Nuno Campilho
Biografiado Autor

27 Set 2023 | 10:01

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Nuno Campilho

... ou o enésimo capítulo da saga “o medo é uma cena que a mim não me assiste”

Estamos a poucos dias de um dos primeiros clássicos da Primeira Liga, e aquele que tem sido mais determinante e decisivo nos últimos anos, pois opõe o Glorioso ao seu mais ‘feroz’ adversário (que, não, rival, pois isso nunca encontrámos neste nosso Portugal), o FC Porto, onde nós somos vistos e tratados, ao invés, como inimigos.


Vem isto a propósito do bloqueio mental, ou do propalado medo que teima em andar de braço dado com todos nós, benfiquistas, em momento prévio e decorrente ao confronto com este adversário, como se não tivéssemos sido campeões o ano passado, tendo ido vencer ao Dragão e ter conquistado, já este ano, a Supertaça.

Eu antecipo um grau supremo de inteligibilidade aos benfiquistas em geral, e aos meus leitores em particular, daí que ainda me custe mais ter de ‘engolir’ um receio que não tem razões para existir, a não ser aquele que nós próprios fazemos questão que exista, quando nos pomos a fazer (e/ou recordar) história.


Meus amigos, bloqueios, já me bastaram os verificados em Barcelos, em Vizela, na Luz com o Salzburgo, e em Portimão. Com exceção do jogo da Champions, nenhum outro nos trouxe dissabores irrecuperáveis, portanto, não nos travistamos em Miguéis Sousa Tavares de polichinelo, ao ponto de interiorizarmos o medo que lhes temos.

Mas a que propósito é que lhes temos medo? Bem sei que andam por aí uns senhores de apito na boca e de olho nos écrans, que não abonam muito a nosso favor. No entanto, e já que se apela tanto à história, recuemos pouco menos de dois meses (para não recuarmos 80 anos até aos 12-2 aplicados ao nosso adversário da próxima 6ª feira, num jogo realizado no Campo Grande, a contar para o campeonato da Primeira Divisão de 1942-43) e analisemos, friamente e sem eufemismos, a qualidade do futebol portista e a dificuldade com que têm vencido os seus jogos, 60% deles para além do tempo regulamentar.


E não me venham dizer que isso não conta para nada, até porque eles continuam à frente. Pois, para mim, conta e muito! É desta confiança que todos temos de estar imbuídos, a começar, naturalmente, pelos jogadores e pela equipa técnica. É preciso chegar lá e com bravura e determinação, demonstrarmos que somos, claramente, superiores a eles. Não confundam esta efusividade com qualquer tipo de arrogância, pois bem sei o que isso pode significar e os efeitos contraproducentes que pode originar.

Sou afirmativo e estou confiante, tanto quanto estão aqueles que desenterram o medo nestas ocasiões. E se quem fala em medo, não deve ser apelidado de cobarde, sob pena de se considerar desrespeitado, quem assume a confiança assente na mais-valia do plantel, nas exibições individuais, na qualidade do coletivo e na capacidade técnica, deverá merecer ser igualmente respeitado e não rotulado de arrogante.

Já todos sabemos com aquilo que iremos contar. Já não árbitros que vão de caneleiras para estes jogos, embora continue a haver temor e reverência... mas não é, nem tem de ser nosso. Esse está bem identificado em decisões enviesadas, critérios desiguais e apreciações desonestas. O vale tudo (não confundir com o boneco do Contra Informação, que retratava um antigo presidente do Benfica, de má memória) fez o Pepe, como Lisboa, partir para parte incerta (qual Trovante, em 125 Azul) e faz reaparecer um tal de dr. Milagres nas ‘bocas’ do ‘futebolês’.

Dá a ideia que as ‘coisas’, lá para cima, já viveram melhores dias... e melhores dias não virão, até abril do próximo ano, data das eleições no Porto. De entre todos os potenciais candidatos, até um membro do respetivo Conselho Superior ser ‘apanhado’ a dizer mal do treinador, numa estranha fuga de informação, que só o foi até o próprio ter vindo confirmar o que disse, deixando claro quem é que ‘bufou’; e até o Papa da aldeia vir dizer alguma coisa, o que lhes poderá valer são os resultados desportivos, pois, os financeiros, por mais maquilhados que estejam, não deixam de revelar um clube falido, à beira do colapso.

E somos nós que lhes vamos dar oxigénio?!?! “Olha, Hélio, vou deixar-te estar sozinho, que é melhor... concentras-te mais. Anda Guedes, anda Guedes! Anda Guedes, anda mais rápido!! Anda sai da frente Guedes... sai da frente Guedes!!!” Só tenho pena que o Gonçalo ainda não possa jogar...

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Nuno Campilho
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30 Out 2024 | 06:00

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01 Nov 2024 | 06:13

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