximos dias.
Vou antes falar-vos de um assunto que me é caro: a animação de jogo no Estádio da Luz.
Há 20 anos trabalhei no Marítimo (juro que a referência é casual) com o João Canada e o Sérgio Nóbrega na animação dos jogos. Não tendo o Marítimo os meios que o Benfica tem, o João oferecia o seu tempo e paixão pelo clube e, com equipamentos emprestados por um parceiro, seguia (quase) na perfeição o guião que o Sérgio e eu lhe passávamos antes dos jogos. Compensávamos a falta de meios e condições do estádio com muita criatividade, pesquisa continua do que de melhor se fazia lá fora e a generosidade e profissionalismo do João, uma das melhores pessoas com quem tive oportunidade de trabalhar.
Lembrei-me destes tempos quando entrei na Luz na passada sexta-feira. A esperada e muito necessária renovação dos ecrãs e sistema de som veio com um fantástico upgrade: os leds à volta do estádio. Sexta e Sábado era um dos principais temas de conversa dos benfiquistas e percebe-se bem porquê. A Luz ficou ainda mais bonita e sobretudo o Benfica equipou-se com mais uma excelente ferramenta de comunicação que pode ajudar a melhorar muito a experiência de quem se desloca ao estádio. Acredito que o que vimos neste jogo tenha sido apenas uma amostra já que estes permitem ao Benfica explorar uma infinidade de momentos de comunicação, interação e envolvimento com os adeptos, dentro e fora do estádio.
Mas que isto aconteça há uma peça do puzzle que não encaixa no resto: o speaker. Não sei se ele é ou não sportinguista, como alguns afirmam, não vou discutir as escolhas musicais (aí nunca se pode agradar a todos). O que sei é que não é competente e não é de hoje. Aponto três razões para sustentar a minha opinião:
- Não tem noção nenhuma de como aproveitar o ambiente que se vive no estádio ou em celebrações de adeptos. Tem a incompreensível capacidade de interromper os cânticos que se ouvem espontaneamente, seja no estádio, com músicas aos berros que cortam o ambiente, ou nas celebrações no Marquês, conseguindo transformar uma festa de adeptos numa discoteca, mostrando uma total falta de sintonia com os adeptos e prejudicando o ambiente que a paixão pelo Benfica gera por si só, sem necessidade de muletas;
- Está há quase 18 anos no cargo e esta função evoluiu pouco mais que zero. Já andavam os estádios da Alemanha a celebrar o marcador de cada golo há vários anos e só quando os nossos principais adversários o começaram a fazer é que nós também o fizemos. Calculo que já tenha andado por muito mais estádios que eu, em Portugal e no estrangeiro, mas falta-lhe algo essencial na profissão: observar e integrar novas tendências que podem vir do futebol, da NBA ou de qualquer outra fonte, haja para isso curiosidade e vontade de evoluir;
- Na passada sexta-feira teve a oportunidade de se estrear em direto nos novos ecrãs. Fazer um direto a um adepto tem algum risco, entendo. O que não entendo é que a conversa tenha resvalado para comentários sexistas por sua iniciativa, revelando uma enorme falta de bom senso, educação e até de perceção do mundo em que vivemos.
O Paulo é a antítese do João e não merece a honra (nem o salário) da função que tem. A mudança é urgente e já vai tarde.














jorge batista
Completamente de acordo. Junto desse também devia ir o Conduto. Se um cria mau ambiente no estádio, outro não deixa sequer que se aprecie o ambiente do estádio na tv. Para mim que tenho de ter o volume no mínimo porque a verborreia constante desse funcionário a isso obriga. E já que estamos a falar de prefências clubísticas, também tenho dúvidas acerca das do Conduto.

jorge batista
Completamente de acordo. E há outro que também estraga completamente o ambiente. Em casa mas também é ambiente. O Conduto. Esse fulano obriga-me a não ouvir o ambiente do estádio, porque ninguém consegue suportar a verborreia continua desse funcionário.
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