Nuno Campilho
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05 Fev 2025 | 06:00

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Nuno Campilho

Nada de passos em frente, antes uma marcha-atrás para ganhar balanço num salto de fé para aquilo que ainda nos espera (e que seja bom) até ao final da época


“Não há jogos fáceis, o que há, são jogos que se tornam fáceis”


Estarão a perguntar-se o que é que está aquele 2 a fazer em frente ao título e eu respondo-vos dizendo que, após mais uma semana alucinante de jogos, é o que me ocorre dizer… pela segunda vez. Sim, já havia dado o mesmo título a um artigo que escrevi no início de março de 2024, portanto, há sensivelmente um ano, em linha com o nível de irritação que me estava a provocar o Roger Schmidt, quem diria.


Não quero com isto dizer que o Bruno Lage está a seguir o mesmo caminho, como quem dá um passo em frente à beira de um precipício, no entanto, depois do inenarrável jogo frente ao Casa Pia e depois da brilhante vitória em Turim, não era suposto comermos outra vez arroz na Amadora. Mas quase, pelo que até podemos assumir que era doce. E como o que é doce nunca amargou…

Bem, adiante com as analogias meio “parvas”, deixem-me centrar na citação que dá início a este artigo e que foi atribuída a um grande senhor que treinou o Benfica, e que sabia do que falava, de seu nome, Sven-Göran Eriksson (e tantos outros, “menores”, já a repetiram).

O nosso campeonato não é por aí de muito competitivo, como todos estamos bem cientes, todavia, também estamos alertados para um certo agigantamento que as designadas equipas mais “pequenas” apresentam quando enfrentam os chamados “grandes”. E não é preciso recuar muito, basta observar o jogo com o Casa Pia que aqui já referi, e, ainda mais recentemente, o paupérrimo jogo que o FC Porto fez em Vila do Conde.

Sem dúvida que há sempre mérito neste agigantamento, porque os jogadores não passam a ser foras-de-série só por estarem a defrontar o Benfica, o Porto ou o Sporting, o que significa que, bem e melhor trabalhados, até podem repetir essas performances em jogos do “seu” campeonato (os jogadores daqueles clubes é que, por vezes, parecem estar fora-do-sério). Eu atribuo o demérito aos “grandes”, não por aquilo que deixam jogar (é legítimo, até porque por alguma razão os jogadores estão a jogar em clubes da Primeira Liga), mas por aquilo que não jogam, se esquecem de jogar, ou deixam de jogar em certos momentos do jogo.

Na Amadora, os jogadores pensavam que meia-hora “à Benfica” era mais que suficiente, e até parecia ser (ao contrário do que aconteceu em Rio Maior), não fosse termos oferecido mais um golo ao adversário, para além do primeiro também já ter sido muito consentido por falta de cobertura do Aktürkoğlu, e lá tivemos de penar de forma sofrível até ao fim, com uma grande penalidade falhada pelo meio. Felizmente os jogadores do Estrela não tiverem pernas para mais, caso contrário…

E assim, andamos, nesta esquizofrenia exibicional que, para além de não nos valer de grande coisa para reduzir a distância pontual para o primeiro lugar, ainda obriga os jogadores a esforços redobrados e de última hora, por incapacidade de tornar um jogo fácil. Aliás, parecem ter a atração pelo abismo de tornar um jogo que tinha tudo para ser fácil, em difícil. Já estou como diz um colega comentador num programa que com ele partilho na BTV… devíamos ir jogar ao estrangeiro uma vez por semana!

E, assim, se chega ao final de um período alucinante, com 9 jogos no espaço de um mês, e uma semana inteira caída do céu para treinar (e fazer descanso… ativo), onde conto que se treine até à exaustão a saída de bola em transição ofensiva, pois, mais uma vez, a equipa que parecia amadora era o Benfica.

Chega, também, ao fim, o mercado de inverno, onde quero confiar que o Benfica, através do seu treinador e da sua direção, se empenhou em efetuar contratações identificadas como essenciais para enfrentar o que falta da época, realizar alguns ajustes no plantel, reequilibrá-lo e, acima de tudo, re(construir) uma equipa mais à imagem do atual treinador. Se correr mal (oxalá que não), pelo menos este argumento cai já por terra.

Concretamente e porque sou um “confiançudo”, desejo que o Belotti seja, assim, como que uma espécie de ´novo´ Jonas, que o Bruma seja o elo de ligação na transição ofensiva que deixámos de ter desde a saída do Rafa, e que o Dahl seja “jeitosinho” (já nem peço mais), porque, em relação ao Manu, estamos conversados… temos ali uma “jogadorzaço” para muitos, longos e magníficos anos. Na mouche!!

Sobre alguma verborreia (é bem verdade, rima com um sinónimo de desarranjo intestinal) a este propósito, esqueçam, para esquizofrenia, basta-me a exibicional.

Agora é esperar pelo Moreirense, na Luz, com tantos dias de intervalo que até parece que vem aí um bocejo. Nós podemos, eles é que não! Foco, concentração e baterias recarregadas, pois o ciclo não acabou, apenas teve uma pausa (felizmente, pois isso significa que continuamos envolvidos em todas as competições que ainda se encontram em disputa).

Portanto, nada de passos em frente, antes uma marcha-atrás para ganhar balanço num salto de fé para aquilo que ainda nos espera (e que seja bom) até ao final da época.

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

05 Fev 2025 | 06:00

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Atração pelo abismo (2)

Nada de passos em frente, antes uma marcha-atrás para ganhar balanço num salto de fé para aquilo que ainda nos espera (e que seja bom) até ao final da época

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Nuno Campilho
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Atração pelo abismo (2)

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05 Fev 2025 | 06:00

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