Jogo de Trubin diminuído por nome forte do Benfica: "Nada de especial"

O Benfica venceu o Gil Vicente, por 2-1, com bastantes dificuldades. Questionado sobre se a equipa foi dependente de Dodi Lukebakio, José Mourinho garantiu ter um plantel extremamente jovem e revelou "um fraquinho" por Gonçalo Moreira.

"As pré-épocas são feitas para dar uma base de sustentação. Não fiz. Nem o Bruno Lage fez. Há muita gente nova, de chegarem agora ao clube, nova de idade, e o avozinho do banco era o Barreiro e depois miúdos de 20 e 21 anos", começou por dizer.

"Queres meter gente com experiência e depois entra o Rego que não sei quantos minutos tem. E não entrou o [Gonçalo] Moreira, pelo qual do pouco que vi esta semana tenho um fraquinho, mas o jogo não estava para ele. Não estava dramático nem fantástico, não foi a hora dele, amanhã vai jogar contra o Torreense", admitiu José Mourinho, elogiando o avançado.

Nesta temporada desportiva 25/26, Gonçalo Moreira já leva seis jogos oficiais de águia ao peito: cinco na equipa B e um nos sub-19. No total, o extremo apontou quatro golos, todos ao serviço dos juniores, diante do Qarabag, na UEFA Youth League.

O Benfica volta a entrar em campo na próxima terça-feira, dia 30 de setembro, às 20h00, em Stamford Bridge, diante do Chelsea. O jogo diz respeito à segunda jornada da Liga dos Campeões e será disputado frente à formação liderada por Enzo Maresca.

Após mais uma exibição pouco convincente frente ao Gil Vicente, o Benfica passa por um momento delicado na época. Neste Exclusivo Glorioso 1904, o Diretor do Jornal, Bernardo Alegra, relacionou a má fase dos encarnados com falta de confiança, sem esquecer o mercado das águias e os reforços contratados por Rui Costa no verão.  

Bernardo Alegra: "Parece-me que o principal problema da equipa, ao dia de hoje, é mental"

"Parece-me que o principal problema da equipa, ao dia de hoje, é mental. Os jogadores estão sem confiança, intranquilos, com muita dificuldade em lidar com a enorme pressão a que estão sujeitos numa fase tão precoce da época e com um conjunto de jogos à porta de um grau de dificuldade muito maior. Por um lado, se há alguém que consegue dar a volta à cabeça dos jogadores, esse alguém é Mourinho. Por outro, estamos numa fase de jogos de três em três dias em que o treinador terá muito pouco tempo para trabalhar a equipa com o seu cunho. Nesta fase o essencial é começar a ganhar jogos, nem que seja por meio a zero. Com confiança e tempo virão melhores exibições", começa por dizer.

De seguida, Bernardo Alegra mostra cautela em relação ao investimento realizado durante o último mercado de transferências: "O Benfica fez de facto um investimento muito forte no mercado. Parece-me ainda muito cedo para avaliar se o investimento terá retorno desportivo (o único que interessa aos benfiquistas) até pelo que o atual contexto não favorece a necessária adaptação e uma nova e exigente realidade".

Bernardo Alegra: "Dedic e Lukebakio parecem ser os que mais facilmente vão justificar a aposta"

No que toca aos novos reforços, o Diretor do Glorioso 1904 elogiou dois jogadores em específico, apontando ainda para uma outra contratação cujo rendimento tem sido mais baixo: "Do que vimos até agora, Dedic e Lukebakio parecem ser os que mais facilmente vão justificar a aposta. No extremo oposto temos Ríos que, apesar da vantagem de não estar em início de época, parece já ter perdido as boas graças dos adeptos. Os próximos meses vão nos dizer com maior precisão se são ou não reforços".

Por fim, Bernardo Alegra depositou a sua esperança em Sudakov e Lukebakio no que toca às opções criativas no plantel de José Mourinho: "Sudakov e Lukebakio são dois artistas numa equipa de contabilistas. Lage e a direção do Benfica optaram por deixar sair o eixo criativo das últimas duas épocas (Di Maria, Kokçu, Carreras) substituindo-os por jogadores mais físicos e de combate. Para o fim ficaram a aposta nestes dois jogadores que ainda pouco conseguiram mostrar mas, do pouco que se viu, são um autêntico Oásis num deserto de criatividade que é o onze do Benfica. Temo que a equipa acabe por depender demasiado destes o que facilitará a vida aos nossos adversários, sobretudo os que já nos provocaram maior desconforto com blocos muito baixos", termina.

José Mourinho fez a análise do Benfica - Gil Vicente (2-1), encontro da sétima jornada da Liga Betclic, que decorreu no Estádio da Luz, nesta sexta-feira, 26 de setembro. Entre vários temas foi questionado sobre a inclusão de Dodi Lukebakio no onze inicial, uma vez que o jogador não estava a 100%. O técnico referiu que queria 'arrumar' com o jogo desde cedo.

J. Mourinho: "Você vai-se rir, mas o objetivo era começar bem"

"Você vai-se rir, mas o objetivo era começar bem. E quem começou bem foi o Gil. Queríamos começar forte, mas não começámos. Mas tivemos gente em campo para dar boa resposta. O movimento que faz no penálti só ele nesta equipa consegue, movimento profundo, controlo é ótimo", disse na conferência de imprensa.

O extremo belga foi titular pela primeira vez: "Quis jogar com ele de início para começar bem, não temos alas puros em abundância. Quis dar largura. O Gil Vicente defende com quatro e quando sai deixa a equipa não muito bem preparada para a transição. Pensei que podia fazer mais golos", explicou o timoneiro do Benfica.

J. Mourinho:  "O Ivanovic na direita não consegue, perde muito a bola"

José Mourinho justificou a não aposta de Franjo Ivanovic no corredor direito:  "O Ivanovic na direita não consegue, perde muito a bola. Fui com o Lukebakio, pensei mais na primeira parte. Queres segurar, mas, ao mesmo tempo, ter alguém que possa atacar e ser perigoso, por isso deixei-o um bocadinho mais".

Relativamente ao encontro, o treinador reconhece que os jogadores estão muito cansados: "Para morder muito precisas de boa condição física e frescura que nós não temos. A equipa está cansada, à segunda já começa a ser difícil e à terceira já é quase impossível. Tive essa experiência no Leiria, quando há qualidade que é o caso do Gil, do treinador, podem jogar olhos nos olhos com os grandes quando estão em dificuldade, e nós estamos em dificuldades. Agora com três dias já podemos limpar um bocadinho a fadiga. Sem morder muito, foram resilientes. À Benfica o espírito, a resiliência, o lutar pelo Benfica. Depois não se jogou à Benfica, não se pensou à Benfica, faltou qualidade individual e coletiva. Mas o importante eram os três pontos e conseguimos, contra equipa muito boa", concluiu.