Pedro Jerónimo
Biografiado Autor

14 Dez 2025 | 21:09

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Pedro Jerónimo

Três pontos fulcrais, num campo complicadíssimo e em antevisão de uma receção, também ela complexa, ao Famalicão e uma deslocação a Braga.


Décima quarta jornada e uma deslocação a Moreira de Cónegos, para defrontar a equipa da casa, atual oitavo lugar da liga portuguesa. Esperava-se um jogo de nível de complexidade elevadíssimo, dado que o Moreirense está a fazer um bom campeonato e em casa, aumentam as dificuldades.


Eram expectáveis alterações no onze dos encarnados, dado que uma coisa era defrontar o Nápoles, a um nível de liga dos campeões, que disputa os jogos "olhos nos olhos" com qualquer adversário, com linhas altas e outra era defrontar uma equipa que, tipicamente, apresenta blocos mais baixos, defesas compactas e que fecham os espaços no seu meio campo defensivo. Apesar de tudo, apenas uma diferença para o jogo de quarta-feira, saindo Ivanovic e entrando Pavlidis, mantendo-se Tomás Araújo no eixo da defesa e Barreiro como autêntico box to box.


Pavlidis é crucial para estes, em detrimento do jogo em profundidade do avançado croata, pois consegue, mais facilmente, encontrar e arranjar espaços em zonas mais povoadas.

Tudo pronto para o arranque dos 90 minutos, com Mourinho a ter em mente ser impossível perder mais pontos nas próximas jornadas.

Moreirense não permitia que os médios das águias recebessem a bola em condições, para iniciar o processo de construção com tempo e isso estava a levar a que o Benfica perdesse muitas bolas, ou o recurso à falta era uma constante dos homens da casa.

7 minutos e primeiro lance de perigo e na baliza de Trubin, com o central do Moreirense a cabecear na grande área, na sequência de um canto e sem oposição, valeu que o esférico foi direito para as luvas do guardião ucraniano.

Moreirense muito pressionante e a relembrar os adeptos encarnados das dificuldades do Benfica em conseguir chegar à área e começava, novamente, a vir ao de cima a dúvida se o jogo com os italianos não teria sido uma exceção, ao invés de uma confirmação.

Pavlidis não estava bem, muito trôpego, sem conseguir dar desenvolvimento aos lances para áreas de finalização e falta de envolvimento com os colegas.

20 minutos de jogo e a posse de bola muito repartida, demonstrando a dificuldade do Benfica em se superiorizar à equipa da casa, muito bem comandada por Vasco Costa.

Notava-se que existia pouco desenvolvimento nas laterais, no ataque encarnado, o jogo concentrava-se muito pelo corredor central.

Jogo muito faltoso do Moreirense, com 30 minutos levava já 12 faltas, contra apenas 4 do Benfica e o primeiro amarelo só por volta deste minuto 30 é que surgiu para a equipa da casa. Esta era uma receita que Mourinho tinha de tentar criar, para contornar esta forma de jogar, mais agressiva, do Moreirense.

Finalmente aos 36 minutos primeiro lance de algum perigo, com a defesa do Moreirense a comprometer, Pavlidis rouba o esférico dentro da área, roda e remata, mas a bola bate ainda na perna do central e vai para canto. Na sequência do mesmo, a bola é aliviada para fora da área, Ríos recebe e vê Aursnes a fugir pelo corredor direito e com régua e esquadro, cruza direitinho para a cabeça do bombardeiro grego, que coloca no canto inferior direito, indefensável e a inaugurar o marcador, na primeira vez que se consegue desenvencilhar de Gilberto, central que estava a realizar um jogo exemplar, a não deixar Pavlidis respirar.

42 minutos e quase uma cópia do lance do golo, mas desta vez Aursnes a surgir no corredor esquerdo, cruza para a cabeça de Tomás Araújo, mas desta vez a sair à figura e fácil para o guardião de Moreira de Cónegos.

Precisamente Aursnes e Sudakov trocavam de lado e procurava Mourinho dar outro tipo de dinâmicas ao jogo.

46 minutos e Enzo comprometia com um corte para a zona central e colocava o ataque dos visitados numa vantagem de 4 para 2, mas valeu que Benny optou por um remate de fora da área, sem qualquer perigo para os visitantes.

Pouco tempo depois, apitava o árbitro para o descanso. Um Benfica que acaba por justificar a vantagem, uma vez que a partir dos 30 minutos passou a dominar, por completo, a partida e os homens da casa raramente conseguiram sair da sua zona intermédia. Manter a toada, pois percebeu-se que o Moreirense não conseguia manter a intensidade que impôs nos primeiros 25 minutos e caiu bastante nos últimos 15 minutos da partida.

Reatada a partida, com alterações, uma para o Benfica, com Barreiro, já tocado, a dar o lugar a Rodrigo Rego e uma do Moreirense, ainda no primeiro tempo, por lesão de Vasco Sousa e espera-se que não seja tão grande, dada as queixas com que o jogador saiu de campo.

