Nuno Campilho
Biografiado Autor

02 Jul 2025 | 02:00

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Nuno Campilho

descansar é o mote, agora, pois em menos de um mês já estaremos a disputar a Supertaça, num registo non-stop que não está ao alcance de todos


Eu tenho uma expressão, que utilizo amiúde – pelo que admito que me caracterize – sobretudo em ambiente profissional, mas, também, pessoal, que é dizer que posso não ser o melhor, mas dou o melhor de mim.


Ocorreu-me isto a propósito do Benfica e da sua participação no Mundial de Clubes.


É tramado ser treinador do Benfica. De per se, por aquilo que se diz e que não se diz, por aquilo que se é e não se é, e porque sim, pois, para quem sente a grandeza do Benfica, como nós, torna-se auto explicativo.

Vai daí, perante a assunção, por parte do Bruno Lage, que o Benfica tinha cumprido o objetivo que tinha traçado, logo vieram, a terreiro, os habituais perturbados que só dizem mal por duas razões – por tudo e por nada – afirmar que o treinador tinha admitido que o cumprimento do objetivo passava por perder nos oitavos de final da prova. Eu continuo a ser suficientemente ingénuo – e hei-de morrer assim – para ainda ‘dar de barato’ e considerar que as palavras proferidas foram mal interpretadas, pois, o que o senhor, certamente, quis dizer, foi que o objetivo traçado era passar a fase de grupos e, naturalmente, daí em diante, tentar chegar o mais longe possível, com a convicção que o objetivo mínimo e inicial já havia sido cumprido. Só que não… não há lugar a más interpretações, quando a tolerância é zero e, na cabeça de alguns, não chega, ao Benfica, dar o seu melhor, mas, ser o melhor.

Eu bem sei que tentar ser racional, no que ao futebol diz respeito, é comportamento que se anula, pois o futebol é emoção e coração, o que deita por terra qualquer assomo de razão. Lamento, mas eu não consigo, nem pensar, nem ser assim e, creiam, não é isso que faz de mim menos benfiquista, muito antes pelo contrário.

Ver, interpretar, e lidar com as coisas como elas são, é meio caminho para o sucesso, pois é em função disso e das respetivas circunstâncias, que se traçam objetivos e se estabelecem metas… exequíveis. Mas, como no Benfica, existe este paradoxo de entre se dizer que o presidente não serve, que o treinador é curto e que os jogadores não prestam, mas, ao mesmo tempo, se exige que ganhem todas as competições em que estão envolvidos… faz-se-me um nó no cérebro. Analisar tudo isto à luz desse paradoxo, não cabe, efetivamente, no foro racional de quem quer que seja, o que leva a que os meus próprios argumentos se anulem mutuamente (razão vs. emoção) e entremos por caminhos ínvios de um ciência que se desconhece…

O Benfica deu o seu melhor. E o seu melhor deu para vencer o Bayern de Munique pela primeira vez na história do confronto entre as duas equipas e deu para empatar, no tempo regulamentar, com o Chelsea, que tem só mais do triplo do orçamento, no que à valorização da sua equipa diz respeito. Acabado de assegurar o 4.º lugar da Premier League e de conquistar a Conference League, com um conjunto de jogadores internacionais pelos respetivos países (Inglaterra, Espanha, França, Argentina, Portugal, Equador, Brasil, Senegal) e ainda deixando no banco (e na bancada), jogadores como Nkunku, Madueke e Nicolas Jackson (80 golos nas duas últimas épocas na Premier League), estávamos à espera de quê? De golear? Goleados acabámos nós, numa inenarrável 2.ª parte do prolongamento, fortemente condicionada pela escusada expulsão do Prestianni.

E no melhor que o Benfica deu, não posso deixar de destacar o Trubin (que exibição monstruosa frente ao Bayern), o António Silva, que esteve irrepreensível, a fazer lembrar o António Silva que despertou o interesse dos principais clubes europeus na sua contratação (e que parece voltar a despertar), o Otamendi, que em boa hora renovou contrato por mais um ano e o Di Maria, que se despediu em grande, com as exibições possíveis que a sua ainda magia e a sua já idade permitiram. Foi um privilégio… obrigado Mágico!

Posto isto, descansar é o mote, agora, pois em menos de um mês já estaremos a disputar a Supertaça, num registo non-stop que não está ao alcance de todos.

Temos matéria-prima, temos potencial, temos competência, temos talento, temos profissionalismo, só falta vencer. E, aí, meus caros amigos, já afino pelo diapasão dos “outros”. Por muito que se dê o seu melhor, por mais exigentes que sejam os desafios que nos esperam e por mais atenuantes que queiram desencantar e interpretações que se queiram fazer, passar mais uma época num quase jejum integral de títulos, não é dar o melhor, é ficar aquém do melhor que eu tenho a certeza que este Benfica consegue dar.

Força… restabeleçam o físico e renovem o psicológico… até no futsal conseguimos, num registo de superação que acaba por ser o aditivo certo para associarmos ao nosso melhor. Se assim for, o sucesso está (quase) garantido e o céu perto de ser o limite.

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

02 Jul 2025 | 02:00

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Dar o seu melhor

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Nuno Campilho
Tiago Godinho

01 Jul 2025 | 14:19

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2024/25 – O Desfecho Esperado

Mínimos olímpicos. Sem capacidade para sonhar com mais. Um cenário previsível desde maio de 2024, quando escrevi que era preciso liderança

Nuno Campilho
Bernardo Alegra

30 Jun 2025 | 19:13

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Primeiro o Benfica

Primeiro o Benfica é daquelas frases “la palacianas” para quem representa o Glorioso, mas que muitas vezes são pouco mais do que palavras

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