Benfica - Santa Clara ‘ressuscita’ registo que perdurava… há 15 anos

Dia 12 de setembro certamente vai ser uma noite para esquecer para todos os Benfiquistas. Depois de uma entrada a todo o gás na temporada, eis que, à entrada para o 5.º duelo nas provas nacionais, o Benfica acabou por não sentir o sabor do triunfo, pondo um ponto final na série de invencibilidade.

O encontro da jornada anterior, diante o Alverca, parece ter sido a premonição para o embate da última noite. Numa tarde onde as águias sofreram bastante, ainda conseguiram sair com o triunfo, contudo, a receita não resultou desta vez e, frente aos açorianos, a equipa de Bruno Lage viu ir por água abaixo uma série que se impunha desde a Supertaça Cândido de Oliveira, a 31 de julho, diante do Sporting.

Depois de um regresso da pausa das seleções, onde o Benfica apenas contou com o grupo todo na véspera da partida, Bruno Lage entra assim com o pé esquerdo naquele que vai ser o primeiro ciclo infernal da temporada, que já começou mal, na sequência de um empate diante dos açorianos, e que se vai prolongar até ao Clássico, contra o Porto, a 5 de outubro.

Depois do deslize diante dos insulares de Vasco Matos, as águias do setubalense regressam ao relvado já na próxima terça-feira, 16 de setembro, para o arranque da Liga dos Campeões, diante do Qarabag. Seguindo depois três jornadas da Liga Portugal Betclic: AVS SAD a 20 de setembro, acerto de calendário com o Rio Ave (23) e partida com o Gil Vicente (26).

Se os encontros da duas próximas semanas já seriam complicados para o Benfica, que vai tentar conquistar o máximo de pontos nos encontros em questão, mais difícil fica na última semana de setembro, a entrar para outubro, com o Glorioso a viajar para Londres, a 30 deste mês, para uma visita ao Chelsea e, cinco dias mais tarde, os encarnados voltam à estrada, desta vez com o destino à Invicta, onde jogam com o Porto.

Numa noite onde a vitória apenas interessava, de forma a manter-se colado aos rivais no topo da liderança, o Benfica não foi além de um empate na receção ao Santa Clara (1-1). Além da exibição que não convenceu, a insatisfação dos adeptos foi uma constante ao longo dos 90 minutos, tendo os seus momentos mais ruidosos.

Escreve o jornal Record, na edição deste sábado, 13 de setembro, que os Benfiquistas presentes nas bancadas do Estádio da Luz, ao longo do encontro, fizeram questão de demonstrar que não estavam contentes com a exibição feita pela equipa de Bruno Lage, diante de um Santa Clara reduzido a 10 unidades.

Obviamente que o momento de maior contestação aconteceu após o apito final, quando ficou consumado o empate, momento em que a equipa, tal como o treinador, foram assobiados enquanto se retiravam do relvado, em direção aos balneários. No entanto, a insatisfação não aconteceu apenas no fim do encontro.

Durante os primeiros 45 minutos foi bem perceptível alguns momentos de impaciência da parte dos adeptos encarnados, face à falta de ideias e desinspiração da parte dos homens de Bruno Lage de chegarem à baliza açoriana, a fim de quebrar o nulo que se registava no marcador, algo que apenas aconteceu no segundo tempo, fruto de um golo de Vangelis Pavlidis.

Até João Pinheiro não fugiu aos assobios dos Benfiquistas. Na sequência do lance, que acabaria por ditar a expulsão de Paulo Victor, o bracarense foi apupado por apenas mostrar o cartão amarelo, momentos antes de ser alertado pelo VAR. Ainda antes da mudança de decisão, Simão Sabrosa, Diretor-técnico do Benfica, foi avistado a protestar junto do 4.ª árbitro.

A contestação dos adeptos teve altos e baixos e, no abrir da segunda parte, o tento apontado pelo camisola 14 pareceu ter serenado os ânimos, contudo, o caldo ficou entornado depois do erro de Nicolás Otamendi, que originou o empate nos minutos finais, elevando novamente a insatisfação dos Benfiquistas em relação à equipa e especialmente a Bruno Lage.

Na última noite, 12 de setembro, o Benfica regressou à competição e, como tem sido recorrente depois de uma pausa internacional, escorregou nos seus objetivos. No entanto, apesar do empate que ocorreu nos minutos finais, depois de um erro de Nicolás Otamendi, um dos destaques foi a expulsão de Paulo Victor, por tocar com os pitons na face de Tomás Araújo.

O lance em questão aconteceu à passagem do minuto 34, ainda durante a 1.ª parte da partida, numa altura em que o marcador ainda registava um nulo. Numa disputa de bola, o camisola 44 dos encarnados tentou cabecear o esférico, acabando por ser atingido na cabeça com os pitons do adversário.

Numa análise inicial, João Pinheiro, árbitro da partida, considerou que era falta para cartão amarelo, contudo, alertado pelo VAR, o juiz da AF de Braga mudou de decisão e expulsou o jogador do Santa Clara, originando uma onda de contestação pela decisão que tinha sido feito pelo responsável da partida.

Apesar de alguma discordância, há quem defenda que a decisão de João Pinheiro foi a mais acertada, como explicou Marco Ferreira, especialista do jornal Record: “Paulo Victor estica a perna, na disputa da bola, acabando por atingir a face de Tomás Araújo quando este tentava cabecear a bola. Falta grosseira colocando em risco a integridade física do adversário. Boa intervenção do VAR. Livre e vermelho bem exibido”.

Já no jornal A Bola, Pedro Henriques, especialista residente do diário desportivo, defende a mesma posição tida pelo bracarense: “Com as indicações dadas, e reforçadas semanalmente pelo Conselho de Arbitragem, para lances de solas, pitons, pés altos, e em zona como cara, cabeça, neste caso até corpo, que coloquem em risco a integridade física do adversário, é falta grosseira e vermelho”.