Carlos Janela
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21 Set 2023 | 11:14

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Carlos Janela

Ser campeão nacional no final desta época, terá mais impacto e será mais determinante na vida futura dos clubes portugueses que todos os tetras e pentas conquistados ao longo das suas histórias.

O futebol, como as restantes áreas publicas, está cheio de frases feitas que são repetidas mecanicamente pela maioria dos intervenientes – “todos os jogos são importantes”, “este campeonato é muito importante”, etc.


Faz parte da mentalidade competitiva dos clubes que jogam para conquistar títulos, considerar todos os jogos e competições como cruciais e as mais importantes.

Mas não é completamente verdade.


Há campeonatos em que as vitórias e as derrotas têm um grau de impacto diferente na vida dos clubes. Basta analisar as consequências provocadas por alguns desaires.

Todos nos lembramos a depressão em que mergulhou a família benfiquista depois do SLB ter falhado o inédito penta na época 2017/18.


Ainda hoje, passadas muitas épocas, são disparadas culpas em todas as direções.

A história dos grandes clubes está maioritariamente preenchida por momentos de glória, mas também existem períodos, jogos e épocas de fracasso.

Nos grandes clubes, as épocas de insucesso são aproveitadas para reforçar os cuidados na preparação das épocas seguintes.

Da mesma forma que se evita cometer o erro primário de “adormecer” à sombra de conquistas passadas.

Definitivamente, os nossos grandes clubes que jogam sempre para ganhar os seus jogos e conquistar títulos, mas a história prova que há jogos, competições e épocas mais determinantes que outras.

É o caso do campeonato nacional em curso. Todos o sabem e sentem em cada jogo.

Porque existe tanto nervosismo e demasiados casos negativos nos jogos dos grandes nestas primeiras cinco jornadas da Liga?

As alterações significativas no formato e estrutura de receitas da nova Champions League, está a dominar o ambiente competitivo dos três candidatos ao titulo do futebol português. O presente campeonato vai ser definidor da capacidade financeira e competitiva do Benfica, Porto e Sporting para os próximos anos.

O substancial aumento de prémios e receitas de participação na Champions League, conjugado com novos critérios de atribuição das vagas de acesso e a aplicação do “modelo suíço” para minicampeonatos de oito jogos por equipa, aumenta a aposta nos objectivos desportivos dos grandes clubes europeus.

Lembro que nenhum grande clube europeu, mesmo os mais ricos, prescinde das receitas da Champions League para o equilíbrio das suas contas.

É que a totalidade dos prémios e das receitas da Champions League entram nos cofres dos clubes durante a respectiva época, equilibrando as respetivas tesourarias.

Por exemplo, o valor da venda de um jogador é recebido em prestações e por um período de vários anos.

O clube português que vencer o presente campeonato nacional vai abrir um fosso enorme para os seus concorrentes. Vai passar a ter recursos suficientes para ser o clube dominante nas próximas épocas.

O próximo campeão nacional apodera-se de meios financeiros capazes de provocar um grande desequilíbrio de forças no futebol português nos anos seguintes.

O encaixe financeiro dos clubes portugueses participantes na nova Champions League vai permitir entrar num ciclo de sucesso desportivo com um continuo aumento de receitas, acesso a bons treinadores, contratar melhores jogadores, e ter mais meios para formar jogadores de elite. O que, por sua vez, levará a mais conquistas desportivas e ao aumento do poder financeiro.

Os dirigentes dos nossos três grandes entraram na presente época sob ameaça dramática de não poderem ficar fora da próxima edição da Champions League.

Vai haver um fosso profundo em termos de recursos e competitividade, entre os clubes participantes na CL e os clubes sem acesso a essas receitas adicionais.

Todos campeonatos são importantes, mas há uns mais importantes que outros.

O campeonato 2023/24 terá em cada jornada dos clubes grandes, momentos de stress e dramatismo sem paralelo em épocas anteriores.

Ser campeão nacional no final desta época, terá mais impacto e será mais determinante na vida futura dos maiores clubes portugueses que todos os tetras e pentas conquistados ao longo das suas histórias.

Para Benfica, Porto e Sporting, a época em curso é a mais importante dos últimos 30 anos.

+ opinião
Carlos Janela
Nuno Campilho

24 Jul 2024 | 16:47

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Modelos de gestão

Gostariam que fosse de outra forma? Pois… também eu, mas prefiro optar por ser realista, dói menos.

Carlos Janela
João Diogo Manteigas

23 Jul 2024 | 10:27

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Corte a ... Direito: Vai ficar tudo bem ...

Com base em contas de merceeiro atendendo à falta de acesso a informação fidedigna, parece-me crucial entrar nos cofres da SAD um valor a rondar 80 milhões de euros

+ opinião
Tozé Santos e Sá
Tozé Santos e Sá

APONTAMENTO – Vermelho e Branco: Não dá para vender Rui Costa?

Num clube onde se vende tudo, à primeira oportunidade, o parceiro estratégico não quer mais uns 10% ou quem sabe 680% ou 980%.?

26 Jul 2024 | 08:59

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

Modelos de gestão

Gostariam que fosse de outra forma? Pois… também eu, mas prefiro optar por ser realista, dói menos.

24 Jul 2024 | 16:47

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João Diogo Manteigas
João Diogo Manteigas

Corte a ... Direito: Vai ficar tudo bem ...

Com base em contas de merceeiro atendendo à falta de acesso a informação fidedigna, parece-me crucial entrar nos cofres da SAD um valor a rondar 80 milhões de euros

23 Jul 2024 | 10:27

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