Bernardo Alegra
Biografiado Autor

12 Mar 2024 | 06:00

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Bernardo Alegra

Não sou grande fã de futurologia e ainda menos no que a futebol diz respeito. Já vi o suficiente para saber que o que hoje é verdade amanhã é mentira e que o futebol é, de facto, o momento


Não sou grande fã de futurologia e ainda menos no que a futebol diz respeito. Já vi o suficiente para saber que o que hoje é verdade amanhã é mentira e que o futebol é, de facto, o momento.


Por outro lado, enquanto apaixonado de história, sei que esta tende a repetir-se, sobretudo quando pouco ou nada se aprende com os erros.


A 18 de maio de 2019, Bruno Lage era coroado campeão nacional, reconquistando um título que o Benfica devia ter ganho no ano anterior, não tivesse a equipa sido depauperada para solucionar situações que pouco ou nada tinham a ver com o clube.

Nessa mesma noite Lage, com certeza sentindo-se endeusado pelos adeptos eufóricos, em que me incluía, faz um discurso no Marquês que em muito extravasou as suas funções enquanto treinador do Maior de Portugal. Diria que foi o primeiro momento estranho.

Uns meses antes Lage tinha substituído Rui Vitória, depois de um caricato episódio de intervenção divina, para alívio de muita gente, mas a contragosto de pelo menos uma pessoa. Rapidamente conquistou os benfiquistas com um discurso simples e direto e sobretudo através de um estilo de jogo que teve o condão de pôr os melhores a jogar aquilo que sabiam. Daí até o dia 18 de maio fez-se história. O Benfica recuperou um improvável fosso para o Porto e corou-se campeão pela 37ª vez, no que ficou conhecido como a reconquista.

Umas semanas depois humilhou o seu rival de Lisboa por esmagadores 5-0 e antevia-se mais uma época brilhante. Mas a desconfiança começou a instalar-se com uma Liga dos Campeões aquém das expetativas, perdida por culpa própria com muitas decisões discutíveis pelo meio e um discurso cada vez menos consensual. Lage, sob quem inicialmente não recaía pressão quase nenhuma, sentia pela primeira vez o peso de ser treinador do Benfica. Apesar disso, ainda antes do final do ano, o seu contrato era renovado até 2023. Seria o nosso “Ferguson”. O treinador perfeito para integrar os jogadores mais experientes com os jovens talentos que emergiam do Seixal. Não podíamos estar mais enganados. No início de 2020, apesar do generoso avanço no topo da Liga, semanas miseráveis levaram o Benfica a perder a liderança e teve o seu epílogo a 4 de julho de 2020, após uma derrota com o Marítimo.

Por essa altura eram poucos os adeptos que defendiam Lage e tinha passado pouco mais de um ano de um dos finais de época mais marcantes da história recente do Benfica.

Então o que tem Lage a ver com Roger Schmidt? No início pouco, ou nada. Enquanto o português foi uma solução de recurso, o alemão foi uma escolha premeditada para liderar o clube por 2 anos.

Lage pegou num plantel construído para outro, enquanto Schmidt definiu com Rui Costa o que queria para construir uma equipa à sua imagem.

A partir daí começam as semelhanças. Ambos beneficiaram de uma geração de grande talento de jogadores jovens, mesclada com alguns jogadores mais experientes e de qualidade.

A ambos foi reconhecido um discurso diferente e mais saudável do que o futebol português nos habituou e os primeiros meses foram de um futebol apaixonante que empolgou a nação benfiquista. Veio a liga em apoteose e começamos o ano com a supertaça, já depois de uma renovação de contrato que começou a parecer precipitada, tendo em consideração o final de liga em quebra.

Os problemas começam a surgir com a Liga dos Campeões. Os reforços não se encaixam, as decisões técnicas erráticas avolumam-se e os adeptos, que umas semanas antes levavam o treinador aos ombros, ensaiam os primeiros assobios.

Com o aumento de pressão o treinador começa a falhar também na comunicação e está criado o círculo vicioso que conduz a jogos e exibições cada vez menos convincentes e a derrotas, uma delas humilhante e outra que não o foi por acaso, com os dois maiores rivais nacionais.

E assim chegamos ao dia de hoje, com quase nada perdido além da confiança do adepto que já não acredita no timoneiro alemão porque não reconhece que este foi o mesmo que um ano antes criou o “Rogerball”.

Infelizmente o cenário está para lá de complicado. Se é verdade que ainda não perdemos nada, também não é menos que a história nos ensina que em poucas semanas podemos perder tudo e ainda o segundo lugar que nos dará acesso a um possível acesso à renovada Liga dos Campeões.

Gostava de acreditar que Schmidt ainda tem um golpe de manga para virar o momento que vivemos e abrir caminho para o 39 e a 27. Mas os sinais não são bons.

Quinta-feira joga-se mais uma final. Mais importante que a passagem será a forma como o fazemos e que efeito esta terá no que nos resta da época.

Fica para já a pergunta: és tu Lage?


+ opinião
Bernardo Alegra
Nuno Campilho

18 Set 2024 | 06:00

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Lost in Translation

Mantém-te acordado, Benfica, não voltes a fechar os olhos e a marcar passo, pois não haverá uma segunda oportunidade o tempo, que não há, espere por ti

Bernardo Alegra
Tiago Godinho

16 Set 2024 | 11:03

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13 de Setembro

É neste tempo que começamos a construir aquilo que pretendemos para o futuro de curto prazo: um clube que honre o seu passado e que reforce o Museu Cosme Damião

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

Lost in Translation

Mantém-te acordado, Benfica, não voltes a fechar os olhos e a marcar passo, pois não haverá uma segunda oportunidade o tempo, que não há, espere por ti

18 Set 2024 | 06:00

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João Diogo Manteigas
João Diogo Manteigas

Corte a ... Direito: Benfica Vencerá!

Uma enorme saudação a toda a nação e família benfiquista. Todos unidos, o BENFICA VENCERÁ!

17 Set 2024 | 06:00

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Tiago Godinho
Tiago Godinho

13 de Setembro

É neste tempo que começamos a construir aquilo que pretendemos para o futuro de curto prazo: um clube que honre o seu passado e que reforce o Museu Cosme Damião

16 Set 2024 | 11:03

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