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Cristóvão Carvalho, candidato à presidência do Benfica, criticou Rui Costa e a atual Direção dos encarnados de falharem na proteção dos interesses do Benfica, por terem abandonado o processo de centralização dos direitos audiovisuais, nos últimos meses. A Liga entregou, esta quarta-feira, 30 de julho, a proposta de modelo de comercialização à Autoridade da Concorrência.

Cristóvão Carvalho: "Quando o Benfica abandona a mesa, outros avançam sem escrutínio nem oposição"

A Liga apresentou uma proposta onze meses antes do prazo expectável mas, segundo o candidato, celebram uma "falsa eficiência" e o Benfica devia exigir a suspensão imediata de todo o processo até o Clube da Luz voltar a sentar-se à mesa com os responsáveis. Cristóvão Carvalho lançou um comunicado a explicar a sua posição.

"No passado dia 9 de julho, deixei claro que «ficar de fora não é opção» e que o Sport Lisboa e Benfica tinha de liderar o processo de centralização dos direitos audiovisuais. Hoje, passadas apenas três semanas, a Liga Portugal entrega o modelo onze meses antes do prazo, à revelia do maior clube do país. Infelizmente, confirmou-se o alerta que então deixei: quando o Benfica abandona a mesa, outros avançam sem escrutínio nem oposição", começou por escrever.

Cristóvão Carvalho: "Rui Costa e a administração da SAD falharam na proteção dos interesses do Benfica"

Cristóvão Carvalho dividiu o comunicado em cinco pontos essenciais mas resume-se no seguinte: "Rui Costa optou por suspender a participação do Benfica. (...) Um processo construído sem a nossa voz perde valor e legitimidade. O resultado será um modelo desequilibrado, que penaliza o Benfica e empobrece o futebol nacional. Reafirmo o que disse: o Benfica deve colocar-se na dianteira, ditar o ritmo e garantir que recebe aquilo que corresponde à sua grandeza. Só a nossa presença ativa assegura transparência, equilíbrio competitivo e a máxima valorização dos direitos".

"O Benfica deve exigir a suspensão imediata da tramitação desta proposta até o clube regressar formalmente ao processo. Rui Costa e a administração da SAD falharam na proteção dos interesses do Benfica ao abandonar as negociações, demonstrando, uma vez mais, falta de preparação para estas funções", escreveu o candidato. 

A poucas horas do pontapé de saída da Supertaça Cândido de Oliveira, que vai colocar frente a frente o Benfica e o Sporting, Rui Costa tomou uma decisão em relação à sua presença no encontro que vai decorrer no Estádio Algarve. Pelo que foi apurado, o Presidente das águias vai assistir ao encontro ao lado de Frederico Varandas e Pedro proença, líderes dos leões e da FPF, respectivamente.

Segundo avança o jornal A Bola, depois das tensões que houveram entre as três instituições, face à data do jogo - que o Glorioso considerava imprópria - o Dirigente dos Benfiquistas está disposto a deixar tudo atrás das costas e cumprir o que está estipulado.

Segundo o que adiantou o mesmo diário desportivo, depois de várias semanas a ‘bater com o pé’ por causa da data, ao que tudo indica, a Direção encarnada, liderada por Rui Costa, vai mesmo cumprir o protocolo e, por isso, marcar presença na tribuna presidencial, onde se vai sentar ao lado de Pedro Proença e do líder do emblema rival, Frederico Varandas.

O facto de Rui Costa estar no Estádio Algarve, conforme está estipulado no protocolo, não será uma posição de protesto da parte do Líder das águias. Contudo, a presença dos três presidentes será uma oportunidade para que, eventualmente, seja possível discutir e debater certos temas que se encontram na atualidade do futebol português.

Vale a pena lembrar que a partida está agendada para este noite, 31 de julho, com o pontapé de saída a ser dado a partir das 20h45 e sob a arbitragem de Fábio Veríssimo, que reagiu ao comunicado do Benfica. Do lado dos encarnados, Bruno Lage já sabe que não vai contar com quatro atletas para o embate frente aos leões.

As eleições do Benfica, agendadas para outubro de 2025, já começaram a criar alguma controvérsia entre candidatos que pareciam pensar da mesma forma. João Noronha Lopes - que teve um bate-boca com Rui Costa recentemente - rejeita o voto eletrónico, bloqueando um possível consenso sobre o tema. A candidatura 'Benfica Acima de Tudo' propõe o voto presencial em várias localizações, enquanto João Diogo Manteigas apresenta uma alternativa de voto por correspondência para os sócios no estrangeiro.

João Noronha Lopes: “A Messa da Assembleia Geral podia impô-lo unilateralmente”

Em comunicado, João Noronha Lopes explica que a aplicação do voto eletrónico já não pode ser decidida apenas pela Mesa da Assembleia Geral. “A MAG podia impô-lo unilateralmente”, mas agora, sustenta o candidato, “os sócios decidiram que isso deve mudar”, referindo-se às alterações introduzidas nos novos estatutos do Clube encarnado.

A candidatura 'Benfica Acima de Tudo', liderada por João Noronha Lopes, considera que a única via possível será “abrir secções de voto tanto no continente como nas Regiões Autónomas e no estrangeiro”. Segundo defendem, este modelo garante respeito pelos estatutos e uma maior proximidade com os sócios espalhados pelo território nacional e fora dele.

João Noronha Lopes: “Fere os Estatutos e qualquer prática eleitoral credível”

João Noronha Lopes levanta ainda dúvidas sobre a segurança do processo eleitoral eletrónico. “Delegar num terceiro o depósito de um recibo que o sócio não verificou fere os Estatutos e qualquer prática eleitoral credível”, afirma. Para o candidato, a fiabilidade e a transparência do processo eleitoral devem estar acima da conveniência logística.

Já João Diogo Manteigas, que está desacordado com esta medida, apresentou uma proposta alternativa: o “encerramento do recenseamento dos sócios residentes fora de Portugal Continental até meados de setembro” e o “envio de 6 boletins de voto a cada um desses associados”, sendo “três para a primeira volta e outros tantos para a segunda volta, se necessário”.