Jeremias Rodrigues

06 Nov 2025 | 17:35

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Jeremias Rodrigues

O Benfica precisa de uma liderança que compreenda o seu passado recente e reconheça a importância de manter uma linha coerente.


O próximo dia 8 de novembro representa mais um momento crucial na vida democrática do Sport Lisboa e Benfica. Como sempre acontece quando os sócios são chamados a decidir, abre-se a oportunidade de refletir sobre qual o modelo de liderança mais adequado à realidade atual do clube e às ambições que nele depositamos.


O Benfica dos últimos vinte anos passou por uma transformação profunda: modernizou infraestruturas, consolidou um projeto desportivo reconhecido e conquistou um estatuto europeu que há muito desejávamos recuperar. Esse percurso, apesar de inevitáveis oscilações, assentou num olhar estratégico de longo prazo, capaz de projetar o clube além das urgências imediatas.


Hoje, o essencial não é discutir nomes, mas definir qual deve ser o rumo. Para mim, o Benfica precisa de preservar um caminho já iniciado — um modelo que reconheça o valor da estabilidade institucional e permita evoluir com responsabilidade. Num clube desta dimensão, ruturas bruscas raramente geram os resultados desejados. O que tem demonstrado eficácia é a continuidade pensada: a capacidade de respeitar o que foi bem feito e, ao mesmo tempo, corrigir o que precisa de ser melhorado.

A formação, por exemplo, é um pilar que não pode ser descurado. O Seixal tem produzido talento de nível internacional e deve continuar a ser central no projeto do clube. Da mesma forma, o crescimento sustentado das modalidades e a presença competitiva no futebol europeu revelam que investir com critério dá frutos. Esta visão de longo prazo exige conhecimento profundo do clube e das suas estruturas, aliado à sensibilidade para incorporar novas ideias sem perder identidade.

Neste momento em que somos chamados a votar, acredito que a prioridade deve ser reforçar esta lógica de construção contínua. O Benfica precisa de uma liderança que compreenda o seu passado recente e reconheça a importância de manter uma linha coerente. É essa coerência que garante segurança nas decisões, estabilidade nos processos e capacidade de planear com visão.

Não se trata de rejeitar a mudança — ela é inevitável e até desejável — mas de garantir que a mudança é construída sobre bases sólidas, e não sobre intuições ou promessas de futuro sem ancoragem no presente. O clube merece um projeto sustentado, que saiba onde está e para onde quer ir.

No fundo, votar é escolher qual destes caminhos melhor serve o Benfica. E, para mim, o futuro do clube passa por aprofundar o trabalho bem feito, com ambição, prudência e sentido de responsabilidade. Porque o Benfica se constrói numa linha de continuidade na qual as inevitáveis mudanças assentam em bases sólidas.

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Jeremias Rodrigues
Jeremias Rodrigues

O futuro do Sport Lisboa e Benfica: construir sobre bases firmes

O Benfica precisa de uma liderança que compreenda o seu passado recente e reconheça a importância de manter uma linha coerente.

06 Nov 2025 | 17:35

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