O Benfica confirmou a sua superioridade futebolística e a consequente e justa passagem à próxima fase da Liga dos Campeões

O Benfica acaba de se apurar, de forma justa, para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

Não sei a que sorte o treinador do Monaco se referia, alegando que foi isso que o Benfica teve, para seguir em frente, mas eu, recuando ao jogo no Principado, só posso depreender que o senhor estaria a falar da sorte que a sua equipa teve por não ter sido derrotada, nessa ocasião, por números bem mais elevados.

Mas, adiante, pois dos fracos não reza a história e, como alguém hoje bem lembrava, este Monaco é o pior Monaco desde o tempo em que o Napoleão levou uma tareia do Wellington durante a Batalha de Waterloo.

Vamos ao jogo. Sofrido e sofrível, isto é, nada a que o Benfica não nos vá habituando.

Jogar na Champions, sem o Florentino no meio-campo, é como comer um pastel de nata… sem nata! Um ‘buraco’! Foi um “ver se te avias” de francas passagens sem pressão, aquelas transições ofensivas do Monaco, cujos jogadores se devem ter cansado de terem tanto campo para correr sem encontrarem oposição. Descoordenação no momento de compensar a pressão, com um Kökçü que não defende nem bem, nem mal, pura e simplesmente, não defende (o que não é o mesmo que dizer que jogou mal, muito antes pelo contrário), um Aursnes que, em nítida debilidade de níveis físicos não tem como estar em dois lugares ao mesmo tempo (porque, normalmente, até está, o problema é não estar no seu normal), sobrando o Barreiro, que é um bom “faz tudo”, mas, ao qual, ontem, era pedido que fizesse só uma coisa, mas ele teve dificuldades em fazer, sem prejuízo do seu esforço, que é de louvar, e do excelente ‘roubo’ de bola que esteve na origem do primeiro golo das águias.

Dos mais de 60 mil espectadores que se encontravam no estádio, talvez só os mais não pensassem que o Lage deveria mexer ao intervalo. Não mexeu. Perdeu… uma oportunidade para impedir o golo monegasco que empatou a eliminatória.

Qual despertador do coma em que parecia estar induzido, de pronto duas substituições que mudaram o jogo e, estou certo, contribuíram de forma decisiva para o resultado final e para a consequente passagem à próxima fase.

Um 4-4-2 mais evidente, com Dahl à esquerda e Aursnes à direita, com Barreiro e Kökçü no meio, e Amdouni e Pavlidis na frente, com o primeiro a partir, invariavelmente, da esquerda. O preenchimento do nosso corredor esquerdo com mais um jogador (e que boa surpresa o Dahl se está a revelar), secou o magnifico futebol do Akliouche (que jogador… pode escolher o clube para onde quer ir na próxima época!) e, com isso, o poderio ofensivo do Monaco ficou reduzido a dois erros sucessivos no mesmo lance, o primeiro do Otamendi na abordagem, e o segundo do Trubin no defeituoso gesto técnico de ataque à bola, que permitiu que esta lhe passasse por baixo do corpo.

Com um Aursnes só a fazer uma coisa, de forma clara e evidente (médio-ala), até o corredor direito começou a carburar melhor, pois, diga-se em abono da verdade, tanto o outro turco, como o prodígio norueguês, passaram, mais uma vez, ao lado do jogo, ainda que o primeiro tenha surgido, muito lesto, ao segundo poste, para fazer o golo que inaugurou o marcador.

Com tudo isto e com um Pavlidis em excelente forma, um Kökçü muito participativo e intenso, e um Carreras a encarreirar, sobretudo, na segunda parte, aos quais se juntaram as boas entradas do Dahl e do Amdouni, o Benfica confirmou a sua superioridade futebolística e a consequente e justa passagem à próxima fase da Liga dos Campeões, o tal bem maior do qual ninguém se deveria alhear, ao invés de andar sempre à procura dos defeitos e dos males e de resumir tudo à sorte, ou à falta dela. No meu tempo, chamava-se, a isto, falta de habilidade…

Não é por acaso que só conheço duas espécies de permanentes insatisfeitos… as mulheres e os adeptos do Benfica.

Vemo-nos nos oitavos, com mais 11M€ em caixa… um Glorioso abraço!