Nuno Campilho
Biografiado Autor

04 Set 2024 | 06:00

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Nuno Campilho

Uma palavra para Rui Costa… estou contigo, ainda vamos conquistar títulos esta época!


Bem sei que este título remete, imediatamente, para uma conhecida corretora de imóveis, mas, como escrevo onde escrevo, e sobre o que escrevo, obviamente que estou a falar da demissão de Roger Schmidt.


Não sou adepto de futurologia e rejeito entrar por esse caminho, mesmo quando me motivam para tal, mas não deixa de ser curioso que, uma meia-hora antes de a notícia ter sido tornada publica, eu ter respondido ao Glorioso 1904, quando questionado se o treinador tinha condições para continuar, com um taxativo não.


E, logo eu, que não sou nada apologista da demissão de treinadores com contrato e que só me insurgi ‘contra’ três treinadores do Benfica, até hoje, Pal Csernai, Fernando Santos e Jorge Jesus (aquando da segunda passagem). Nem do Artur Jorge disse mal, pois, mesmo tendo ‘desfeito’ uma equipa campeã, só após confirmarmos que correu mal (e correu), é que poderíamos tirar as nossas ilações. Mas como eu não sofro por antecipação, durante o processo fiquei caladinho (para além de que podem ter sido efeitos secundários da operação ao cérebro a que foi submetido por essa altura… paz à sua alma).

Voltando a Roger Schmidt, era mais que visto que não iria resultar e, creiam, ao contrário do que acontecerá para muitos, ele não vai entrar na minha coleção de indesejados. Não é um papalvo qualquer que lança para a ribalta António Silva e João Neves, contribui para a melhor época de sempre do João Mário, potencia jogadores como o Gonçalo Ramos (e, até, o Morato), recupera Florentino, tira o melhor do Rafa e contrata Enzo e Aursnes. Isto, já para não falar do destaque que se estava a dar, este ano, a Tomás Araújo, da importância de Tiago Gouveia e do surgimento – em grande – de Prestianni e Rolheiser.

Permitam-me esclarecer que o “era mais que visto que não iria resultar”, se reporta ao que poderia decorrer após o jogo em Moreira de Cónegos, pois, desde aquela debacle em Famalicão, a equipa até vinha em crescendo. Bem sei que pouco e devagarinho, mas estava a crescer.

Faltou-lhe, quiçá, alguma capacidade de ser mais flexível (a critica que eu mais vezes lhe lancei nos meus artigos pretéritos) e de perceber que o jogo da equipa se torna chato e inconsequente com dois médios siameses no centro do campo, e que a equipa melhor carburou sempre que essa dupla foi desfeita. Faltou-lhe, ainda, capacidade para adaptar os jogadores que, entretanto, foram contatadas, ao seu imutável modelo de jogo, em substituição daqueles que serviam na perfeição ao mesmo. Já que o senhor insistia em jogar sempre da mesma maneira, então que melhor tivesse adaptado esses jogadores e, embora eu não seja um feroz crítico dessa insistência, também lhe faltou alguma sagacidade para fazer pequenas variações, por exemplo, dando sequência ao que se viu na pré-época com bons resultados, através da utilização do Marcos Leonardo atrás do Pavlidis, podendo jogar ao seu lado se as circunstâncias do jogo assim o exigissem, ou da utilização de um médio na posição 8, como foi o caso do Rolheiser (este com a agravante de se ter lesionado antes do arranque oficial da época). Jogar com dois médios-alas interiores, poupem-me (e a ele, sobretudo) à crítica, pois foi assim que fomos campeões, com a prática de um futebol de alto nível. O problema, quanto a mim, foi a insistência em jogar com dois 6, ou com um 6 e um 6 e meio, seja lá o que isso for.

Nas circunstâncias atrás descritas a equipa teve enormes dificuldades em ultrapassar os blocos baixos dos adversários que enfrentou nestas primeiras quatro jornadas, com a agravante de, em Famalicão, deixarmos o adversário ter uma percentagem de posse de bola impensável.

Com tudo isto, não há roturas, não há fantasistas, nem há quem crie desequilíbrios e consiga servir em condições um bom avançado, o qual, nestes primeiros jogos, não tem passado de ser, apenas, um jogador esforçado.

Uma coisa é certa (e boa), julgo que as fragilidades estão identificadas e há intérpretes com qualidade mais que suficiente para alterar o estado da arte.

Assim se consiga encontrar um treinador capaz de extrair o melhor dos jogadores que terá ao seu dispor, pois soluções não lhe faltarão.

Gostava de ver alguém com um perfil impositivo, determinado e sagaz. Capaz de ‘ler’ os adversários e adaptar o estilo de jogo do Benfica em função disso e das circunstâncias de cada encontro. E digo, propositadamente, estilo e, não, modelo, pois sou coerente (como o Roger Schmidt, mas, significativamente, mais flexível) e admiro alguma estabilidade no modelo de jogo, que se predisponha a ser adaptável a estilos diferentes, em função daquilo que o jogo nos está a ‘dar’ no momento.

Isto só é difícil para mim, pois creio que as credenciais do treinador a contratar serão mais que suficientes para fazer isto e muto mais (mal seria se não fosse). E que esse “muito mais” possa ser, de entre outras coisas, a capacidade de (re)unir os adeptos e sócios do clube.

Não avanço com nenhum nome em particular, para não me apelidarem de utópico, mas preferia um estrangeiro, até porque o único português que me encheria as medidas, está empregado.

Quanto ao ex-treinador mais recente do FC Porto, felizmente que o meu pai (e o Eriksson) me fez apaixonar por um clube onde não vale tudo, existem princípios inalienáveis e uma cultura de Ser Benfiquista que é a antítese do que esse energúmeno representa.

Uma palavra para Rui Costa… estou contigo, ainda vamos conquistar títulos esta época!

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Nuno Campilho
Tiago Godinho

16 Set 2024 | 11:03

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13 de Setembro

É neste tempo que começamos a construir aquilo que pretendemos para o futuro de curto prazo: um clube que honre o seu passado e que reforce o Museu Cosme Damião

Nuno Campilho
Nuno Campilho

12 Set 2024 | 06:00

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Nova ERA Lage

Sábado é um dia de muitas decisões. Não de todas as decisões, porque a procissão ainda vai no adro,

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Tiago Godinho
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13 de Setembro

É neste tempo que começamos a construir aquilo que pretendemos para o futuro de curto prazo: um clube que honre o seu passado e que reforce o Museu Cosme Damião

16 Set 2024 | 11:03

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Tozé Santos e Sá
Tozé Santos e Sá

APONTAMENTO– Vermelho e branco: Boas férias Presidente, informo-o que no clube está tudo bem!

Caiu o mito do ser muito benfiquista! A não ser que gostar do Benfica seja abandona-lo para ir de férias quando a casa está a arder.

13 Set 2024 | 06:00

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

Nova ERA Lage

Sábado é um dia de muitas decisões. Não de todas as decisões, porque a procissão ainda vai no adro,

12 Set 2024 | 06:00

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