Nuno Campilho
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23 Abr 2025 | 12:53

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Nuno Campilho

Somos fortes, mas, como à mulher de César (ainda que atestando outras qualidades), não basta sê-lo, também é preciso parecê-lo


A lógica da batata é uma expressão que quer dizer absurdo ou falta de sentido, mas, se pensarmos bem, por vezes o que aparentemente não faz sentido pode, ainda assim, ter a sua lógica.


Depois da forma séria, racional e realista com que o Benfica venceu o Vitória, em Guimarães, e depois da intervenção de Frederico Varandas, ontem, fico sem saber onde está a lógica, se na desvalorização da vitória do Benfica, cujo jogo, para muitos, teve o seu ponto alto nos cartões amarelos mostrados ao Di Maria e ao Florentino; se na Twilight Zone onde parece viver o presidente do Sporting.


De acordo com alguns “génios” do comentário futebolístico, o Benfica só sabe ganhar assim… fechadinho lá atrás, a jogar no erro do adversário e a feri-lo em jogadas de transição e contra-ataque. Bem, a última vez que consultei a Lei do Futebol, tal não era ilegal, pelo que fico sem perceber se se trata de “dor de cotovelo”, incapacidade para dizer duas palavras de jeito seguidas, ou pura e mera acefalia de quem, querendo ser melhor, tivesse estudado, ou tentasse, pelo menos, disfarçar o seu visível e notório facciosismo.

Já quanto ao presidente leonino, depois da choradeira de há uns meses atrás, decide deixar sem resposta os jornalistas que o questionam sobre a arbitragem e, “entre dentes”, o esclarecimento sobre a continuidade de Rui Borges na próxima época. Eu até o compreendo, pois a acefalia não escolhe, propriamente, locais de revelação, pelo que tanto se pode manifestar em estúdio, quanto em reportagem. Convém é o senhor lembrar-se que ainda há pessoas sadias a vê-lo e a ouvi-lo, para além da arregimentação de carneiros que o seguem, e que não podem deixar de escrutinar e denunciar o disparate, seja por ação, seja por omissão. Bem sei que, por vezes, eu próprio sou um bocado parvo, mas é sempre mais doloroso quando percebo que querem fazer de mim parvo (ainda mais do que sou), pelo que rogo a que o dr. Varandas se dedique à propaganda no canal do seu clube e, assim, só o rebanho terá de o ver e ouvir, e deixe os canais generalistas para quem ainda se dá ao trabalho de não embrutecer ao som do “só eu sei porque não fico em casa”.

Indo ao que interessa, que é falar do Maior, ficou claro, no último jogo, como o Lage sabe interpretar a qualidade e a forma de jogar das equipas adversárias e adequar a tática àquilo que o jogo lhe pode trazer, naquilo que é possível antecipar. Nem sempre corre como prevemos, mas sempre é mais (e melhor) do que aquilo que tínhamos anteriormente, onde jogávamos sempre da mesma maneira, independentemente do adversário, o que, convenhamos, até pode ser bom, assim os resultados o atestem, o que, infelizmente, só aconteceu a espaços (num espaço glorioso que, ainda assim, nos permitiu conquistar o 38).

Eu só não gosto desta forma de jogar, quando somos forçados a jogar de outra maneira, com resultados menos simpáticos, como foi aquele obtido, na Luz, frente ao Arouca. Não quero, no entanto, com isto, concluir como os “génios”, admitindo que o Benfica só sabe jogar em transição. Não é totalmente verdade, embora possamos considerar que a equipa se sinta mais confortável dessa forma, do que em ataque continuado e planeado. O que os “génios” se esquecem, é que não foi o Lage que montou esta equipa… Mas, pronto, quando adotamos a lógica da batata, também não devemos esperar muito mais.

Antes do regresso ao campeonato, importa decidirmos a passagem à final da Taça de Portugal, confirmando a superioridade espelhada no resultado obtido na primeira-mão e aproveitando para premiar alguns jogadores a quem têm escasseado oportunidades. E não é porque não as merecem, é, mesmo, porque os colegas mais utilizados correspondem melhor às ideias do treinador. E os resultados atestam-no, pelo que, neste capítulo, a lógica da batata perde a sua razão de ser.

Em momento de “tiro ao alvo” ao Benfica, feliz sejamos nós por verificar a evolução do nosso keeper e que será mais um na defesa da nossa integridade. Em tempos, escrevi um texto (a esta altura, confesso, não sei se terá sido neste espaço) que intitulei de “vozes de burro não chegam ao céu” e, creiam, é o que me ocorre discorrer, perante a alarvidade de disparates que vou ouvindo e lendo. Faz parte, não é por acaso que também se diz que “dos fracos não reza a história”…

Somos fortes, mas, como à mulher de César (ainda que atestando outras qualidades), não basta sê-lo, também é preciso parecê-lo. Já não nos resta muito para o (re)confirmar. Estamos juntos… todos, todos, todos!

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