Carlos Janela
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20 Jan 2023 | 08:20

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Carlos Janela

Os dinheiros pagos pelos clubes compradores aos clubes vendedores é dinheiro que fica no futebol para criar sustentabilidade, melhorar infraestruturas e suportar os custos da Formação.

O dinheiro das transferências de jogadores não sai directamente do futebol para comprar carros, casas, roupas, relógios, joias, pagar viagens e férias, etc.


Dito isto é importante perceber que, sempre que se analisa o Mercado de Transferências de Jogadores, deve-se ter em conta que as perspetivas, as lógicas, os pressupostos e a natureza dos comportamentos são inerentes a cada uma das partes envolvidas nas transações.

Na maioria dos casos, os interesses das partes implicadas são divergentes e até conflituantes.

  • Os clubes, comprador e vendedor, tentam tirar vantagens para fazer o melhor negócio possível para cada uma das partes.
  • O jogador, só tem um propósito, a melhoria da sua situação económica.
  • Os empresários vivem para realizar e intermediar negócios com jogadores e clubes.
  • Os adeptos nunca querem que os melhores jogadores sejam vendidos.
  • Os jornalistas e comentadores querem movimentações que produzam noticias, rumores e especulações.
  • O Mercado, em geral, ambiciona que haja operações que envolvam valores elevados para produzir o efeito cascata.
É uma evidência que o actor principal do Mercado de Transferências de Jogadores é o Comprador.


Faz os preços. Estabelece os valores referência em cada janela de transferências. Derrama dinheiro fresco nos clubes. E, produz notícias, rumores e gera especulações no espaço mediático.

Os jogadores compram-se, não se vendem!


Na Indústria do Futebol vigora a Lei da Procura (não da Oferta) na sua forma mais primitiva.

Não há tabelas de preços, nem quadros com critérios fixos de avaliação de jogadores.

O valor da oferta e da compra final corresponde ao grau de apreciação, importância e valorização que o Comprador faz do jogador-alvo.

Quais são os factores principais considerados na compra de um jogador no 1.º Mercado Internacional?

  1. Valorização da qualidade absoluta do jogador
  2. Idade do jogador, para projectar o nível de amortização do investimento
  3. Posição em que joga. Algumas funções são mais valorizadas do que outras
  4. Contratação para retorno desportivo e/ou realização de mais valias financeiras
  5. Preenchimento de uma lacuna identificada
  6. Impacto comercial. Etc.
O clube vendedor tem o direito inalienável de não vender abaixo da “cláusula de rescisão”. Ou, não havendo esse requisito, poder decidir não vender um jogador que está sob contrato de trabalho.

Quantos são os clubes que vendem jogadores pelas clausulas de rescisão? Nem 1%.

As cláusulas de rescisão servem de protecção a interesses hostis, de expediente negocial do clube vendedor e de referência para todas as partes envolvidas – clubes, jogadores e empresários.

Há uma regra de ouro que apreendi com os dirigentes mais experientes – Mais vale vender “um dia mais cedo” por bom preço, que ter que vender “um dia mais tarde” sem poder negocial, logo por um preço inferior.

Nenhum dirigente vende com total agrado os seus melhores jogadores, mas a sustentabilidade dos clubes/SADs sobrepõem-se a qualquer outro valor ou sentimento.

Os melhores dirigentes são os que tomam decisões difíceis, sempre em nome dos superiores interesses do colectivo.

Actualmente, temos duas “janelas de transferência” de Jogadores – A de Verão, mais longa e no período designado de pré-temporada; A de Inverno, de 4 semanas, a meio da época desportiva.

Estes dois “períodos de inscrição” de novos jogadores têm particularidades próprias e impactos diferentes nas psicodinâmicas dos plantéis.

O primeiro período corresponde à formação do plantel. O segundo período deve ser para correções e melhorias desportivas pontuais.

E se ambos exigem o máximo de rigor, critério e competência especifica, a “janela de inverno”, a meio da época, com o grupo de trabalho com dinâmicas, cumplicidades e intimidades adquiridas, obriga a maiores cuidados do treinador e da direção desportiva.

Como nos ensina a Química Orgânica, a introdução de um átomo diferente pode alterar as propriedades da estrutura para o bem ou para o mal.

Nas equipas que estão com desempenho positivo, no caminho dos objectivos traçados, é mais delicado “mexer no grupo”, mesmo que as intenções sejam as melhores.

Neste período de janeiro, a saída de jogadores deve corresponder à vontade partilhada do jogador e do clube. Deve ser visível que houve uma decisão de comum acordo. Ou, porque o jogador está a ser pouco utilizado. Ou, porque surgiu uma proposta de compra do agrado do clube e do jogador.

A entrada de jogadores deve ser em número mínimo e apenas se significar uma mais-valia desportiva imediata.

A meio de uma época, nenhum grupo de trabalho compreende que saia um colega porque não jogava ou jogava pouco, para entrar um novo jogador que não os vai ajudar a ganhar jogos.

A legítima ambição de querer ganhar não pode afectar a clarividência obrigatário para gerir os momentos decisivos.

Mais, um presidente e/ou treinador não devem cometer um erro recorrente, a chamada “falsa analogia” - a) Construir um plantel para uma nova época como se tratasse de uma época igual à anterior, em que saíram vencedores; b) Retocar o plantel na “janela de inverno” segundo a lógica de “se deu certo no passado, logo vai dar certo no presente”.

Os tempos mudam e as circunstâncias alteram-se.

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