Vangelis Pavlidis brilhou no Moreirense – Benfica e está de olho em marca de Eusébio

A polémica instalou-se após a goleada do Benfica em Moreira de Cónegos. Ao contrário da forte convicção encarnada, Jorge Faustino e Marco Ferreira, em declarações ao jornal Record, analisaram o lance entre Pavlidis e Gilberto Batista e não vislumbraram motivos para assinalar grande penalidade. Os dois ex-árbitros contrariam, desta forma, a tese defendida, por exemplo, por Pedro Henriques.

"Não jogou a bola"

Jorge Faustino mostrou-se muito reticente na análise ao momento ocorrido aos três minutos. O antigo juiz admitiu que o defesa “não jogou a bola”, mas ficaram “muitas dúvidas” sobre se o contacto foi suficiente para derrubar o atacante. Sem imagens esclarecedoras da transmissão televisiva, o especialista optou por dar o “benefício da dúvida”.

Já Marco Ferreira foi mais perentório na sua avaliação, considerando que não existiu qualquer infração na área do Moreirense. Para este analista, o avançado grego “adianta a bola e cai aproveitando o pé apoiado do defesa” Gilberto Batista. A decisão de mandar seguir o jogo foi classificada, assim, como uma “boa decisão”.

Estas opiniões técnicas surgem em sentido oposto às declarações de José Mourinho, que reclamou um castigo máximo evidente. O treinador das águias afirmou que era um daqueles lances “que podem decidir jogos”, tendo o próprio Benfica publicado o vídeo nas redes sociais para denunciar o erro da equipa de arbitragem.

A unanimidade está longe de ser atingida entre a crítica especializada nacional. Pedro Henriques, um dos especialistas mais conceituados do setor, teve uma leitura totalmente distinta dos seus colegas de profissão. O ex-árbitro garantiu que houve uma falta óbvia e criticou duramente o VAR por não ter revertido a decisão inicial.

Pedro Henriques não tem dúvidas de que o lance entre Vangelis Pavlidis e Gilberto Batista no Moreirense – Benfica devia ter resultado numa grande penalidade favorável aos encarnados. Em declarações ao jornal A Bola, o antigo árbitro destaca o erro de Hélder Carvalho, mas também do VAR (Rui Oliveira).

"VAR tem de intervir pois as câmaras por trás da baliza esclarecem que há uma clara e óbvia falta"

Pedro Henriques confirmou o erro da equipa de arbitragem: “Embora as repetições não tenham sido as melhores, dá para perceber que Gilberto Batista ao esticar a sua perna direita pela frente da perna esquerda de Pavlidis, lhe toca, rasteira e derruba o avançado grego”.

O antigo árbitro criticou a inação do VAR, que não corrigiu a decisão de campo, tendo imagens para tal: “O VAR tem de intervir pois as câmaras por trás da baliza esclarecem que há uma clara e óbvia falta e que o lance tinha de ser revertido e consequentemente assinalado penálti”.

Este lance motivou as críticas de José Mourinho no final do jogo, que deixou farpas a Sporting e Porto. O próprio Benfica utilizou as redes sociais para reforçar o protesto, publicando as declarações do treinador, acompanhadas das imagens que mostram a infração de Gilberto Batista sobre Vangelis Pavlidis.

Com esta vitória (4-0), o Benfica mantém o terceiro lugar na tabela classificativa da Liga Portugal Betclic, com 32 pontos. O Sporting está no segundo lugar (35 pontos) e o Porto na liderança (37). Os azuis e brancos recebem, nesta segunda-feira, o Estrela da Amadora no Estádio do Dragão.

O Benfica deslocou-se ao terreno do Moreirense e garantiu uma vitória expressiva, por 4-0. Vangelis Pavlidis foi a grande figura do encontro, ao apontar três tentos decisivos. No final da partida, o avançado helénico mostrou-se satisfeito com o resultado e aproveitou para fazer uma ponte curiosa com o passado recente, lembrando Roger Schmidt.

"Na época passada tivemos grandes problemas aqui"

O camisola 14 destacou a importância do triunfo coletivo numa deslocação tradicionalmente difícil para os encarnados, elogiando o opositor: “Quando a equipa ganha e marcamos é sempre bom, é bom ajudar a equipa e ficar com os três pontos. O Moreirense é uma equipa muito boa e que joga bom futebol”.

A memória do empate na temporada anterior, sob o comando técnico do alemão Roger Schmidt, veio à baila durante a análise aos jornalistas: “É verdade que na época passada tivemos grandes problemas aqui, mas fomos inteligentes a jogar, criámos muitas oportunidades e marcámos na primeira parte, depois com a pressão frontal pudemos marcar mais golos”.

O foco do grupo de trabalho mantém-se na evolução constante para atacar o título nacional, recusando euforias desmedidas: “Ganhámos jogos importantes, mas não chega, queremos melhorar todas as semanas e jogar melhor, mas ganhar 4-0 é uma boa noite para nós e queremos continuar”.

Na presente temporada, o ponta-de-lança - avaliado em 35 milhões de euros - soma números impressionantes com a camisola das águias. Pavlidis leva 28 desafios oficiais disputados e 2.198 minutos nas pernas. O registo individual conta com 19 remates certeiros e duas assistências para golo, confirmando o estatuto de referência ofensiva no esquema tático liderado por José Mourinho.