SEM TABU! COM ‘APERTÃO’ DOS SÓCIOS, RUI COSTA FALA SOBRE APOIO DO BENFICA A PEDRO PROENÇA

José Manuel Delgado, jornalista e redator do jornal A BOLA, já calçou as chuteiras e representou a Seleção Nacional. Agora, o antigo jogador, reagiu à Assembleia Geral do Benfica, realizada no passado sábado, destacando os números, a capacidade eleitoral e os sócios encarnados.

“Não é de agora que me parece desproporcionado o poder que se atribui às Assembleias Gerais (AG) dos clubes que sendo de âmbito nacional, também extravasam fronteiras. Peguemos no exemplo mais recente, o do Benfica, que teve uma reunião magna para decidir sobre matéria constituinte, que requeria três quartos dos votos para ser aprovada”, começou por dizer.

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“Segundo números oficiais de 2021, haveria 115.681 sócios do clube da Luz com capacidade eleitoral; na AG do último sábado, realizada no pavilhão da Luz, e que foi, para os padrões habituais, bastante concorrida, estiveram presentes 1644 sócios, ou seja, 1,4% daqueles que tinham direito a voto”, continuou José Manuel Delgado.

“Num clube de bairro, resolver os assuntos através de uma Assembleia Geral é adequado, e sê-lo-á, também, num clube de cidade. Quando a dimensão do emblema ultrapassa este âmbito, por uma questão de justiça, para que uns, por razões geográficas, não sejam discriminados positivamente, para que as decisões tomadas sejam inclusivas e vinculem os principais ativos dos clubes – os sócios – a fórmula tem de ser outra, porque longe vão os tempos das mesas de voto na secretaria-geral do Jardim do Regedor”

"E o mais estranho, no Benfica e não só, é que não se vê ninguém realmente preocupado com este problema e empenhado em encontrar uma solução – quiçá seguindo o exemplo do Real Madrid, que continua a ser um clube dos sócios - criando uma Assembleia Delegada onde cada votante representasse, imagine-se apenas como hipótese académica, cem sócios", prosseguiu.

“A meu ver, para os clubes que querem continuar a viver sob o primado dos sócios, e não dos investidores, só esta solução poderá, eficazmente, compatibilizar passado e futuro, fazendo com que todos se sintam incluídos e representados.”

“A viver uma fase delicada do ponto de vista desportivo, social e económico (outras AG’s, em breve, aprofundarão estas questões), a entrada de Bruno Lage teve um primeiro efeito libertador e agregador, que foi suficiente para que a equipa da Luz recuperasse a alegria, colocasse quase todas as pedras no sítio, e conseguisse dois triunfos importantes”, terminou o jornalista.

“Bruno Lage está, para já, apenas a erguer, com jeito e paciência, um castelo de cartas. Ainda sem margem de erro…”

Guilherme Muller, advogado de formação, é o nome que vai substituir Pedro Mil-Homens como diretor-geral da formação do Benfica. Em 2011 a 2015, Muller desempenhou funções na secretaria de Estado da Juventude e Desporto e, mais recentemente, entrou na SAD do Estoril na qualidade de conselheiro legal e, depois, como diretor geral.

Como motivo da sua saída do Estoril, de acordo com o jornal A Bola, consta-se ser o desacordo que vivia com o presidente da SAD, Ignacio Beristian, e por sentir que as suas funções estavam a ser esvaziadas. Guilherme Muller exerceu, ainda, funções de consultor do presidente da Liga, Pedro Proença, para as Relações Internacionais. Outros destaques do seu currículo são as funções de consultor do sindicato dos jogadores, conselheiro legal do grupo parlamentar do PSD, mesmo antes de rumar ao Estoril.

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De relembrar que o antigo dirigente, Pedro Mil-Homens, foi diretor-geral da formação de 2017 a 2024, deixando o cargo depois de acabar o contrato. Tudo indica que Mil-Homens deverá rumar ao estrangeiro e abraçar um novo projeto no âmbito da FIFA. Esta mudança na direção do Benfica Campus já está acordada há algum tempo com o presidente das águias, Rui Costa, avançou o antigo diretor ao jornal A BOLA.

Ainda este fim de semana, outra das mudanças de cargos que deu que falar foi a demissão do presidente da Mesa de Assembleia Geral do Benfica, Fernando Seara, na Assembleia Geral Extraordinária que os encarnados tiveram no passado sábado.

 Para o seu lugar José Pereira da Costa, antes vice-presidente da MAG, foi chamado a assumir a direção. O dirigente admitiu a dificuldade de marcar a próxima Assembleia Geral dentro do prazo estipulado de 30 dias: “A Mesa transmitiu aos Sócios, na AG, o seguinte: que tentará compatibilizar os vários requisitos necessários para a votação na especialidade e depois por voto secreto na generalidade; e esses requisitos são de diversa grandeza e de importância diversa. São os seguintes: tempo, modo e espaço. Tem de haver tempo para debater as propostas, tem de haver modo”.

O Mónaco, adversário do Benfica na Liga dos Campeões, venceu o Le Havre por 3-1 e juntou-se ao PSG e Marselha na liderança da Liga Francesa com 13 pontos. A equipa monegasca e os Les Olympiens aproveitaram o empate dos parisienses frente ao Reims para se colarem à formação treinada por Luís Enrique, que conta com a antiga dupla do Glorioso, Gonçalo Ramos e João Neves.

O Mónaco começou a vencer aos nove minutos com golo de Jordan Teze mas, ao minuto 30, a turma visitante igualou o resultado por intermédio Kuzayev. Na segunda parte, a equipa do principado passou novamente para a vantagem no marcador com golo de Ben Seghir aos 66 minutos e Balogun aos 70 minutos faz o resultado final e garante os três ponto para a formação treinada por Adi Hutter.

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Vale recordar que o Mónaco já disputou seis jogos esta temporada e ainda não perdeu nenhum. A equipa francesa empatou um jogo e venceu os outros cinco, incluindo uma vitória sobre o Barcelona, também rival do Benfica na Liga dos Campeões, por 2-1.

De relembrar que após o triunfo diante do Estrela Vermelha, o Benfica entrará em campo em, pelo menos, mais sete ocasiões na Liga dos Campeões: Atlético de Madrid (2 de outubro, 20h00, casa), Feyenoord (23 de outubro, 20h00, casa), Bayern Munique (6 de novembro, 20h00, fora), Mónaco (27 de novembro, 20h00, fora), Bolonha (11 de dezembro, 20h00, casa), Barcelona (21 de janeiro, 20h00, casa) e Juventus (29 de janeiro, 20h00, fora).

Além disso, na Liga Portuguesa, o Benfica entra em campo esta segunda-feira, dia 23 de setembro, no Estádio do Bessa para defrontar o Boavista num jogo a contar para a sexta jornada do Campeonato Nacional. Em 133 jogos entre as duas equipas, o Glorioso saiu vitorioso em 78 confrontos, sendo que, no Bessa no século XXI (21) a equipa encarnada venceu 29 dos 64 jogos disputados.