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Clube
15 Set 2024 | 12:58 |
Em entrevista exclusiva ao Glorioso 1904, João Diogo Manteigas defende que o Benfica não deveria ter vendido João Neves. Já enquanto candidato à Presidência do Clube da Luz, o advogado falou também da saída de Enzo Fernández, bem como da relação com os empresários, com destaque para Jorge Mendes.
“Seria fácil manter João Neves”.
Glorioso (G). No lugar de Rui Costa, teria vendido João Neves?
João Diogo Manteigas (JDM). Não teria vendido João Neves. Faria tudo para o manter porque é único, fruto do seu perfil, da sua juventude e daquilo que representava para o Benfica. É uma questão de identidade.
Hoje em dia, o futebol não é como antigamente, aliás nem é como quando comecei a trabalhar. Até aí, já era denominado como um pouco antiquado em termos de comércio. Vejam que, por exemplo, no fecho deste mercado, registou-se o segundo maior volume de vendas de sempre. O futebol é um setor comercial como outro qualquer.
Há jogadores que são diferentes. O João Neves era daqueles jogadores em que, em termos contratuais, seria muito fácil manter. Há uma entrevista em que o João Neves diz que não queria sair do Benfica e que ninguém da Direção do Benfica queria que ele saísse. Só pergunto porque é que ele saiu.
Há uma necessidade financeira que tem que ser correspondida no imediato e o Benfica depende das vendas que deixaram de ser receitas extraordinárias e passaram a ser ordinárias. O Benfica tem um problema de finanças. Tem que vender para ter dinheiro para pagar as suas dívidas.
“Problema da dívida do Benfica não é de agora”
G. Sendo preciso vender, e tendo em conta que disse que segurava João Neves, como resolvia a situação?
JDM. A necessidade de vender é assumida. Temos é de reduzir a dependência da venda de jogadores para fazer face às nossas dívidas e à nossa sustentabilidade financeira. O problema da dívida do Benfica não é de agora. O passivo do Benfica tem vindo a escalar ao longo dos anos, o que significa que nunca houve verdadeiramente uma estratégia a cinco ou 10 anos.
Quando me perguntam diretamente se tinha de vender, sei que naquela altura tinha de vender porque anos antes nunca me preparei estrategicamente, nunca me sentei com os meus fornecedores, nunca me sentei com os meus credores para tentar refinanciar tudo. Há outras sociedades desportivas em Portugal que o fizeram. Porque é que o Benfica nunca o fez? Se o Benfica não consegue sentar-se à mesa com todos os seus credores para reestruturar tudo aquilo que deve, então tem de vender os seus jogadores e tem de os vender depressa. Não pensaram, nunca se sentaram, nem prepararam a reestruturação da dívida total até hoje. Sujeitam-se à venda dos jogadores, que é a única coisa que dá receitas extraordinárias"
Enzo Fernández? “Seria possível mantê-lo até ao final da época no Benfica”
G. Objetivo do Benfica passa por reter talento, mas temos casos como o do Enzo Fernández, que pediu para sair. Como é que convencia o jogador a querer ficar no Benfica?
JDM. Não tinha que convencer, tem contrato, tem que ficar no Benfica. Essa é outra questão que tem passado um bocadinho ao lado. O Rui Costa foi um exemplo disso nos anos 90. Deu uma entrevista a dizer que esperava que o Benfica não lhe cortasse as pernas, para ele conseguir sair. Percebo a perspetiva do jogador, também sou advogado de jogadores, sei bem os problemas que passo com eles. E também sou advogado de clubes, também sei os problemas que passo com os clubes.
O Enzo Fernández tinha acabado de chegar ao Benfica. É um caso completamente anormal e excecional. O Enzo Fernández é novo, é um miúdo. Tem de ser de alguma forma ‘tratado’, tem de ser consciencializado, tem de perceber o enquadramento de toda a situação. Era o jogador mais importante do Benfica, foi a maior contratação do Benfica naquela altura e a equipa dependia completamente dele.
Seria possível mantê-lo até ao final da época, até porque iria valorizar. Se tivesse saído no final da época, com o campeonato conquistado, tinha sido vendido por um valor maior, se fosse essa a intenção. Durante o mês de janeiro, houve um tratamento péssimo daquilo que foi a gestão da potencial saída ou não do Enzo Fernández.
