No dia de amanhã os sócios do Sport Lisboa e Benfica vão votar a proposta de revisão estatutária. A última ocorreu em 2010

No dia de amanhã os sócios do Sport Lisboa e Benfica vão votar a proposta de revisão estatutária. A última ocorreu em 2010 e teve objetivos de curto e médio / longo prazo.

Os de curto prazo, afastar potenciais candidaturas de José Veiga e Rui Costa, aumentando para absurdos 25 anos de filiação como associado efetivo, após os 18 anos de idade, como requisito para um associado poder ser candidato à Presidência do clube.

Os de médio / longo prazo, perpetuar no poder Luís Filipe Vieira.

Estes estatutos foram aprovados por pouco mais de uma centena de associados e mereceram críticas de TODOS os candidatos à Presidência do Sport Lisboa e Benfica, nos actos eleitorais posteriores:

2012 – Rui Rangel;

2020 – Rui Gomes da Silva, que desde 2009 fez parte da Direção de Luís Filipe Vieira tendo saído em 2016, Servir o Benfica com Francisco Benitez, João Noronha Lopes e Luis Miguel David;

2021 – Servir o Benfica com Francisco Benitez, Rui Costa, atual Presidente do Sport Lisboa e Benfica.

A proposta que irá a votos amanhã, foi elaborada com o contributo de centenas de associados, posteriormente foi debatida em 3 Assembleias Gerais que decorreram com as regras de civismo e Benfiquismo, como é exigido num processo desta importância. Apesar disso o Sport Lisboa e Benfica não está imune à realidade dos dias de hoje, e todos os dias perfis anónimos, com agendas obscuras, partilham desinformação e falsidades sobre a nova proposta, desta forma vou tentar esclarecer os Benfiquistas que ainda possam ter dúvidas.

“Os estatutos foram elaborados por um número reduzido de associados”

Falso, a proposta global aprovada na AGE de 21 de Setembro de 2024, teve por base a proposta da Direção, que sofreu um número muito reduzido de alterações sugeridas pelo Comissão de Revisão Estatutária e Movimento Servir o Benfica.

Posteriormente as alterações em especialidade, propostas individualmente por associados, maioritariamente foram reprovadas nas 3 AGEs, as propostas que foram aprovadas recolheram mais de 75 % dos votos dos associados presentes.

Exemplo:

A proposta para diminuir a desproporcionalidade de votos entre associados ou até terminar com 1 sócio = 1 voto, foram ambas reprovadas. (Discordo, mas é assim a democracia)

“Com o fim do voto eletrónico os sócios só vão poder votar em Lisboa!”

Falso, a proposta a votação contempla a necessidade de aprovação de um Regulamento eleitoral (algo que em 2021 foi impedido pelo PMAG Pires de Andrade). Nesse regulamento vão ser definidas as regras para os futuros atos eleitorais.

Exemplo:

Em 2021 foi possível votar no Estádio e em diversas Casas do Benfica, como no exterior de Portugal Continental através de votação eletrónica. No Regulamento Eleitoral, a aprovar em sede de AGE sob proposta da Direção, certamente será encontrada solução para os que residem no exterior possam continuar a exercer o seu direito de voto.

“A 2 ª volta nas eleições é obrigar o clube a 2 eleições”

Falso, o que é pretendido é garantir a pluralidade do universo Benfiquista, mas em simultâneo não balcanizar o clube, garantindo que os órgãos sejam eleitos com mais de 50 % da preferência do número de votos dos associados.

Exemplo:

Cenário hipotético em 2025, Rui Costa recandidato, João Diogo Manteigas e Mauro Xavier.

Rui Costa recolhe 50,1 % dos votos, João Diogo Manteigas 48 %, Mauro Xavier 0,1 % e brancos e nulos 1,8 %. Rui Costa reeleito na 1 ª volta Presidente do Sport Lisboa e Benfica

Ou

Rui Costa obtenha 49 %, Manteigas 48,5 %, Xavier 0,1 % e brancos e nulos 2,4 %, neste cenário, sim, teremos 2 ª volta entre Rui Costa e João Diogo Manteigas.

“As listas separadas vão criar instabilidade”

Falso, no Sport Lisboa e Benfica até meados da década de 80 as eleições eram disputadas em listas separadas e não foi por isso que o clube não foi hegemónico no desporto nacional. O que é pretendido é reforçar a legitimidade dos eleitos para cada órgão.

Exemplo:

Lista A – Rui Costa, Direção; José Rosário, Presidente da Mesa; Tiago Godinho, Presidente do Fiscal.

Lista criada somente para a Mesa, liderada pelo Benfiquista Marques Mendes;

Lista criada somente para o CFiscal, liderada pelo Benfiquista Mário Centeno;

Qual o problema de eleger a lista da Direção de Rui Costa, mas para a Mesa e Fiscal votar em associados com um perfil mais indicado para esse órgão?

O pretendido é evitar processos como o de 2021, em que um PMAG, Pires de Andrade, alterou uma Ordem de trabalho de uma Assembleia Geral Extraordinária convocada pelos associados (algo que não sucedia desde a década de 80) para evitar a votação nessa AGE de um Regulamento Eleitoral.

“As Casas do Benfica vão acabar”

Falso, o que deixa de ser possível é a Casa enquanto edifício, ter direito de voto. Todos os associados das Casas que sejam também associados do Sport Lisboa e Benfica continuam a poder exercer o seu direito de voto. As Casas são fundamentais para a agregação e fomento do Benfiquismo, principalmente fora de Lisboa, e devem ser apoiadas verdadeiramente pelo clube.

Exemplo:

Continuará a ser possível ir votar a Casas do Benfica nas eleições para o clube, comprar bilhetes e merchandising conforme sucede nos dias de hoje. O que deixa de ser possível é o Presidente da Casa ter direito a votar duplamente, na condição de associado e na condição de Presidente da Casa.

“A 3 º AGE é para os sócios decidirem a contratação de jogadores”

Falso, a 3 ª AGE será um momento para os associados poderem questionar e obter respostas da Direção relativamente à época desportiva que findou. O que correu bem, o que correu menos bem e o que está a ser feito para melhorar. O Sport Lisboa e Benfica é constituído por associados e tem como principal atividade a prática desportiva, portanto discutir com os sócios a sua principal atividade deve ser um hábito normal e saudável.

Exemplo:

Efetuar o balanço da atividade desportiva. Perceber o que contribuiu para o sucesso e/ou os fatores que contribuíram para o insucesso.

“Reprovar o R&C e ter como consequência eleições é criar instabilidade”

Falso, em primeiro lugar é regressar ao que já esteve consagrado em estatutos anteriores. Depois o objetivo é que existam consequências no chumbo do R&C, mas apesar disso o agora proposto é equilibrado, ou seja, só existirá a queda da Direção se o R&C reprovar duas vezes.

Exemplo:

O que sucede numa empresa quando o Conselho de Administração vê as suas contas chumbadas? É demitido ou pede a demissão.

A votação de amanhã que seja mais uma demonstração da vitalidade do clube, com milhares de associados a votar, para no final o reforço da democracia interna, da transparência na gestão e da participação associativa - fazendo jus a todos os que no passado honraram o Sport Lisboa e Benfica - seja uma consequência natural com a aprovação dos Estatutos.

Viva o Incomparável, Viva o Sport Lisboa e Benfica!