Um amigo meu dizia, há dias, a propósito da “novela” Enzo, que o melhor do Benfica são os adeptos, e o pior do Benfica são os Benfiquistas.

Disclamer: isto não é um artigo de medição de Benfiquismo, nem de apelo ao verdadeiro Benfiquista, pois, para mim, isso não existe. Nas vitórias, e nas derrotas, E pluribus Unum!

Um amigo meu dizia, há dias, a propósito da “novela” Enzo, que o melhor do Benfica são os adeptos, e o pior do Benfica são os Benfiquistas.

Há adeptos que são de um empenho e abnegação admiráveis e invejáveis. Calcorreiam o país e o estrangeiro atrás do clube. Sim, do clube, pois não importa a modalidade. Seja futebol profissional, futebol jovem, futebol feminino, ou qualquer modalidade de pavilhão. São do Benfica... daquela direção, desta direção, de outra direção; com aqueles jogadores, com estes jogadores, com outros jogadores; com aqueles treinadores, com estes treinadores, com outros treinadores. Nas vitórias, nos empates, nas derrotas... Benfica Sempre!

Depois há aqueles, Benfiquistas, que “põem a cabeça de fora” e são a “fúria do teclado”, quando os resultados não são os melhores. Em bom rigor, só “dizem mal” por duas razões... por tudo e por nada.

Pelo meio, temos o adepto/Benfiquista bipolar... aquele que está em êxtase e à beira do clímax ao minuto 76 do Benfica-Juventus – minuto em que o Rafa falha o hat-trick e não coloca o Benfica a vencer por 5-1 – e que ao minuto 79’ – minuto em que a Juventus faz o 3-4 – está aos berros em direção ao banco a gritar “mexe na equipa, porra”. É aquele que às 21h15 do passado dia 29 de novembro clama que o Benfica vai ser campeão europeu e às 23h00 do mesmo dia assume que o ‘benfiquinha’, assim, vem por aí abaixo e nunca mais para. Basicamente, é um registo oratório/escrito, que anda entre passarmos ser dizimados por qualquer adversário, até ao cúmulo de nem sermos apurados para as competições europeias do próximo ano.

Por fim, temos aqueles que são – ou tentam ser – equilibrados. Não lhes gabo a sorte... Bem sabemos que a paixão pelo futebol (e pelo Benfica, em particular), potencia a irracionalidade, logo, toldando o raciocínio, até, dos que, por hábito, não saem do sério. Na euforia da vitória ninguém se lembra – nem ninguém quer ser lembrado – dos dislates e das profecias da desgraça. E mesmo aqueles que resistiram e mantiveram a serenidade, são só mais uns que sempre acreditaram, que sempre disseram que este ano é que era, e que este treinador é o maior e que os jogadores são notáveis. Nesta inebriação, quem é que os vai questionar? Pois...

Agora, no desalento da derrota, ou no desânimo pela perda, os arautos passam a maiores, que sempre avisaram, e que ninguém os ouvia, e que a razão estava do seu lado. Coitados dos menos irracionais e sensatos, que passam a “bombos da festa”, até, porque, “dos fracos não reza a história” e no meio do sepulcro, quem é que os vai questionar? Pois...

Como é bom de ver, isto do futebol e do Benfica, está tudo menos para “frescuras”.

Foi a derrota em Braga (para os mais esquecidos, a primeira derrota, esta época, ao fim de 29 jogos), é a “novela” Enzo, é a falta de soluções para contrariar os designados “blocos baixos”, é a carência de novos/outros jogadores, são as ausências para o jogo com o Portimonense (Rafa, Neres, Enzo?), é a pouca firmeza da direção, é o “por tudo e por nada”.

Apetece perguntar... então e como é que foi até aqui? O Enzo não jogou a 2.ª parte no Dragão e vencemos o FC Porto. O Enzo não jogou em Israel e vencemos o Maccabi por 6-1. Empatámos em Guimarães e nas Caldas da Rainha com ele em campo e perdemos em Braga, também com ele em campo. O Neres joga de forma intermitente, as soluções no banco são as mesmas de sempre (isto é, as mesmas dos 28 jogos sem perder), e quanto ao Rafa (esse, sim, bem mais difícil de substituir), é começar o jogo logo com o Musa ao lado do Gonçalo, o que, embora sem produtividade nenhuma, sempre abriu um pouco mais a defesa do SC Braga, no último jogo.

Mas, e quem é que vai perguntar? Pois...

Um abraço e Bom Ano!