Recordo-me que, no ano novo, ele teve um problema a seguir ao jogo de Braga, que foi de férias e não disse nada a ninguém. Isso foi público. O Benfica não soube lidar com essa situação e meteu-se nas mãos, não do Enzo Fernández, mas meteu-se nas mãos de quem fomentou essa saída, nomeadamente dos empresários, nem tanto do Chelsea.
Vi uma entrevista do Rui Costa em que dizia que, quando os clubes contratam jogadores, têm de passar imediatamente mandatos aos empresários para a sua posterior venda e que isso fazia parte do setor. Não faz parte do setor, faz parte de determinados agentes desportivos que entendem que, para se viabilizar uma determinada transferência, tem de se assinar estes mandatos imediatamente. Nem digo que não o possam fazer. Não o podem fazer é passado seis meses do jogador chegar ao Benfica e condenar o que era um projeto desportivo assente naquela figura. Foi tudo mal gerido, meteram-se nas mãos dos empresários, meteram-se a jeito e o Enzo Fernández depois acaba por ter alguma força para poder sair porque estava de costas voltadas internamente. Aconteceu um mal menor, que foi a saída, com o Benfica a ser ressarcido financeiramente, mas colocando em causa o projeto desportivo.
“João Neves e António Silva não foram promovidos por mérito”
G. Aposta na formação é um consenso entre os Benfiquistas, mas como pretende operacionalizar a entrada de jogadores da formação na equipa principal? Quotas? Mínimo de X jogadores por ano a subir à equipa principal?
JDM. A formação é essencial ao Benfica e é uma questão histórica, mas tem de ser completamente reestruturada. O Benfica campus não está, hoje em dia, organizado como há uns anos. Havia claramente uma intenção de formar os jogadores para chegarem à equipa A. Depois, havia também a intenção de os vender imediatamente. Não concordo. Sou a favor da formação e um dos meus grandes objetivos passa por reter talento. Isso implica que o Benfica tenha contas mais consolidadas e mais estáveis para aguentar o talento, desenvolvê-lo, pagar mais por ele, nomeadamente em salários, através da renovação de contratos.
Vamos ter de rever completamente o paradigma daquilo que é a organização interna do Benfica Campus para fazer depois a ligação à equipa A. É um modelo que não está obsoleto, mas, com tantas saídas no departamento de scouting e na formação, há claramente algo que está a funcionar mal.
O João Neves e o António Silva – ou se quisermos irmos até ao Renato Sanches – surgiram sempre numa altura em que houve lesões dos jogadores e não havia substitutos para esse efeito. Não foi intencional, não foi promovido por mérito. Não há esse objetivo de passar a formação para a equipa principal. O objetivo é formar para chegar à equipa A e tentar reter ao máximo.
Empresários? “Não tolero que façam chantagem com o Benfica”
G. Relativamente à relação com os empresários, qual será a sua política relativamente a comissões?
JDM. Quanto mais tarde, melhor [risos]. Temos de aceitar que os agentes de futebol existem e não se consegue dar a volta a isso. Estão implementados, têm muita força junto dos clubes. Na SAD do Benfica, nota-se que há uma dependência muito grande e vê-se pelos pagamentos que se azem a empresários e está nas contas.
Tenho muita experiência em lidar com empresários, represento empresários e é algo que, quando chegar ao Benfica vai cessar, mas tem uma vantagem, eles conhecem-me e sabem como funciono. Assumo-os como parte do setor, parte do ecossistema, mas não tolero que façam chantagem, que façam pressão, que utilizem o jogador como objeto para tentar ganhar alguma coisa,
Lidar com empresários é muito fácil quando se quer. São os representantes dos jogadores, quando não são familiares, e têm de perceber que o Benfica tem de reter os jogadores, a não ser que haja uma movimentação tão excecional que sejamos obrigados a vender jogadores.
Nos últimos anos, o Benfica não tem vendido propriamente os jogadores, à exceção do Enzo Fernández, pelo valor da cláusula que impõe. Cláusulas essas que, para mim, são todas ilegais. Enquanto advogado, não só são ilegais, como nunca foram questionadas. A única vez em que foram questionadas nos tribunais internacionais, foram anuladas e rebaixadas.
A questão é que as cláusulas funcionam para valorização de ativo, mas depois na realidade têm de sair abaixo desse preço. Só poderão sair se algo de extraordinário acontecer em que seja forçado a vender. Se não for forçado a vender, não tenho de o fazer. Já há muitos anos que lido com eles [empresários]. Sabem perfeitamente o que é que vão apanhar.
