Vingámo-nos de Braga e do Sporting, aliviando o amargo das duas derrotas consecutivas

Começo este artigo, pelo fim do último, “a minha amargura é muita e, quiçá, complexa, mas o meu desejo é único e claro… vencer o Braga na meia-final da Final Four da Taça da Liga, ir à final, ganhar ao Sporting e conquistar a nossa 8ª Taça da Liga (…) não antecipo melhor forma de “matar” os dois borregos que nos feriram nos últimos dois jogos, por corresponderem, coincidentemente, aos mesmos adversários”.

Hoje (porque vos escrevo numa 3º feira) vou jogar no Euromilhões…

Ora bem, aconteceu – e ainda bem – como eu vaticinava. Vingámo-nos de Braga e do Sporting, aliviando o amargo das duas derrotas consecutivas, embora tal, infelizmente, não nos tenha devolvido os importantes (esperemos que não determinantes) seis pontos perdidos nesses dois encontros, ainda que nos tenha permitido recuperar um troféu de uma competição onde reforçámos a qualidade de mais vitoriosos.

É curioso (e é nestas alturas que as estatísticas fazem o seu auspicioso caminho), que das 16 finais disputadas frente ao Sporting, tenhamos vencido 12 (tendo esta sido a 12.ª), o que é bastante revelador da grandeza e da dinâmica vencedora de ambos os clubes.

Nada disto nos servirá de nada (a não ser a presença de mais um troféu no Museu Cosme Damião e que nos permite, para já, igualar os 86 também já conquistados pelo FC Porto e que espero que possa ver o seu saldo aumentado para +2 no final da época), se não vencermos o Farense, em jogo a contar para os oitavos-de-final da Taça de Portugal, e onde receio a possível descompressão, após dois jogos intensos e desgastantes (física e emocionalmente), num curto espaço de tempo, a anteceder mais um esta 3ª feira, outro na 6ª e, finalmente, o “último” na 3ª feira seguinte e, logo, frente ao Barcelona, que ainda este fim de semana goleou o seu arquirrival e poderosíssimo Real Madrid.

Meus caros, de nada serve termos reequilibrado a equipa (a presença do Florentino em campo, diga o que se disser dele, sobretudo, pelas visíveis debilidades na construção, é imprescindível) e termos (re)encontrado o antídoto para travar o Gyokeres (o António Silva foi magistral, tornando infundadas as notícias e os comentários sobre a sua “morte”), se voltarmos a baquear. E é preciso assumi-lo, ainda que tenhamos revelado muita consistência nestes últimos dois e decisivos jogos, a nossa performance tem ficado um pouco aquém dessa consistência, que é um dos principais atributos e argumentos de uma equipa vencedora e campeã. Algo que, por sinal, também afeta os nossos principais adversários, vide a debacle do Sporting após a saída do Ruben Amorim e o “molho de brócolos” em que está envolvido o FC Porto e o seu treinador (e, por arrasto, o seu presidente), que não consegue estabilizar um 11 e que mais parece um ilusionista, pela facilidade com que faz aparecer e desaparecer jogadores da equipa titular, e um inventor, pela brilhante ideia de colocar o Galeno a lateral esquerdo, quando tem lá três que, pelos vistos (e a fazer lembrar os nossos avançados…), não fazem um. Que Deus lhe dê uma longa carreira, preferencialmente pouco vitoriosa, no comando da equipa técnica da agremiação portista…

Como sou um bocado chato (há quem diga que isso é favor) e porque sobre vitórias é sempre mais clarividente apontar debilidades, permitam-me votar ao tema Aktürkoğlu, Kökçü e Aursnes. Se em relação ao primeiro, o Schjelderup parece estar aí ‘para as curvas’ (que magnífico golo ele marcou ao Franco Israel), e em relação ao Aursnes lá vamos tendo o Barreiro para fazer as vezes (embora sejam jogadores diferentes), em relação ao Kökçü, quem achar que o Renato faz o mesmo papel, ou não percebe nada de futebol, ou está obnubilado com a excitação de o voltar a ver jogar… o que, por sinal, não será possível nas próximas seis semanas (sem qualquer ironia, coitado do rapaz, joga meia-dúzia de minutos, para estar parado meia-dúzia de semanas). Está aí o mercado de janeiro… não sei se isto vos diz alguma coisa… não esquecendo a evidência de contratar mais um lateral direito (e, quiçá, esquerdo) e um jogador que as meta lá dentro, pois, para jeitozinho, basto eu.

Eu não quero que o Benfica vá do 8 ao 80, como parece ter ido, de entre as pálidas exibições dos primeiros jogos frente ao Sporting e ao Braga, à forma consistente, séria, dominadora e imponente com que se apresentou nestes últimos; basta-me que vá do 8 (Taças da Liga) ao 39 (Campeonatos), culminando com o 27 (Taças de Portugal… que também já não conquistamos – 2016/17 – sensivelmente desde a mesma altura em que tínhamos conquista a 7ª Taça da Liga – 2015/16 –).

Acho que até estou a ser parco na exigência, a qual, na sua plenitude, não pode deixar de continuar a ser apanágio de um clube com a grandeza do Benfica. É, sobretudo isso, que me faz confiar e não arredarei pé até voltar ao Marquês (que, por sinal, fica próximo do meu local de trabalho) e até me deleitar no Vale do Jamor (que, por sinal, fica o lado de minha casa).

É que isto, da teimosia, não é só ter a fama…

CARREGA BENFICA!!!