Pedro Jerónimo
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06 Out 2025 | 08:54

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Pedro Jerónimo

Benfica e Porto empataram 0-0 no Dragão, em encontro da oitava jornada da Liga Portugal Betclic, numa partida com lances de perigo reduzidos


 Jogo grande, um clássico do futebol português. Na oitava jornada o Benfica desloca-se ao Dragão para defrontar o invicto Futebol Clube do Porto. A equipa de Farioli muito bem montada, apenas um golo sofrido, com uma média de quase 3 golos marcados por jornada, é uma equipa rejuvenescida, com o técnico italiano, inclusive, a recuperar a mística portista. Benfica de Mourinho ainda a tentar encontrar a sua identidade, um coletivo com fragilidades, como venho avançado desde o mercado, com uma ausência de desequilibradores no plantel, jogadores fortes no um para um. Uma equipa mentalmente fragilizada pelos constantes desaires em casa, com a dificuldade em criar oportunidades de golo, dir-se-ia até em chegar à baliza contrária.


Um porto a destacar-se na zona média, com Veiga e Varela a darem consistência ao miolo, mas é Froholdt que tem sido uma autêntica revelação, não só pelo inesgotável pulmão, mas pela disciplina tática que empresta ao onze azul e branco e por uma qualidade técnica estupenda, que fazem dele, quiçá, o melhor jogador do campeonato do momento. Na frente, Pepe renasceu e aparece em bom nível e Borja Sainz a confirmar os pergaminhos e a destacar-se pela qualidade que empresta ao jogo.


Do lado encarnado, tem sido uma equipa muito refém do que Lukebakio consegue fazer e tem sido o jogador em destaque, bem como Pavlidis que ainda consegue emprestar algum discernimento ofensivo ao jogo das águias. Sudakov vem mostrando alguns detalhes e que demonstram que pode ser uma mais valia, mas longe de ser um jogador decisivo, com que vinha caracterizado. Rios era a grande desilusão, incapaz de justificar todas as suas valências no terreno. Perde grande parte dos duelos, a tal pressão alta e a reação à perda, não se tem visto no colombiano, que parece estar a sofrer com a pressão de ser a contratação mais cara de sempre dos encarnados.

Defensivamente é uma linha até coesa, mas tem vários momentos de desconcentração individual e que se pagam caro e não é tanto por mérito do adversário que o Benfica sofre os golos. Parece que Enzo e Rios não se complementam, pelo contrário, estão a pisar terrenos e modos de jogo similares. Benfica vinha de uma semana difícil, não só pela derrota em Londres, mas pela virose que se instalou no plantel, embora Mourinho indicasse que não existissem baixas para o jogo. Já o Porto, na jornada europeia, rodou os seus principais ativos e para os descansar para este jogo.

Vamos ao onze, sem surpresas Mourinho fazia alinhar Trubin na baliza, com a dupla António Silva e Otamendi e nas alas Dahl e Dedic. Meio campo com Enzo e Rios, Lukebakio e Aursnes a fazerem os corredores e na frente Sudakov apoiava Pavlidis. Estavam lançadas as cartas para a partida e era tempo de ver se Mourinho conseguia identificar, mais um pouco, a equipa com o seu ADN.

Início da partida e um Porto a pegar no jogo, a querer a posse do esférico, com um Benfica à espera do Porto, sem pressão logo à saída. Sabia-se do empate do Sporting em casa, frente ao Braga, o que aumentava, ainda mais, o desejo de vitória, para ambas as partes. Benfica lento na saída e Porto a procurar rapidamente recuperar a bola. Preocupava o centro do terreno, com o todo o terreno Froholdt a cobrir muito terreno e a interferir com a saída e construção de jogo encarnado. Primeiros 20 minutos sem história e já com os encarnados a começarem a equilibrar a estatística na posse de bola, mas mantinha-se a zero o número de remates de ambas as equipas. Jogo de leitura parte a parte, um Benfica à espera que o Porto se projete mais na frente, de forma a lançar a contra ofensiva e quase sempre pelo lado direito, aproveitando a velocidade de Dedic e Lukebakio.

Passavam os 30 minutos e sem novos dados, apenas que o Porto voltava a ter mais preponderância na posse, mas sem conseguir chegar à baliza e um Benfica cada vez mais retraído, mas facto é que os zero remates, cantos e até foras de jogo, no total da partida, se mantinham, de certa forma a mostrar pouca eficácia ofensiva. Finalmente aos 33 minutos vinha o primeiro remate do jogo e para as águias, na sequência de um livre a cerca de 35 metros, em zona frontal, mas defendido de forma relativamente fácil por Diogo Costa, que lançou logo a contra ofensiva, mas sem sequência. 34 minutos e boa oportunidade para Pepe, já dentro da área, um ressalto na disputa da bola e o brasileiro atira por cima. 42 minutos e oportunidade para o Porto, depois de bela combinação Samu, Pepe e Francisco Moura, este último remata, bate em António Silva e no ressalto, Gabri Veiga remata, acertando em Trubin, que fez a mancha, enviando a bola para canto. Na sequência do mesmo, remate, sem perigo, ao lado da baliza do guardião ucraniano.

