Tiago Godinho
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22 Dez 2022 | 12:53

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Tiago Godinho

Ao Sport Lisboa e Benfica, nomeadamente à sua direção, cabe a responsabilidade de estar ao lado na defesa dos seus adeptos e associados.

O regresso do Sport Lisboa e Benfica às competições oficiais foi infeliz. Uma equipa perdulária, que só por uma vez conseguiu ser competente, foi assim afastada de continuar a lutar pela conquista da Taça da Liga num grupo com três oponentes da II Liga.


Esta eliminação terá de servir para alertar os dirigentes, treinadores e jogadores do Sport Lisboa e Benfica. Desde agosto de 2017, o Sport Lisboa e Benfica conquistou um campeonato e uma Supertaça, pecúlio nada consentâneo com a nossa gloriosa história, isto numa fase - com exceção da sabotagem de 2017/18 – em que demonstrou um fulgor financeiro incomparável ao de qualquer adversário nacional, infelizmente sem correspondência na conquista de títulos.

Quem nunca falha é a sua extraordinária massa associativa. Numa noite de inverno, mais de dois terços do estádio estavam vestidos de vermelho e branco.


Liga estranha esta que ora autoriza em que no Verão se jogue às 15h, como na visita a Famalicão, ora depois das 19h de um dia de Inverno como nesta visita a Moreira de Cónegos. Dia esse que coincidiu também com a passagem do primeiro ano da publicação em Diário da República da revogação do aberrante cartão do adepto.

O cartão terminou, mas as ZCEAP (Zonas com condições especiais de acesso e permanência de adeptos) ficaram. Aliás, esta semana ficámos a saber pela diretora executiva da Liga, Helena Pires, a intenção de criar um controlo nominal da bilhética.


Esta constante marginalização daqueles que são a mola real que faz gerar tantos milhões neste desporto é incompreensível.

Qual o sentido de existir uma zona especial de permanência?

Qual o sentido de, no mesmo estádio, existirem adeptos que forçosamente têm que apresentar o seu cartão de cidadão só porque compraram bilhete na bancada A, mas não na B?

Qual o sentido quando, por exemplo, nos festivais de música o consumo de álcool é permitido em contraponto à sua proibição nos eventos desportivos?

Qual o sentido quando noutros eventos é possível comprar um bilhete as vezes que forem possíveis – aumentando a especulação em torno da sua revenda? (Como de resto assistimos no processo de bilhética de uma famosa banda internacional que irá visitar Coimbra).

Qual o sentido quando assistimos a episódios de violência por todo o país, em estabelecimentos de divertimento noturno ou nas suas imediações, onde já existiram vítimas mortais a lamentar?

Só consigo vislumbrar uma única razão: ter bancadas ainda mais vazias.

Numa Liga em que clubes que têm adeptos a proferir insultos racistas pagam multas pecuniárias mais baixas do que aquela que o Sport Lisboa e Benfica teve que pagar pelos seus adeptos se terem limitado a homenagear os três falecidos no regresso de Split em 1994 com uma faixa no Piso 3 do Estádio, algo vai mal muito mal no futebol – e na sociedade – em Portugal.

Ao Sport Lisboa e Benfica, nomeadamente à sua direção, cabe a responsabilidade de estar ao lado na defesa dos seus adeptos e associados.

A possibilidade de os apoiar juridicamente conforme sugerido pelo Servir o Benfica nas eleições de 2021 continua a fazer todo o sentido.

Em simultâneo, é necessário propor alterações a esta lei apresentando publicamente uma alternativa que permita um efetivo combate à violência, ao racismo e à homofobia nos estádios de Portugal.

Concluo desejando um Feliz Natal e que os nossos presentes cheguem em maio de 2023 com a conquista do 38.º título de campeão, a 27.ª Taça de Portugal e que, em junho, Istambul assista à consagração europeia do Sport Lisboa e Benfica.

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