No dia 9 de outubro de 2021, Rui Costa foi eleito, na eleição mais participada de sempre (mais de 40 mil votantes), o 34.º Presidente do Sport Lisboa e Benfica

No dia 9 de outubro de 2021, Rui Costa foi eleito, na eleição mais participada de sempre (mais de 40 mil votantes), o 34.º Presidente do Sport Lisboa e Benfica.

Após a detenção de Luís Filipe Vieira em julho desse ano - sem ter terminado sequer o 1.º ano do mandato 2020-2024 -, Rui Costa mereceu o voto de confiança da esmagadora maioria dos benfiquistas, apesar de ser administrador da SL Benfica, SAD desde 2008.

Rui Costa assumiu a presidência ainda em julho de 2021, num contexto complexo. Ficou então definido que as eleições seriam realizadas após:

• a conclusão do empréstimo obrigacionista;

• a conclusão da preparação das épocas desportivas das equipas de futebol e modalidades.

Em 2025, caso o atual Presidente não vença, o novo eleito herdará uma época 2025/26 preparada pela atual Direção. Algo que, dadas as circunstâncias de 2021, Rui Costa teve a oportunidade de evitar.

Este é um ponto que deverá ser revisto nos estatutos, realizando as eleições no primeiro semestre do ano e não em outubro.

Quatro anos depois, é tempo de balanço — desportivo, associativo e financeiro.

Balanço Desportivo

Futebol Masculino

• 1 Campeonato em 4;

• 1 Taça da Liga;

• 2 Supertaças;

• 0 Taças de Portugal.

Competições europeias:

• 2x Quartos de final da Liga dos Campeões;

• 1x Oitavos de final da Liga dos Campeões;

• 1x Quartos de final da Liga Europa.

Investimento:

Entre 2021/22 e 2025/26, o Benfica investiu 397,6 milhões de euros, contra 276,17 M€ do Sporting e 267,57 M€ do FC Porto — com retorno desportivo claramente inferior.

Em cinco épocas, Rui Costa contratou 46 jogadores.

Indiscutivelmente bem-sucedidos: Enzo Fernández, Di María, Aursnes, Carreras e Pavlidis.

Apenas 5 em 39 nas primeiras quatro épocas tiveram rendimento justificado.

Modalidades Masculinas

• Andebol – 1 Taça EHF, 0 Campeonatos (último em 2008)

• Basquetebol – 4 Campeonatos (tetracampeão)

• Futsal – 1 Campeonato

• Hóquei em Patins – 1 Campeonato

• Voleibol – 3 Campeonatos

O andebol continua estagnado, o basquetebol e voleibol têm sido oásis de sucesso, e no hóquei as contratações milionárias contrastam com resultados dececionantes — incluindo eliminações e derrotas frente a equipas com vários ex-benfiquistas.

Futebol Feminino

• 4 Campeonatos em 4;

• 3 Taças da Liga;

• 1 Taça de Portugal;

• 2 Supertaças.

Modalidades Femininas

• Andebol – 4 Campeonatos;

• Basquetebol – 3;

• Futsal – 3;

• Hóquei em Patins – 4;

• Voleibol – 1.

No feminino, o Benfica apresenta um trabalho de excelência, com hegemonia quase total nas modalidades e domínio absoluto no futebol.

Balanço Associativo

A revisão estatutária foi a principal conquista — mérito também da Direção.

Mas o processo careceu de transparência: criada a comissão em novembro de 2021, o trabalho foi entregue em março de 2022, mas o processo só avançou em junho de 2024, pressionado pelos maus resultados.

Persistem problemas sérios:

• Inação disciplinar perante o ex-Presidente;

• Distanciamento crescente entre associados e equipa de futebol;

• Rejeição dos Relatórios & Contas de 2023/24 e 2024/25 e do Orçamento de 2025/26;

• Processo do regulamento eleitoral onde os sócios foram afastados da sua construção.

Balanço Financeiro

SL Benfica SAD

• 2 exercícios positivos (2023 e 2025): +38,6 M€

• 2 negativos (2022 e 2024): –66,4 M€

• Ativo cresceu 7%, mas o passivo aumentou 12%, aproximando-se dos 500 M€.

• Forte dependência das receitas de transferências, apesar do aumento de receitas da UEFA, bilhética e direitos audiovisuais.

Sport Lisboa e Benfica (Clube)

• Subida da quotização entre 2021/22 e 2024/25: +5 M€, sinal da fidelidade dos sócios.

• Dependência acentuada de quotas e merchandising (mais de 60% das receitas).

• Custos mais controlados do que na SAD, mas fortemente impactados por esta.

Conclusão

Foram quatro anos de resultados medíocres no futebol e, salvo exceções (basquetebol e voleibol masculinos), muito aquém do investimento realizado nas modalidades.

A dependência excessiva da venda de jogadores mantém-se, e mesmo com presenças regulares na Liga dos Campeões, o modelo é insustentável.

É urgente conter custos (sobretudo os que não impactam o rendimento desportivo) e aumentar receitas, nomeadamente através da valorização dos direitos audiovisuais.

Mas será possível fazê-lo com o mesmo Presidente dos últimos 4 anos, e que foi administrador da SAD de 2008 a 2021?

Quem acreditar nisso, provavelmente ainda espera o Pai Natal na madrugada de 24 para 25 de dezembro.

Viva o Incomparável, o Sport Lisboa e Benfica!