Moreirense entrava a todo o gás e logo com dois cantos conquistados e um Benfica a remodelar o seu esquema, com Aursnes a assumir a posição de Barreiro e Rego a encostar-se mais à ala.

Sudakov estava a passar ao lado do jogo, o ucraniano com muita dificuldade, em espaço curto, em conseguir pensar o jogo e ter espaço para o passe decisivo. Parece que o criativo ucraniano tem mais facilidades em jogos na Luz, num campo de maiores dimensões. Ainda tem um longo processo de adaptação, pois a capacidade técnica está lá.

Benfica conseguia já passar a pressão para o lado da área dos visitados e percebia-se que o Moreirense tinha dificuldades em sair a jogar e, aos 57 minutos, pressão à saída de bola, Enzo recupera já no último terço, sobra para Aursnes, que vê o goleador Pavlidis na linha da grande área, puxa para dentro e remata cruzado, sofrendo um ligeiro desvio do defesa, para o segundo da conta pessoal e da partida. Vinha na melhor altura, em que o Benfica conseguia sacudir a pressão e a transpor a mesma para o lado contrário e a permitir que a equipa ficasse mais tranquila para agora gerir o jogo.

Benfica recuava mais um pouco as linhas e reduzia a intensidade de jogo, mas não podia relaxar, porque o Moreirense tinha jogadores com capacidade técnica de criar perigo na área das águias.

Novo erro defensivo e de Gilberto, em zona proibida, dentro da grande área, parecia um autêntico extremo, assiste Pavlidis, que rodou e fuzilou a baliza de Moreira de Cónego e chegava ao hat-trick e ao terceiro golo dos encarnados, sem resposta e aos 70 minutos, deixava o jogo praticamente decidido.

O que parecia ter começado algo tremido, volta o Benfica a presentear os seus adeptos, com mais uma exibição sólida, perante uma equipa que só tinha perdido em casa com o atual líder, o Porto.

Percebe-se que a figura do box to box é crucial neste esquema de Mourinho, quer na figura de Barreiro, quer em Aursnes, pois isso permite à equipa recuperar a bola mais acima e assim evitar combinações desde a sua área, assim como minimizar o erro. Tomás Araújo tem sido outro jogador crucial, pois dá uma qualidade ao passe e também ao nível de pressão que se quer emprestar ao jogo.

Moreirense firmou-se nos disparates defensivos e agora era a vez do guarda-redes, já perto do limite da área, assiste Aursnes e o norueguês faz uma chapelada monumental e a ampliar para 4 a zero. Muito falível a defesa do Moreirense, sentiu muito o segundo golo e na ânsia de querer chegar rápido na frente.

78 minutos e Mourinho descansava o homem do jogo, Pavlidis, bem como Sudakov, entrando Ivanovic e Schelderup para os seus lugares. Era um resultado pesado, é certo, mas era um Benfica pragmático e eficaz na hora do remate e a aproveitar as "borlas" do adversário.

82 minutos e Manu entrava para o lugar de Enzo. Mourinho a dar mais minutos para o médio Português, para ganhar ritmo e cadência física.

Outro jogador que, claramente, está a subir e a mostrar mais futebol, é Dahl. O sueco melhorou bastante no processo defensivo, seguro e confiante e arrisca mais ofensivamente. Precisamente o sueco dava o seu lugar ao miúdo José Neto, aos 86 minutos. Dedic parece voltar ao seu melhor momento, ao início da época e antes da lesão. Aursnes, apesar de não saber jogar mal, mas as últimas exibições a destacarem e muito o médio encarnado.

Ritmo morno já para os minutos finais, ainda com alguns lances de relevo, por Ivanovic e Schelderup, mas já sem alterarem o marcador.

Três pontos fulcrais, num campo complicadíssimo e em antevisão de uma receção, também ela complexa, ao Famalicão e uma deslocação a Braga.

Acima de tudo, fica a manutenção da batuta exibicional e da subida da rendimento dos jogadores encarnados e a surgir o coletivo em excelente destaque, o Benfica está proibido de perder pontos.

Carrega!!

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Pedro Jerónimo
Nuno Campilho

11 Dez 2025 | 21:48

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Fogo-fátuo

Ausente do vosso convívio vai para mais de um mês, permitam-me regressar num registo que está entre o cauteloso, o jocoso e o afirmativo

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Pedro Jerónimo
Pedro Jerónimo

A manutenção da batuta exibicional, comandada pelo maestro Mourinho!

Três pontos fulcrais, num campo complicadíssimo e em antevisão de uma receção, também ela complexa, ao Famalicão e uma deslocação a Braga.

14 Dez 2025 | 21:09

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Tozé Santos e Sá
Tozé Santos e Sá

Apontamento Vermelho e Branco: Nova era ou ilusão?

Mesmo que o campeonato já esteja praticamente perdido, a 8 pontos, veremos se teremos repelões ou continuidade do feito europeu.

12 Dez 2025 | 12:19

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

Fogo-fátuo

Ausente do vosso convívio vai para mais de um mês, permitam-me regressar num registo que está entre o cauteloso, o jocoso e o afirmativo

11 Dez 2025 | 21:48

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