João Diogo Manteigas

23 Jul 2024 | 10:27

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João Diogo Manteigas

Com base em contas de merceeiro atendendo à falta de acesso a informação fidedigna, parece-me crucial entrar nos cofres da SAD um valor a rondar 80 milhões de euros


Numa recente entrevista ao jornal Record, o administrador da Benfica SAD, Jaime Antunes, referiu que o seu pelouro e principal responsabilidade nesta incide apenas sobre as infraestruturas. Deve ter sido a razão pela qual, quando questionado pelo jornalista sobre o resultado financeiro da época passada e a situação financeira do Benfica, respondeu uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Tiradas como o objetivo é “ter êxito desportivo, quer no futebol, quer nas modalidades, mas sem pôr nunca em causa o equilíbrio financeiro do clube” (devia querer dizer SAD) é um chavão do tamanho do universo. Sendo economista e com uma ligação temporal à instituição digna de respeito, esperava algo mais aprofundado, nem que fosse pelo conhecimento de causa técnico e pela saída abrupta de Luís Mendes.


Pior só mesmo quando Antunes faz futurologia de incerteza ao considerar que não é dramático o facto de “termos prejuízo num determinado exercício” desde que “os exercícios seguintes tenham resultados diferentes e possam cobrir esses prejuízos”. Por outras palavras: até pode estar mal, mas também pode melhorar. Logo se vê! Enfim, este nível de transparência na comunicação é paupérrimo se tivermos em conta que, hoje, a situação financeira da SAD não é a mais agradável. É de morte? Não. Mas não é saudável nem recomendável.


Com base em contas de merceeiro atendendo à falta de acesso a informação fidedigna, parece-me crucial entrar nos cofres da SAD um valor a rondar 80 milhões de euros em Setembro/Outubro deste ano dado que se vence um dos empréstimos obrigacionistas e se iniciam as contrapartidas financeiras assumidas com as contratações de Rollheiser, Marcos Leonardo e Prestianni que foram empurradas para o novo ano contabilístico. Logo, a falta de liquidez é preocupante. Isto se não quisermos ter o Comité de Controlo Financeiro de Clubes da UEFA a supervisionar a aplicação das regras do Sistema de Licenciamento de Clubes e do Fair Play Financeiro. Também era o que faltava ...

É daqui que surge a obrigação de vender atletas sem que exista um “plano B” ou outra alternativa. Passou a ser procedimento ordinário assumido pelas SAD’s nacionais e já nem se trata de uma receita extraordinária mas sim corrente. O enredo intensifica-se quando os clubes interessados em comprar sabem desta necessidade e jogam com a mesma a seu favor em conluio com os agentes de futebol envolvidos pois o ganho destes depende da concretização dos negócios. Não se admirem, portanto, com as reduções de preço substanciais pelos atletas mais valiosos. Ou por aqueles que causam mais impacto, mais adorados. Como se de família se tratassem. É o caso do “nosso” João Neves. Parece ser dado assumido a sua saída mesmo quando existe contradição na visão e palavras entre o presidente em funções e o seu ex-braço direito Luís Mendes. O primeiro referiu este fim-de-semana que nunca afirmou que Neves iria sair pelo valor da cláusula enquanto que o segundo, em Maio de 2023 e sobre as potenciais saídas de Neves e António Silva, disse que “se surgirem propostas que batam as cláusulas não os conseguimos segurar” e que “temos é de criar condições para os manter em nossa casa".

Posto isto, há alternativas à venda de Neves. Mas as bases para este procedimento alternativo já deviam ter desencadeado há mais tempo. É preciso visão e antecipação, a par de estabelecer princípios e seguir fiel aos mesmos sem vacilar. Raciocínio final para discussão futura: Benfica SAD, Neves e o agente deste são todos portugueses, logo aplica-se a Lei 54/2017 e não qualquer regulamento FIFA. Da nossa Lei resulta que o agente só pode agir em nome e por conta de uma das partes da relação contratual (proibição da dupla representação) e deve ser remunerado por ela (se for pelo atleta, não pode exceder 10% do montante líquido da sua retribuição). Ora, naquilo que foi a relação laboral entre Neves e Benfica SAD, o agente representou o primeiro. E agora está a representar Neves perante os clubes nele interessados para que fixe as suas melhores condições laborais futuras. Mas ao mesmo tempo, muito provavelmente a pedido da Benfica SAD, também a representa no negócio da transferência que se estará para anunciar. Este tipo de procedimento continua a fazer sentido?

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João Diogo Manteigas
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