De amigos a ‘inimigos’: Benfica – Estrela da Amadora contou com reencontros ‘agridoces’

Rui Costa já teve oportunidade de reagir à notícia da morte de Jorge Costa. O Presidente do Benfica falou com os jornalistas em Beja, antes da partida do emblema encarnado rumo a Nice, para o jogo da primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Rui Costa: "Tenho memórias com Jorge Costa desde os meus 17 anos e partiu um grande homem, um grande amigo"

"Fomos todos confrontados há poucas horas com esta triste notícia. Queria deixar, em meu nome e em nome do Benfica, as condolências à família, amigos e ao FC Porto. Era uma pessoa, um jogador, um atleta, um desportista e um homem que marcou uma geração de jogadores em Portugal. É, para mim também, um dia muito triste. Tenho memórias com eles desde os meus 17 anos e partiu um grande homem, um grande amigo. Tivemos memórias enormes sobretudo na Seleção, fomos campeões do mundo juntos. É um dia muito triste também para mim, as condolências à família, amigos, aos filhos que estão a sofrer imenso com certeza e um abraço forte para eles", começou por dizer Rui Costa sobre o falecimento de Jorge Costa.

O Presidente encarnado prosseguiu, relembrando os tempos que passou com o antigo jogador do Porto: "O futebol tem disto. Benfica, FC Porto e Sporting, há estas rivalidades todas, mas para quem joga há os convívios das seleções. No meu caso concreto, com o Jorge, a amizade foi sempre muito forte entre os dois. Não me posso esquecer de todas as memórias e dias felizes - e até os tristes - que tivemos. Pessoalmente, é um dia triste. A vitória mais importante que tive na minha vida em termos de Seleção foi com ele, numa idade que marca muito as nossas vidas. Existia, de facto, uma amizade muito grande. Deixa-me de facto muito triste".

Rui Costa: "As memórias ficam para nós os dois, de dias extraordinários passados em conjunto"

"Fomos companheiros de quarto largos anos nas Seleções. As memórias ficam para nós os dois, de dias extraordinários passados em conjunto", atirou, de seguida, Rui Costa, sem esquecer o convívio que teve com o antigo defesa central ao serviço da equipa das quinas.

Terminou, com palavras elogiosas para Jorge Costa: "Sempre foi um grande profissional, sempre defendeu o clube dele como eu defendi o meu. Tem de se dar valor a isso, independentemente das cores. Fê-lo à maneira dele. Mas, acima de tudo, para quem o conhece e conviveu com ele, o que mais me marca é o extraordinário homem que era".

Apesar da proibição de venda de bilhetes ao Benfica - que tem um titular odiado na Turquia -, alguns adeptos das águias irão marcar presença no jogo frente ao Nice. A partida, a disputar-se na Allianz Riviera, em França, terá lotação esgotada, mas houve Benfiquistas que conseguiram adquirir ingressos por vias alternativas e estarão a apoiar o Clube da Luz nas bancadas.

A informação está a ser avançada pelo Record, que dá nota de que os adeptos encarnados que estarão presentes serão uma minoria dispersa pelo estádio, uma vez que não foi disponibilizada uma zona exclusiva para os visitantes. Ainda assim, muitos portugueses residentes no sul de França preparam-se para assistir ao encontro, desafiando a interdição imposta pelas autoridades.

A proibição decorre de incidentes provocados por adeptos do Benfica em jogos europeus anteriores, nomeadamente na deslocação a Barcelona, na época passada. Como consequência, os encarnados continuam impedidos de organizar vendas oficiais de bilhetes para partidas fora de casa nas competições da UEFA.

No entanto, não será a primeira vez que os emigrantes portugueses aproveitam a proximidade geográfica para apoiar o Benfica. Na época passada, na visita ao Mónaco, o apoio nas bancadas foi visível e quase em igualdade com os adeptos locais, algo que será difícil repetir frente ao Nice.

O encontro de amanhã tem ainda um simbolismo especial, já que tanto Benfica como Nice têm como emblema uma águia. Curiosamente, tal como acontece na Luz, também na Allianz Riviera a mascote faz uma volta ao relvado antes do início do jogo, entusiasmando os adeptos da casa.

O Benfica vai viajar até Nice na próxima quarta-feira, dia 6 de agosto, para disputar a partida da primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Na antevisão ao encontro, Dante, capitão do emblema gaulês, de 42 anos, lançou a estratégia para bater os encarnados, falou do sonho em disputar a prova milionária e revelou que a equipa está confiante.

Dante: "Podemos entrar para a história do clube e fazer toda a gente feliz"

"Sonhamos em jogar na Liga dos Campeões e estamos ansiosos por ouvir essa música. É isso que nos motiva. Podemos entrar para a história do clube e fazer toda a gente feliz. É assim que encaro as coisas", começou por dizer Dante, atleta com um longo percurso no futebol europeu, chegando a representar os alemães do Bayern Munique.

Dante avaliou o trabalho realizado pela equipa do Nice nesta pré-temporada: "O que faz a diferença é sermos capazes de pôr em prática tudo o que pusemos em prática nos treinos, ter muita coragem, muita compostura quando é preciso, mas ao mesmo tempo, em jogos como este, temos de ser intensos, exigentes e garantir que todos acreditam em nós próprios".

Dante: "Na vida e no futebol, tudo tem um princípio e um fim"

"Se começar a pensar nisso [terminar a carreira], é claro que vou começar a ter muitas emoções. É por isso que não penso demasiado nisso. Tenho de ter um bom desempenho e ajudar toda a equipa. Para ser sincero, não penso muito nisso. Na vida e no futebol, tudo tem um princípio e um fim. Não há que dramatizar as coisas. Basta ter a melhor versão possível de Dante, para deixar uma bela memória e um belo legado, e a vida continua, é assim que é, mesmo que eu esteja aqui há 23 anos", concluiu.

Apesar dos 42 anos de idade, na temporada desportiva 24/25, Dante - atualmente avaliado em 500 mil euros - realizou, ao serviço do OGC Nice, 28 jogos: 25 na Ligue 1 e três na Liga Europa. O defesa-central joga no campeonato francês há nove épocas e vai cumprir uma década no emblema gaulês. No jogo frente ao Benfica, vai ter a missão de parar Pavlidis, avançado do Benfica que está em destaque desde a final da Supertaça.