Nuno Campilho
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25 Set 2024 | 19:17

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Nuno Campilho

A entrevista do presidente Rui Costa à BTV durou pouco mais de 30 minutos. Bem sei que o que se costuma dizer não é exatamente aquilo que intitula este artigo, é mais “5 minutos à Benfica”.


A entrevista do presidente Rui Costa à BTV durou pouco mais de 30 minutos. Bem sei que o que se costuma dizer não é exatamente aquilo que intitula este artigo, é mais “5 minutos à Benfica”. De todo o modo, parece-me uma relação adequada entre uma expressão em uso e uma forma de se exprimir em desuso.


Em desuso? Perguntarão vocês. Sim… convenhamos que não é vulgar, quem quer que seja, expressar-se de forma clara, objetiva e racional, num tão curto espaço de tempo e sobre matérias tão vastas e críticas, neste caso, para o universo benfiquista.


Quem não gosta, vai continuar a não gostar. Nem que o homem tivesse ali duas horas a responder a um conjunto de supostos jornalistas independentes (não é como as bruxas…) iria agradar àqueles que se perfilam, mais do que como críticos (o que é legitimo), mas, sim, como básicos detratores.

Ora bem, se há tema quente e que demorou (ou nunca) a esfriar, é o caso da venda do João Neves. Disse-o e reafirmo-o, compreendo, até posso aceitar, mas não tenho de gostar e concordar. E não vou mudar de opinião, o que é revelador de sentido crítico e não de qualquer básica sensação de desfaçatez para com quem lidera os destinos do Benfica. Peçam-me pensamento próprio, sensatez, ponderação e boa educação… sou eu. Não me peçam é seguidismo bacoco e laivos bloco-esquerdistas de quem está contra tudo e o seu contrário, só porque sim. O João teve de sair, porque os valores em causa eram brutais, acima do que a média do mercado apresentou este ano (o mercado mais baixo desde 2016) e que catapultará a venda do jogador para a segunda mais cara deste mercado, assim se concretizem os objetivos adicionais associados à sua transação. 6M€ anuais para o jogador, dez vezes mais do que recebia no Benfica… felizmente que não está tudo doido! Não gostaram? Pois, eu também não, mas é da vida e é o que é… e vai continuar a ser.

Registo, sequencialmente, o racional de todas as vendas e não posso deixar de destacar um bom ato de gestão, quase nunca destacado, que esteve na base da saída do Paulo Bernardo, como já tinha estado na base da saída de jogadores como o Jota, o Félix, o Semedo, o Cancelo, só para falar naqueles em relação aos quais continua a “pingar”, pois o Benfica assegurou a realização de mais valias sucessivas por cada transação, acautelando o eventual sucesso desportivo de jogadores que formou e projetou, ainda que nem todos tenham tido a possibilidade de ser aposta consistente na equipa principal, mas cuja carreira jamais poderia ficar refém disso, como é o caso, também explicado, por exemplo, do Marcos Leonardo e do Morato. Podem continuar a não gostar, mas, pelo menos, em prol da vossa sanidade mental, façam um esforço por entender.

Nas compras, não há muito mais a acrescentar, pois, mais uma vez, o Rui Costa foi claro e bastante pragmático. De todo o modo, e como há sempre vozes (do além, ou do aquém, é indiferente) que vociferam no registo bloco-esquerdista a que fiz referência no parágrafo anterior, gostaria de recordar que o Florentino era o único jogador com aquelas características especificas no plantel, daí o Barreiro, e que o Beste e o Kaboré vieram suprir uma lacuna que tantas e tantas vezes tirou do sério os adeptos benfiquistas, derivada da contratação falhada do Jurásek e da singular opção à direita protagonizada pelo Bah, o que “queimou” o Morato e sacrificou o Aursnes. Mas, como a um nível só visto na política, a memória, no futebol, é, mesmo, muito curta.

Não querendo ser muto fastidioso e atendendo a que os 30 minutos à Benfica, por parte de Rui Costa, foram, efetivamente, concretizadores, convido todos a assistirem, nem que seja para não se enganarem nos momentos exatos em relação aos quais querem dizer mal.

Por isso mesmo, terminarei apenas com uma nota em relação às contas.

Apresentar um resultado negativo por parte de um exercício contabilístico de qualquer empresa, naturalmente, não é algo que nos encha de orgulho, muito antes pelo contrário. De todo o modo, há circunstâncias que contribuem para isso e nem sempre são as mais sadias, pois, se fossem, não assistíamos a tantas falências em Portugal e no mundo e não estávamos sujeitos a cíclicas crises económico-financeiras.

Numa apreciação sobre o grau de solvabilidade, não há a menor dúvida que a SAD do Benfica continua a apresentar um equilíbrio contabilístico superavitário nos Capitais Próprias, que torna ridícula a assunção de qualquer quebra do fair-play financeiro da UEFA e, ainda mais, deixa incrédulos aqueles que percebem minimamente de gestão, quando leem e ouvem dizer que o Benfica está à beira da falência técnica. Como não tenho tempo (nem espaço), apenas posso dizer… estudassem!

Reitero que não é motivo de orgulho apresentar resultados negativos e não deixa de ser preocupante o volume elevado de gastos em FSE, mas é o que é, e até aí se vê a grandeza do clube, que, por ser como e o que é, tem custos que irão ser, sempre, superiores aos dos outros dois “grandes”. E, creiam, rezem para que assim continue a ser. Importa manter o rigor e cortar despesas supérfluas, pois claro que sim, como também importa não ver a floresta pela árvore, pois não tenho a menor dúvida que aqueles que afiaram as facas, não valorizando o facto de as vendas neste mercado terem sido todas concretizadas após o dia 30 de junho, serão os mesmos que reagirão com um sarcástico “pudera”, quando forem conhecidos os resultados positivos do próximo exercício. É que há uma diferença entre antecipar vendas para artificializar as contas, hipotecando o futuro, e ser responsável, gerindo com profissionalismo e assumindo as vicissitudes da gestão de um grande clube de futebol, que não se compagina com a gestão de qualquer outro tipo de organização. Para esses, que nem o “Gestão para Totós” terão lido, não posso deixar de, novamente, referir, estudassem!

Um abraço e vamos lá ficar JUNTOS, porque, de outra forma, não vamos a lado nenhum.

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

28 Mai 2025 | 06:00

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To Big to Fail

Sem dúvida que os resultados mais recentes não têm estado à altura das expetativas dos adeptos nem da história gloriosa do clube

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Tozé Santos e Sá
Tozé Santos e Sá

Apontamento - Vermelho e Branco - Desviar de atenções

Por isso pergunto, mas ser muito Benfiquista é critério? Não há pelo menos 6 milhões em Portugal e pelo menos 15 milhões pelo Mundo de muito Benfiquistas?

30 Mai 2025 | 06:00

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Nuno Campilho
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Sem dúvida que os resultados mais recentes não têm estado à altura das expetativas dos adeptos nem da história gloriosa do clube

28 Mai 2025 | 06:00

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João Diogo Manteigas
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27 Mai 2025 | 06:00

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