Tiago Godinho
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08 Mar 2024 | 17:15

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Tiago Godinho

Na campanha eleitoral, pouco ou nada foi falado sobre o que cada partido pretende para o desporto em Portugal


A última semana foi horrível do ponto de vista desportivo, naquela que é a principal atividade do Sport Lisboa e Benfica, o futebol. É imperioso reagir e dar tudo, da direção a cada um dos Benfiquistas que o máximo que podem fazer é apoiar incessantemente quem representa o Sport Lisboa e Benfica, para no final desta época terminar com as conquistas que tanto ansiamos: o 39 ª a 27 ª e a 1 ª em 2024.


Nas próximas semanas certamente voltarei a analisar o passado recente que, não deve ser esquecido, deve estar presente para conseguirmos entender o que precisamos de fazer para não o voltarmos a repetir.


Hoje, venho falar do acto eleitoral do próximo domingo dia 10 de Março, pouco mais de dois anos depois os portugueses vão ser chamados a eleger os deputados que os vão representar na Assembleia da República.

Num país que está a pouco mais de um mês de comemorar os 50 anos de vida em democracia, a participação de cada um é fundamental, no limite não deixando para outros o que é um direito e dever: votar.

Portugal é um país muito melhor do que aquele que era em 1974, seja do ponto vista económico, de liberdades sociais ou do desenvolvimento individual de cada cidadão. Apesar disso existe ainda muito por fazer, e no que concerne à actividade desportiva o trabalho é gigante. O país da Europa com a maior taxa de absentismo na prática desportiva da sua população e com um desporto escolar que é uma miragem, acarreta desafios enormes, um dos mais óbvios na saúde de cada um dos seus cidadãos.

Na campanha eleitoral, pouco ou nada foi falado sobre o que cada partido pretende para o desporto em Portugal. O movimento Servir o Benfica enviou aos 8 partidos com atual representação parlamentar um conjunto de propostas, que são para nós importantes para o desenvolvimento sólido e harmonioso do desporto em Portugal, nomeadamente:

1. Revogação do Decreto-Lei n º 22-B/2021 (Centralização dos direitos TV);

Sem a reformulação dos quadros profissionais, num país que teima em manter 36 clubes profissionais, o mesmo que a Alemanha que tem só 8 vezes mais população que a portuguesa. Onde os estádios estão constantemente vazios e onde os próprios clubes não conseguem vender as suas transmissões no próprio país. Hoje, a Liga Portuguesa está condicionada pelas transmissões televisivas de outros campeonatos para a transmissão dos seus jogos, quando no próprio país não conseguimos impor o nosso produto, esperamos mesmo que este seja mais valorizado por somente a negociação ser coletiva ao arrepio daquilo que a realidade continua a demonstrar?

2. Redução da taxa de IVA nos bilhetes dos jogos das Ligas Profissionais de Futebol de 23 % para 6 %;

Qual o motivo para a discriminação dos espetáculos desportivos, face a outros espectáculos de cariz cultural em que a taxa é de 6 %?

3. Isenção da taxa de IVA nos bilhetes dos jogos das competições não profissionais de futebol e restantes modalidades desportivas;

Seja no futebol amador ou nas modalidades ditas amadoras, que muitas vezes nem oferecendo as entradas para esses jogos conseguem lotações relevantes, não é bem razoável permitir que os clubes possam gerar algum tipo de receita por muito residual que seja?

4. Revogação definitiva das ZCEAPs (Zonas com Condições Especiais de Acesso e Permanência de Adeptos);

As ZCEAPs resolveram ou diminuíram os incidentes de violência no desporto?

5 - Redução para metade das taxas de IRS aplicáveis a todos os atletas profissionais (com excepção do futebol);

Portugal, retirando o futebol da equação, nas Olimpíadas nas últimas décadas, só foi representado por equipas coletivas em duas modalidades: Hóquei em Patins, Barcelona 1992 competição experimental, Andebol, Tóquio 2020. Quem conhece a realidade portuguesa, sabe que muitos atletas na passagem da formação para os séniores são forçados a fazer uma escolha entre continuar a competir ou enveredar por outra atividade profissional. A possibilidade de reduzir as taxas de IRS a todos os atletas nacionais que sejam profissionais, permitirá que se possam dedicar a 100 %, certamente com resultados no médio prazo nos resultados coletivos das nossas seleções.

Portugal venceu desde os JO de 2004 em Atenas 11 medalhas olímpicas. Duas de ouro, 5 de prata e 4 de bronze. Destas 10 medalhas, 5 foram de atletas do Sport Lisboa e Benfica e outras 5 de atletas do Sporting Clube de Portugal. É evidente que o principal mérito é de cada um dos atletas que conquistou com o seu talento e trabalho a glória olímpica, mas sem a ajuda destes clubes provavelmente teria sido bem mais complicado.

6 - Apoio financeiro, a estabelecer na próxima legislatura, aos clubes que comprovadamente tenham nos últimos 5 anos fomentado a formação desportiva dos jovens portugueses;

Num país onde o desporto escolar continua a ser uma miragem, o apoio financeiro aos clubes que formam e fomentam a prática desportiva, principalmente nas modalidades onde o profissionalismo em Portugal dificilmente será uma realidade no curto prazo, é uma forma de compensar o trabalho de todos os clubes nacionais que ao longo dos anos continuam a não desistir dos jovens portugueses. Analisar na próxima legislatura um valor mínimo por atleta formado seria sem dúvida uma compensação justa para os clubes e um estímulo para manterem a atividade nobre de permitir aos jovens portugueses uma atividade desportiva regular.

Concluo, no dia 10 de Março, independentemente da opção de cada um, é fundamental exercermos o nosso direito e dever, indo votar. Posteriormente manter a fiscalização ativa aos que agora elegemos, e aquilo que cada um dos partidos defender nesta temática, não pode ser ignorado, enquanto apreciadores de desporto e enquanto cidadãos, pois um povo que pratique regularmente atividade física é um povo mais saudável e que certamente necessitará no presente e no futuro de menores cuidados de saúde. Apostar no desporto é ser proativo na prevenção e salvaguarda da saúde dos portugueses.

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