Luís Filipe Vieira garante regresso de peso ao Benfica caso ganhe as eleições

O ambiente na Tribuna Presidencial da Luz aqueceu durante Benfica - Nice, a contar para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Rui Costa, Presidente do Clube, mandou Nuno Gomes sair do espaço reservado, numa intervenção que, segundo quem assistiu, “não foi bonita”. Fonte próxima relata que o dirigente encarnado “desancou nele” antes de o fazer retirar, deixando muitos presentes desconfortáveis com a situação.

O episódio reflete o nervosismo pré-eleitoral que se vive no Benfica. Por outro lado, contrasta com o crescente peso que a candidatura de João Noronha Lopes tem ganhado na Tribuna Presidencial. Nos últimos jogos, tem sido cada vez mais comum encontrar pessoas ligadas ao gestor naquele espaço reservado, uma aproximação que a mesma fonte considera “estranha” face às tradições e ao protocolo do Clube. 

“A Tribuna Presidencial funciona sempre como um instrumento de soft power que os clubes utilizam”, acrescentando que “pelas pessoas que lá estão e pelas interações que se observam, consegue-se perceber muito sobre vontades, proximidades, cumplicidades…”.

No plano desportivo, o Benfica não deixou que as tensões internas se refletissem em campo. A equipa confirmou a sua passagem para o play-off da Champions League com um triunfo tranquilo, por 2-0, sobre o Nice, garantindo assim a continuidade na competição europeia sem sobressaltos.

Pedro é um adepto do Benfica que perdeu praticamente tudo o que tinha devido ao incêndio grave que deflagrou em Oliveira do Hospital. O pastor viu a sua casa e o abrigo para os animais arderem, não tendo conseguido salvar sequer as suas poupanças. Os carros e os tratores foram a única coisa que sobraram, num caso em que a solidariedade já começou a ser sentida. Devido à sua paixão pelo Clube da Luz, a própria família de Pedro deixou um apelo às águias.

“Ele é benfiquista de corpo e alma, tinha tudo decorado com as cores do clube, lençóis, edredons, cortinados, tapetes. Perdeu 45 anos de trabalho, as economias, a casa e tudo o que tinha. Peço ao Benfica que ajude o Pedro, leiloando uma camisola, para que ele possa reconstruir a casa que tanto amava”, disse um familiar de Pedro, deixando assim o pedido aos encarnados.

Já Pedro mostrou-se esperançoso com o desafio que terá pela frente nos próximos meses: “Sobrou-me um casaco que tinha dentro do carro. Os carros escaparam porque estavam na garagem de um vizinho emigrado na Suíça. Os tratores salvei-os. O resto está ali. O resto reconstrói-se”.

O pastor conseguiu também salvar os seus 15 cães e 200 ovelhas com ajuda de amigos, mostrando-se determinado a reconstruir a vida que o fogo dizimou: “Se tiver de trabalhar 24 horas por dia, trabalho. Este é o desafio da minha vida”.

O caso de Pedro levantou uma onda de solidariedade por Portugal. Diogo Filipe Figueiredo, primo do lesado, criou uma página de gofundme para auxiliar a reconstrução do que o seu familiar perdeu para o incêndio. António Raminhos, adepto do Benfica que é bastante vocal acerca das águias, partilhou a iniciativa, que arrecadou 65.146 euros para o pastor. Em relação à camisola para leiloar, ainda não existe conhecimento se o Benfica ajudou ou irá ajudar Pedro. 

O presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Pereira da Costa, tornou-se motivo de desconforto entre vários órgãos sociais do clube. A crescente intervenção em áreas que extravasam o cargo que ocupa deixou dirigentes preocupados, temendo que o equilíbrio institucional esteja em risco.

Atuais membros da Direção e da própria MAG admitem, em privado, receios quanto ao papel assumido por Pereira da Costa, que se tornou cada vez mais visível como um dos pilares da administração de Rui Costa. A linha que separa funções tornou-se difusa, alimentando um ambiente de tensão dentro do Benfica.

Pereira da Costa age como se fizesse parte da Direção, tendo intervenção em matérias que, de acordo com os estatutos, pertencem em exclusivo a esse órgão. Há relatos de reuniões e decisões em que o presidente da MAG terá influenciado deliberações que não se enquadram no âmbito da sua função.

Mais grave ainda, segundo apurou o Glorioso1904, o próprio presidente da MAG esteve envolvido em processos disciplinares a sócios. Uma ingerência séria nos assuntos de disciplina, tradicionalmente reservados à Direção, e que agrava a perceção de sobreposição de papéis. A fronteira entre órgãos sociais, outrora clara, apresenta-se agora perigosamente esbatida.

O ambiente aqueceu ainda mais com as declarações de João Diogo Manteigas, em entrevista a Record, que lançou a suspeita de que o verdadeiro presidente do Benfica não será Rui Costa, mas antes Nuno Costa, o seu chefe de gabinete. 

À medida que se aproximam as eleições, as restantes candidaturas manifestam apreensão com a postura de José Pereira da Costa. A alegada falta de equidistância do presidente da MAG preocupa adversários de Rui Costa, que temem um processo eleitoral condicionado e fragilizado no plano democrático