Nuno Campilho
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02 Jan 2025 | 11:11

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Nuno Campilho

Passado que foi mais um ano, passou, também o Benfica, as passas…de Alvalade.


Passado que foi mais um ano, passou, também o Benfica, as passas…de Alvalade.


Num exercício quase masoquista, idêntico ao que me entrego na escrita deste artigo, depois da frustração do último resultado, que nos empurra para o 3º lugar, após uma efémera presença no 1º, o Benfica nem sequer a si próprio se entregou, pois, aquilo que vimos na primeira parte do jogo em Alvalade foi, numa infeliz recorrência, uma performance antinatural, de uma equipa que não tem, nem as características, nem os jogadores para jogar naquele bloco médio-baixo que é algo que “não lembra ao diabo”, mas, pelos vistos, lembra ao Bruno Lage.


Voltamos ao registo, tão comum em mim, de perceber a intenção, só que não.

Se o Benfica tem revelado, de forma notória, alguma dificuldade para ser eficaz no primeiro momento de transição ofensiva (vide o lance do qual resulta o único golo da partida), a que propósito é que ficamos em contenção, quando o que se impunha, é que pressionássemos a saída de bola do adversário, para poder construir em zona mais avançada do terreno, onde as dificuldades na transição não são tão evidentes?

O primeiro sinal de que tal não iria acontecer, reside na utilização do Amdouni. E nada tenho a apontar à sua merecida titularidade, muito antes pelo contrário, no entanto, a capacidade de pressionar alto, com garantias de sucesso, casa melhor com as características do Pavlidis, aliás, registo em relação ao qual nada há que lhe apontar, ao invés de outros.

Acresce que, na fase de construção, não podemos ter jogadores cujas características são mais de destruição, como é o caso do Florentino. O posicionamento da equipa foi-lhe amplamente desfavorável, o que redundou numa exibição muito aquém das suas capacidades, que melhor se colocam ao serviço da equipa, quando esta joga num bloco médio-alto e o coloca a pressionar e a ‘roubar’ bolas no meio-campo adversário, potenciando saídas perigosas para o ataque. Colocá-lo na cabeça da área, não só lhe retira capacidade de reação à perda, como o deixa na iminência de ser o primeiro elemento de ligação, na transição ofensiva, o que é algo para o qual ele não está, definitivamente, talhado. Não por acaso, a entrado do Barreiro, para uma zona mais avançada e o recuo do Kökçü para a primeira fase de construção, foi um oásis no deserto de ideias da primeira parte e deu-nos flagrante vantagem na segunda, que só não foi mais incisiva, por incapacidade de concretização, o que é algo preocupante, nomeadamente, ao nível dos avançados, pois a equipa até que marca muitos golos, divididos por vários jogadores, porque há jogos cuja “facilidade” o permite. No entanto, em jogos desta exigência, são os avançados que fazem a diferença. O Gyökeres pode ter estado pouco em jogo, mas, quando esteve…

Por fim e infelizmente, confirma-se o mau momento de forma de jogadores nucleares, que eu não me tenho cansado de referir nas últimas semanas. Fazendo justiça em relação à subida de rendimento do Kökçü, não posso deixar de lamentar o menor fulgor do Aursnes (e se há jogadores com importância para a equipa…) e do Aktürkoğlu, que de fora-de-série, já começa a ser reclamado como estando a mais na equipa.

Posto isto e perante as adversidades, que tocaram ao nosso adversário de sábado e que nós muito bem soubemos aproveitar, temos agora nós as nossas e é nestes momentos que se verifica se temos liderança, ou não.

Eu quero lá saber se este ou aquele jogador teve mais, ou menos férias, e se foi, ou não, ao seu país festejar esta quadra. O que eu quero saber, enquanto adepto (eu e todos, certamente), é que os jogadores estejam em condições de dar o seu melhor e que o treinador saiba gerir pessoas, egos, jogadores, condições físicas e virtuosismos (ou falta deles) exibicionais.

O Benfica não é uma agremiação de gente simples e bem-intencionada. Já foi e até foi isso que esteve na sua génese.

O Benfica é, SÓ, a instituição mais grandiosa, importante e impactante do país. Quem não está preparado para assumir tamanha responsabilidade, está no seu direito de não o fazer, ou de não o conseguir fazer, pois nem todos nascem com a faculdade de vencer e persistir na ultrapassagem dos obstáculos que lhe são colocados no seu caminho, mas, se assim for, então que não estejam a ocupar o lugar de quem o consegue fazer.

Eu confio e acredito nos homens que são liderados e nos homens que lideram.

Faço votos que o novo ano que ora se inicia também lhes possa trazer essa crença e que o possam demonstrar, desde já, no próximo encontro, frente ao Braga. Isto de dar oxigénio é nos hospitais, não é nos campos de futebol, e o questionável ato da ressurreição é lá mais para a frente, pois, o que acabámos de celebrar, foi o do nascimento. E, para quem não sabe, o Lage chama-se, mesmo, Bruno Miguel Silva do Nascimento…

Feliz e Glorioso 2025.

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Que tenhamos um ano Glorioso

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02 Jan 2025 | 11:11

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Tiago Godinho
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