Bernardo Alegra
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18 Ago 2024 | 10:43

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Bernardo Alegra

A comunicação do Benfica, longe de ser uma causa do que quer que seja, é, sem dúvida, mais um sintoma do que é hoje o Sport Lisboa e Benfica e, em particular, a Benfica SAD.


A comunicação do Benfica, longe de ser uma causa do que quer que seja, é, sem dúvida, mais um sintoma do que é hoje o Sport Lisboa e Benfica e, em particular, a Benfica SAD.


Nem me quero hoje focar na comunicação “corrente” que é feita nos diversos canais que um clube como o Benfica tem hoje ao seu dispor. Essa, sem grande rasgo, vai sendo feita para uma massa adepta sedenta de interagir com o clube e com as suas referências. Reconheço que não é fácil quando os resultados não são os que um clube como o Benfica exige, as referências são exportadas ao fim de um ou dois anos e os jogadores são escondidos, protegidos sabe-se lá do quê.


Quero antes falar da outra comunicação. Da que verdadeiramente afeta o dia a dia do clube, por dentro e por fora.

Aí o Benfica continua com os mesmos hábitos e vícios de há 20 anos, como se o mundo, os meios de comunicação, o futebol e o Benfica não tivessem mudado.

Na verdade, o mundo, os meios de comunicação e o futebol, mesmo o português, mudaram, o Benfica é que não.

Enquanto os nossos principais adversários andam a reinventar-se, o Benfica continua agarrado a hábitos de um período de trevas, em que a comunicação deixa de ser veículo e passa a ser ator principal.

Como? Quando clube, sócios, atletas e treinadores são maltratados ou alvo de notória discriminação por parte de adversários e entidades que dirigem o futebol em Portugal, a Comunicação do Benfica fica em silêncio ou refugia-se numa suposta estratégia de “pacificação”.

Ver o nosso treinador injustamente discriminado e maltratado pela imprensa (comportamento ainda mais inaceitável se comparado com o de colegas de profissão), os sócios e adeptos humilhados pelo país fora onde são recebidos como delinquentes perante a cumplicidade da Liga, ou os nossos jogadores ofendidos repetidamente por adversários, ou o nome do Clube a rastejar na lama de processos e investigações sem fim, nada disso move a comunicação do Benfica. Aparentemente, nestes casos, temos de evitar o confronto e dizer nada ou o mínimo possível. Não só não nos pronunciamos como ainda nos sentamos, sorridentes, ao lado dos mesmos dirigentes que promovem estes comportamentos. A nossa postura institucional é alvo de chacota geral demonstrando, também aqui, uma fraqueza indigna do clube que amamos.

Mas quando pensamos que a comunicação do Benfica não existe, eis que ela aparece em todo o seu esplendor, como se tem visto neste penoso arranque de temporada.

E o que a move? Os superiores interesses da instituição? Não, nada disso. Apenas e só a defesa intransigente de quem a representa, seja da perfídia que vem de fora, da que vem de dentro do próprio universo encarnado ou pura e simplesmente a controlar os muitos danos infligidos à nossa Instituição, numa esquizofrenia permanente típica de quem sente que o chão lhes foge de debaixo dos pés.

É nesse momento que aparece o Dom Quixote a defender a sua dulcineia contra os moinhos de vento.

Sucedem-se os comunicados inflamados contra tudo e todos; o desmentido de “notícias” que, se o fossem de facto, não mereciam um segundo de atenção; a criação de narrativas de que A ou B já não está comprometido com o clube; os “bots” nas redes a jurar apoio incondicional ao nosso presidente.

Pelo meio, o ataque incessante a meios de comunicação, que amanhã passarão as notícias plantadas e onde comentadores associados ao clube repetem as narrativas brilhantemente criadas.

Um turbilhão a que nem o nosso infeliz treinador escapa, repetindo as mesmas frases cada vez que é colocado à frente de um microfone.

No fim, perdemos todos. Cada dia que passa identificamo-nos cada vez menos com o nosso clube. Este, que em vez de promover o amor ao nosso emblema, o respeito à nossa história, o reforçar da exigência que é representá-lo, grita a sete ventos que tudo isso já não existe.

Coitados. Não percebem que sem isso, o Benfica não é nada. Não passa de um produto indiferenciado num universo de emblemas com pouca ou nenhuma história.

Ao contrário do que se leu, em textos repetidos “ipsis verbis” por insuspeitos adeptos do clube, o Benfiquista não tem obrigação nenhum de apoiar Rui Costa, só porque sim. É o nosso presidente e, enquanto tal, está sujeito ao mesmo escrutínio e exigência que qualquer outra pessoa que represente o Benfica. Não temos obrigação de aceitar e respeitar qualquer decisão que tome, pois isso é típico de ditaduras e indigno da nossa história. Até lhe podemos reconhecer Benfiquismo, mas o profissionalismo tem de ser demonstrado todos os dias.

E a todos os que desenham e repetem estas narrativas, cito “Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.”.

P.S.: Ontem assistiram-se a mais um conjunto de episódios lamentáveis dentro e for da bancada ocupada pelo “grupo organizado de adeptos”. Vamos ver o que tem a comunicação do Benfica a dizer sobre este tema....

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Bernardo Alegra
Nuno Campilho

18 Set 2024 | 06:00

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Lost in Translation

Mantém-te acordado, Benfica, não voltes a fechar os olhos e a marcar passo, pois não haverá uma segunda oportunidade o tempo, que não há, espere por ti

Bernardo Alegra
Tiago Godinho

16 Set 2024 | 11:03

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13 de Setembro

É neste tempo que começamos a construir aquilo que pretendemos para o futuro de curto prazo: um clube que honre o seu passado e que reforce o Museu Cosme Damião

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

Lost in Translation

Mantém-te acordado, Benfica, não voltes a fechar os olhos e a marcar passo, pois não haverá uma segunda oportunidade o tempo, que não há, espere por ti

18 Set 2024 | 06:00

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João Diogo Manteigas
João Diogo Manteigas

Corte a ... Direito: Benfica Vencerá!

Uma enorme saudação a toda a nação e família benfiquista. Todos unidos, o BENFICA VENCERÁ!

17 Set 2024 | 06:00

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Tiago Godinho
Tiago Godinho

13 de Setembro

É neste tempo que começamos a construir aquilo que pretendemos para o futuro de curto prazo: um clube que honre o seu passado e que reforce o Museu Cosme Damião

16 Set 2024 | 11:03

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