O Presidente Rui Costa, na última quinta-feira, finalmente falou para toda a nação Benfiquista. Registo com agrado o mesmo ter sido feito para diversos órgãos de comunicação social e não fechado no casulo da BTV, controlada pelo clube.

O Presidente Rui Costa, na última quinta-feira, finalmente falou para toda a nação Benfiquista. Registo com agrado o mesmo ter sido feito para diversos órgãos de comunicação social e não fechado no casulo da BTV, controlada pelo clube.

No final da entrevista, existiu quem ficou esclarecido, quem considerou que faltou muito por explicar e quem de todo não se sentiu minimamente esclarecido. Os últimos são habitualmente catalogados por uma máquina de propaganda criada pelo antecessor de Rui Costa, como os radicais das exigências desmedidas, será mesmo assim?

Será radical, existirem Benfiquistas insatisfeitos por nas últimas 5 épocas desportivas o clube só ter vencido 1 campeonato e 1 Supertaça?

Será radical, existirem Benfiquistas que não entendem como é que o clube investiu 70 milhões de euros em jogadores que pouco ou nada foram utilizados nos últimos anos?

Será radical, existirem Benfiquistas que não compreendem como o clube que viu o Presidente ser detido em exercício de funções, não ter avançado com uma auditoria forense a todo o seu universo empresarial, como por exemplo, o FC Barcelona avançou?

Será radical, existirem Benfiquistas que não aceitam a possibilidade de o clube poder realizar negócios com empresas de agenciamento de atletas que são detidas por empresários envolvidos na operação Cartão Vermelho, onde foi detido o ex-Presidente?

Será radical, existirem Benfiquistas que não aceitem o silêncio da Direção e do seu Presidente, quando 2 associados do clube são impedidos de estar em evento para o qual tinham sido convidados, e que foram bloqueados por elementos internos do clube sem qualquer justificação?

Será radical, existirem Benfiquistas que esperam que o Sport Lisboa e Benfica lidere a mudança no desporto em Portugal, seja na negociação dos direitos audiovisuais, na independência da arbitragem ou nos modelos competitivos nas diversas modalidades onde o clube compete?

Será radical, existirem Benfiquistas que defendam o reforço da fiscalização dos órgãos sociais de clube e SAD?

Será radical, existirem Benfiquistas que discordem frontalmente da forma como está a ser conduzido o processo de revisão estatutária por uma direção em que o Presidente até ser candidato ao cargo jamais tenha efetuado uma referência a esse processo e que foi eleito como Vice-Presidente do clube, em 2020, na única lista que não considerava isso importante?

Será radical, existirem Benfiquistas que por diversas formas tentam contactar os órgãos sociais, nomeadamente a Direção e o Presidente da Mesa da Assembleia Geral e que a única resposta que recebem é o clássico "a sua mensagem foi reencaminhada"?

Será radical, existirem Benfiquistas que não entendem como ainda estão 10 actas de reuniões de Assembleias Gerais por aprovar, sendo a primeira de todas aquela em que um Presidente em exercícios de funções agrediu um associado do clube?

Será radical, existirem Benfiquistas que não compreendem como o clube que nos últimos 2 anos gerou em transferências valores superiores a 250 M € não consiga segurar por mais de 2 épocas atletas da formação como António Silva ou João Neves?

Será radical, existirem Benfiquistas que conhecendo a história de dificuldades que esteve na origem da fundação da maior instituição desportiva, não aceitem o aburguesamento e afastamento dos atletas dos seus adeptos?

Será radical, existirem Benfiquistas que não compreendem que adeptos do clube vejam responsáveis da estrutura afastarem os jogadores de autografar uma simples camisola, como sucedeu na passada semana em Vila do Conde?

Será radical, existirem Benfiquistas que queiram que todos os que representam o clube sintam que no final do dia, aconteça o que acontecer o mínimo que se exige é saudar os adeptos, respeitando o esforço de milhares que muitas das vezes fazem enormes sacrifícios para apoiar o clube?

Caso isto seja radicalismo, então tenho de assumir que o sou, com orgulho, pois foi isso que a história demonstrou que foi o Benfiquismo, da sua fundação até à sua consolidação como a maior instituição desportiva nacional.

Um clube gerido com transparência nos seus negócios, seja na contratação ou venda de atletas ou em simples serviços de contratação de serviços como caterings, segurança ou viagens;

 Um clube gerido com o objetivo único de ter sucesso desportivo, com o equilíbrio financeiro necessário, para alavancar as nossas conquistas de forma consistente;

 Um clube gerido para os adeptos, respeitando a sua matriz democrática;

 Um clube gerido com a noção do seu papel na sociedade portuguesa, liderando os processos que conduzam o desporto nacional para um nível superior;

O potencial do Sport Lisboa e Benfica é enorme, mas só será verdadeiramente concretizado quando no final do dia, seja capaz de dar provas de transparência, democracia, liderança e ambição desportiva para concretizar o sucesso do Sport Lisboa e Benfica. Quando isso voltar a suceder, voltaremos a ser o Sport Lisboa e Benfica fundado em 1904.

Viva o Sport Lisboa e Benfica!