Especialistas de arbitragem validam queixas do Benfica: “Ação negligente”

Os sócios encarnados votaram para chumbar o Relatório e Contas apresentado pela Direção de Rui Costa, na Assembleia Geral do Benfica - que ficou marcada por alguns confrontos. Num dia importante para a vida democrática do Clube da Luz, os adeptos pareceram posicionar-se contra o atual Presidente das águias.

Segundo as informações que chegam da Assembleia Geral do Benfica, 63,49 por cento dos sócios presentes votaram para chumbar o Relatório e Contas apresentado pela Direção de Rui Costa. No sentido contrário, apenas 36,51 por cento dos associados votou para que o documento fosse aprovado.

Apesar da má notícia, que também demonstra o número de adeptos contra a Direção de Rui Costa, a verdade é que este chumbo não tem qualquer consequência prática para os atuais dirigentes encarnados. No entanto, não deixa de ser um momento simbólico importante a menos de um mês das eleições.

Relembrar que, depois da votação para o Relatório e Contas, vão ainda ser votados os regulamentos eleitorais, na Assembleia Geral do Benfica. Os sócios presentes na AG do Clube encarnado ainda vão ter, assim, mais uma oportunidade de expressar a sua opinião.

Quem já não o vai fazer é Luís Filipe Vieira. O antigo Presidente do Benfica esteve presente na Assembleia Geral, mas acabou por abandonar o recinto, e não vai estar presente na parte da tarde - tal decisão aconteceu no seguimento de ver um pedido para alteração da MAG ignorado, considerando, assim, que não valeria a pena a sua presença num dos momentos altos da vida democrática do Clube.

Confira, aqui, a reação dos sócios do Benfica a Luís Filipe Vieira:

César Peixoto e José Mourinho conversaram, antes do Benfica - Gil Vicente, que se jogou na última sexta-feira, dia 26 de setembro. O treinador encarnado deixou elogios aos técnico gilista, que tem sido uma das revelações desta edição da Liga Portugal Betclic.

"Não coincide porque ele tinha 21 anos com todos os defeitos dos jogadores de 21 anos, ele reconhece. Estivemos a conversar antes do jogo. Reconhece que é um período diferente", começou por explicar José Mourinho, acerca do período em que o treinador do Benfica orientou o técnico do Gil Vicente (que ainda jogava), no Porto - e que não considerou o resultado justo.

José Mourinho prosseguiu, com nova revelação sobre esse período no Porto: "Estive na operação ao ligamento cruzado dele, e ajudou-me muito. Eu era daqueles que queria que recuperassem depressa, depois disso comecei a ser mais equilibrado".

"Perguntei se gostava e ele disse que gostava muito, mais que quando jogava e isso é o que um treinador precisa", explicou, a terminar o tema, José Mourinho, ainda sobre a conversa que partilhou com César Peixoto antes do Benfica - Gil Vicente, acerca do novo papel do treinador do conjunto de Barcelos.

Por último, José Mourinho foi questionado sobre se ficou surpreendido com o nível do Gil Vicente, e pelo plano de jogo apresentado por César Peixoto: "Não me surpreendeu, é o que vi desde o início do campeonato, tem qualidade para olhar para cima, não tem medo de descida de divisão".

José Mourinho mostrou-se contente por voltar a disputar a Liga dos Campeões, desta feita ao leme do Benfica. O treinador encarnado concedeu uma extensa entrevista à UEFA, onde, para além de falar do seu regresso ao Clube da Luz, também abordou o retorno à Champions League.

"Sinto-me mais forte, sinto-me um treinador muito melhor do que antes. Como pessoa, o DNA é igual, nasces e morres com o mesmo. Acho que um treinador nasce e morre com o mesmo DNA, não tem hipótese a dar. Mas como pessoa há diferenças. A diferença fundamental que eu reconheço em mim próprio é que, se calhar, no início eu pensava mais em mim, e transformei-me de uma maneira em que, não sei, sinto-me mais altruísta, sinto-me que estou no futebol mais para ajudar os outros do que para me ajudar a mim próprio", começou por explicar.

Prosseguiu, sobre o estado de espírito nesta fase da carreira: "Provocador, talvez um pouco, mas diabo, nunca. Mas génio nunca me senti. Senti sempre que tenho, obviamente, capacidades naturais, e que fui adquirindo, para ser um bom treinador, como os grandes jogadores seguramente sentem. Há jogos na minha carreira em que eu senti 'ganhei'. Fui eu que ganhei. Este jogo fui eu que ganhei. Sinto. Às vezes, sinto. Porque às vezes tens cliques, tens decisões, tens estratégias, às vezes antes do jogo, mas outras durante o jogo".

José Mourinho falou, depois, sobre como lida com o que os outros pensam de si: "É uma coisa que eu não posso controlar. Ainda há pouco tempo diziam que eu, nestes últimos anos da minha carreira, não tinha ganho tantos títulos como tinha ganho no passado. OK, é verdade, mas quantos treinadores na Europa é que fizeram 2 finais europeias nos últimos 5 anos? É que não é nos últimos 25, é nos últimos 5. Portanto, às vezes as pessoas medem-me por coisas que eu consegui e não pela realidade do momento. Mas é problema das pessoas, não é problema meu".

"Estou mais a pensar no clube, estou mais a pensar na alegria dos adeptos do que propriamente em mim. E acho que também é um câmbio natural que não me desvirtua como treinador, mas como pessoa dá-me um lado... que eu gosto de viver com esse lado diferente. Eu continuo igual, só que uma coisa é ires à procura, é ires deliberadamente à procura desse conflito, e outra coisa é: o conflito aparece à tua frente, ou o conflito vem ter contigo", rematou o treinador do Benfica.