Pouco depois vinha o intervalo na partida, mas não sem antes de Rios ver o cartão amarelo, o que se tornava numa condicionante para a segunda metade do colombiano. Tempo de descanso e previa-se que não haveria grandes mudanças na forma de jogar das águias para a segunda parte, a querem fechar mais no seu meio campo, procurando a transição e, num lance fortuito, quiçá chegar ao golo. Iniciava o segundo tempo, sem alterações de parte a parte e a toada, como expectável, mantinha-se: um Benfica mais retraído e na expectativa e um Porto a pressionar mais alto e mais perto da grande área encarnada. 48 minutos e era a vez de Bednarek ser sancionado com a cartolina amarela, após falta sobre Lukebakio e a impedir que o belga se dirigisse para a baliza de Diogo Costa. Dahl começava a vacilar no flanco esquerdo, inclusive o Porto parecia estar a direccionar-se mais por aquele sector e era Enzo que descaía mais para a esquerda, pois chegavam a surgir 4 jogadores da casa e apenas Aursnes no apoio, era curto.

Os visitados estavam agora mais agressivos no acto da recuperação do esférico e os encarnados tinham de reagir e não estarem dependentes da maior mestria em lidar com o esférico, mas sim lutar por ele. Porto arriscava mais no remate e em 15 minutos já tinha feito o mesmo número de remates que em toda a primeira parte. O Benfica não era de estranhar, para quem conhece bem Mourinho, sabe que este é o seu tipo de modus operandi nestes clássicos, nos jogos grandes, abdicando da posse, aposta em defender de forma coesa e espera por aquele golo milagreiro com base num génio individual.

63 minutos e primeira dupla substituição no Porto, saindo Pepe e Gabri Veiga, entrando William e Rosário. A aposta no brasileiro tinha como objetivo o um para um e capacidade de remate. Minuto 63 e boa oportunidade para as águias, na sequência de um livre junto à linha lateral esquerda, Pavlidis cabeceia e Bednarek ao tentar aliviar, acerta mal na bola e acerta em cheio no travessão da baliza de Diogo Costa. Positivo o aviso dos encarnados, a mostrarem que estavam a discutir o resultado e não apenas limitados à sua defesa.

Sensivelmente aos 68 minutos, William mostrava porque entrava e faz o seu típico movimento a fazer a diagonal para o centro e a rematar em arco e a passar perto da baliza de Trubin. Benfica entrava na sua melhor fase, conseguia ter mais posse de bola e conseguia também trocar o esférico com maior facilidade, pois a intensidade de pressão do Porto baixava. Conseguia os primeiros lances em profundidade para Dedic e Lukebakio, embora inconsequentes, davam sinal de alerta à defesa portista. Era altura de ganhar coragem e rematar mais à baliza, dado que com a maior facilidade em chegar à área, o remate impunha-se.

75 minutos e trocava de avançados Farioli, lançando Gul para o lugar do apagado Samu. Mourinho não mexia na equipa e estavam decorridos 78 minutos da partida, embora a equipa ainda demonstrasse alguma capacidade física, mas sentiam os adeptos encarnados que, provavelmente, conseguiam algo mais. Pois bem, parecia ter ouvido Mourinho e retirava Lukebakio da partida e entrava Barreiro. Por um lado, tentava ganhar mais intensidade no miolo, mas por outro, perdia eficácia e capacidade ofensiva, quase que transmitia uma mensagem que o empate satisfazia os visitantes e depois da melhor fase dos encarnados, a todos os níveis.

Jogo estava mexido, mas inconsequente, sem que qualquer dos conjuntos conseguisse gerar oportunidades de golo nas balizas contrárias e chegados aos 90 minutos, Mourinho tinha feito apenas uma substituição. Minuto seguinte e saía Sudakov e entrava Tomás Araújo e era a confirmação final que Mourinho estava satisfeito com o empate. Claro que o Porto ainda teve as suas oportunidades, como foi o caso de Mora, já nos 92 minutos, a rematar em arco, após boa assistência de Rosario, mas a bola acabava na trave da baliza de Trubin.

Terminava o jogo e o empate a refletir bem o que se passou na partida, sendo que nenhuma das equipas conseguiu criar grandes situações de perigo. Por fim, o empate acaba por ser justo para as duas equipas. Benfica, na melhor fase do jogo, foi quem teve mais perigo, mas não aproveitou. Mourinho, por seu lado, soube dar uma equipa sólida defensivamente e garantir que o Porto não ganhasse. Rios, Enzo e Aursnes foram fundamentais na travagem de Froholdt e Gabri Veiga. No fundo, o Benfica esteve bem defensivamente e os centrais foram, na minha opinião, os melhores em campo.

Este empate tem o seu lado mentalmente importante para a equipa de Mourinho, pois fica claro que esta equipa sabe competir com qualquer adversário e com um Porto fortíssimo. Um empate que, de certa forma, é mais favorável ao Benfica, que se mantém a 4 pontos da liderança, com a certeza de que qualquer um pode ser campeão.

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Pedro Jerónimo
Pedro Jerónimo

Um empate justo, necessário, mas no fim, pareceu saber a pouco!

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