Nuno Campilho
Biografiado Autor

12 Set 2024 | 06:00

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Nuno Campilho

Sábado é um dia de muitas decisões. Não de todas as decisões, porque a procissão ainda vai no adro,


Agora que o outro já ERA, afigura-se a chegada da nova ERA Lage, pelo que, do passado já rezou a história e teremos de reescrever a história presente e, sobretudo, a futura.


E como já chega de alusões a campanhas de agências imobiliárias, vamos ao que interessa.


Como tive oportunidade de deixar, penso eu, claro, Bruno Lage não seria a minha escolha para treinador do Benfica. No entanto, a partir do momento que o é, passou a ser o meu treinador, aquele que eu quero que eleve o Benfica a um patamar de superioridade, de sucesso e à conquista dos títulos que todos ambicionamos e que, passe este titubeante início de época, ainda se encontram perfeitamente ao nosso alcance.

Respeitarei as suas decisões, como sempre o fiz relativamente aos seus antecessores, mesmo que com elas não concorde e não deixarei de o manifestar com o respeito e a consideração que saberá fazer por merecer. Isto da coerência, bem sei, não toca a todos, mas no que a mim concerne, não esperem outra coisa.

Sábado é um dia de muitas decisões. Não de todas as decisões, porque a procissão ainda vai no adro, mas, ninguém como Bruno Lage quererá, desde já, demonstrar que colocar a equipa a ganhar e a jogar bem não são palavras ocas e, ainda menos, haverá alguém que queira, tanto como o próprio, demonstrar que a sua saída, há uns anos, pecou por ser prematura e algo intempestiva.

Nunca, como agora, o tempo será tão bom conselheiro, no entanto é como dizia (julgo) o Toni, no Benfica não há tempo. E, acrescento eu, no Benfica há ação e ela espera-se que possa ser uma ação que catapulte a equipa pra uma dinâmica de vitória que se quererá imparável.

Depois, há outras decisões, do foro mais técnico-tático, cuja responsabilidade é única e exclusiva do treinador e da sua equipa técnica, o que, ainda assim, não deixam de nos fazer pensar.

Com a promessa (que é mais vontade e desejo, do que, propriamente, promessa, portanto, vou condescender) de uma equipa a jogar em profundidade, numa renovada vertigem ofensiva, não posso deixar de questionar onde se encaixa o equilíbrio e a posse, num cenário desta natureza. Sabendo que Bruno Lage privilegia a existência de um médio diferenciado, com chegada à área, naquilo que se ousa designar por um médio “box-to-box”, assim como a presença de um jogador nas costas do ponta-de-lança e a aposta em extremos puros, ao invés de médios interiores, quem é que faz as compensações?

Eu não sou treinador (nem de bancada), mas ao desfazer o duplo pivot do meio-campo, a tarefa de transportar a bola no meio-campo ofensivo, para que se possa dar a tão almejada profundidade em falta, será feita por quem? Renato, Kökçü, ou Rollheiser? E atrás do ponta-de-lança quem é que joga? Amdouni? E nas alas… Aktürkoglu e Di María? À partida, parecem mais ou menos lógicas estas questões e as propostas de resposta, sobretudo se atendermos às ausências, por lesão, de Aursnes e Tiago Gouveia. Mas há dúvidas que permanecem e essas, julgo, nem o jogo do próximo sábado ajudará a esclarecer, que é o facto de perceber quem é que defende, para além do Florentino, mesmo sendo eu um crítico feroz da solução do duplo pivot siamês.

Se querem que vos diga aquilo que penso – embora não duvide estar longe da realidade – é provável que Bruno Lage não arrisque, desde já, com um modelo radicalmente diferente do que temos vindo a assistir e, com a lesão de Renato Sanches, a probabilidade vai para uma aposta mais contida e suportada em jogadores já ambientados e integrados, com exceção para Aktürkoglu, que é provável que jogue pela esquerda (até pela falta de soluções existentes, a menos que lá coloque o Prestianni), com Rollheiser pelo meio e Kökçü a jogar mais próximo de Pavlidis, ainda que mais distante do que aquilo que eu próprio defendo, não sabendo, ainda, o que pode valer Amdouni. Kökçü tanto pode ser um segundo avançado (em 4-4-2, ou em 4-2-4, ou em 4-1-3-2), como um terceiro médio (em 4-1-2-3, ou em 4-3-3).

Ainda que o jogo aparente ser fácil (lugar-comum, já não há jogos fáceis), creio que até Bruno Lage percebe e apostará, primeiramente, em vencer, do que começar já a jogar maravilhas, assumindo um risco calculado, num jogo que até terá características para assim ser assumido.

Estamos todos ansiosos e o mais ansioso de todos, não duvido, será o treinador, o qual, por mais confiança e determinação que transmita (e que só lhe fica bem), é um ser humano e benfiquista, pelo que não duvido que vá estar “apertadinho” assim que chegar ao banco, minutos antes do jogo começar.

Espero, sinceramente, que os adeptos ajudem e, acima deles, ainda, os jogadores, na expetativa que ponham ao serviço do coletivo, a inegável qualidade futebolística que possuem e não possam acalentar um futuro auspicioso, que facilite a história para a qual todos quererão contribuir e cuja responsabilidade agora recai sobre um autor insuspeito, de seu nome, Bruno Lage.


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Nuno Campilho
Gonçalo Duarte

02 Out 2024 | 12:30

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Fernando Gastares

É quase como se estivéssemos a assistir a um truque de Houdini, onde a responsabilidade desaparece magicamente sempre que os resultados são desfavoráveis

Nuno Campilho
Nuno Campilho

02 Out 2024 | 06:00

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Prova de fogo

Meus amigos, ilustres Benfiquistas, favas contadas só na música do José Cid, portanto, muito foco e poucas ‘chouriçadas’, vamos lá ser competentes

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Tozé Santos e Sá
Tozé Santos e Sá

APONTAMENTO – Vermelho e Branco: Valeu a pena criticar...

Se estava tudo bem, porquê do entusiasmo agora com as vitórias?

04 Out 2024 | 13:39

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Gonçalo Duarte
Gonçalo Duarte

Fernando Gastares

É quase como se estivéssemos a assistir a um truque de Houdini, onde a responsabilidade desaparece magicamente sempre que os resultados são desfavoráveis

02 Out 2024 | 12:30

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

Prova de fogo

Meus amigos, ilustres Benfiquistas, favas contadas só na música do José Cid, portanto, muito foco e poucas ‘chouriçadas’, vamos lá ser competentes

02 Out 2024 | 06:00

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