“Não vejo a Gestifute de Jorge Mendes a promover grandes contratações para dentro do Benfica”
G. A proximidade do Benfica a Jorge Mendes tem sido alvo de críticas. Qual a relação que pretende manter com este empresário em questão?
JDM. Primeiro tenho de entrar no Benfica para perceber a amplitude da relação que existe com a Gestifute. Também existem boas relações e alargadas com outros empresários. Tenho conhecimento disso, até porque já estive e acompanho processos de outros empresários com o Benfica.
Há claramente uma ligação maior à Gestifute num cenário: vendas. Não vejo a Gestifute a promover grandes contratações para dentro do Benfica por preços muito interessantes. Gostaria que isso acontecesse. Não tenho nada contra o Jorge Mendes.
As relações são profícuas se todos ganharem. O que tenho vindo a assistir é o Benfica a pagar muitos valores por vendas de jogadores, que são talento importante para o Benfica reter. Não quero dizer já que não concordo, mas vai haver uma inversão nessa política porque tenho interesse em reter jogadores e não em vendê-los. O enquadramento que vou implementar é diferente daquele enquadramento que se vive hoje lá dentro. Se há uma abertura para eles quererem vender, é uma política que foi assumida pela atual Direção. Tenho uma visão contrária, mas não significa que tenha que cortar com o Jorge Mendes. Significa que o Jorge Mendes, a Gestifute ou qualquer outro empresário, vai ter que andar ao toque do Benfica e não ao contrário.
“Se o Benfica estiver na Liga Europa, tem obrigação de a ganhar”
G: Quais as reais ambições europeias do Benfica?
JDM. Atualmente, não consigo responder a essa pergunta porque não estou dentro do Benfica e não sei qual é o projeto, se bem que o Presidente do Benfica disse que o Benfica tinha sempre de ambicionar esse desidrato [conquista de uma prova europeia]. Concordo com ele. Participando nas competições europeias, o Benfica até pode conseguir fazê-lo, com um bocadinho de sorte.
Com um projeto diferente daquele que existe hoje, tenho a certeza que é perfeitamente possível, dependendo obviamente da competição onde estiver integrado. Se o Benfica estiver numa competição como a Liga Europa, tem obrigação de a ganhar porque tem capacidade financeira, mesmo vendendo como vende, por serem clubes mais acessíveis.
Na Liga dos Campeões, vamos testar este novo formato, que me parece difícil, mas isso não implica que o Benfica não possa ambicionar misturando duas coisas: sorte e um projeto minimente credível e estável. Tudo isso implica ter contas acertadas, retenção de valor, formação a funcionar. Gente nova no Benfica a tratar de tudo isto.
Veja as declarações, em exclusivo, ao Glorioso 1904 de João Diogo Manteigas:
Verifique todas inforamções necessárias para acompanhar na íntegra tudo o que irá acontecer no evento entre membros das listas eleitorais
23 Out 2025 | 17:07 |
È já hoje, 23 de outubro, às 21H00 que vai decorrer o tão aguardado debate entre os seis candidatos à Presidência do Benfica. Com transmissão exclusiva na BTV, este será o único frente-a-frente entre as várias listas que estão na corrida eleitoral. Confira em baixo os detalhes que precisa de saber.
Trata-se do momento mais importante desde o início da campaonha eleitoral, que visa as eleições que vão decorrer no próximo sábado, 25 de outubro. Em cena, vão estar Martim Mayer (Lista B), João Diogo Manteigas (Lista C), Cristóvão Carvalho (Lista C), Luís Filipe Vieira (Lista D), João Noronha Lopes (Lista F) e Rui Costa (Lista G). Os seis candidatos vão apresentar as suas ideias, conforme escreve o jornal A Bola.
Segundo as regras estipuladas pela Benfica TV, ficou decidido que o debate terá uma duração total de 3 horas,com início às 21H00, onde serão debatidos os mais variados temas ligados ao universo Benfiquista. Segunfo a mesma fonte, a organização do evento decidiu que em cima da mesa vai estar a discusão de oito temas centrais.
Em cada ronda, o candidato terá direito a uma intervenção de dois minutos. Além disso, no final de cada bloco, os cabeça de lista vão ter a oportunidade, no espaço de um minuto, completar as suas ideias sobre o tema em questão. O debate terá um intervalo entre cada hora e, no final, os envolvidos poderão transmitir a sua mensagem final aos Sócios.
Numa entrevista exclusiva, candidato da lista do atual presidente das águias revelou o que pretende fazer caso venha desempenhar funções atribuídas
23 Out 2025 | 16:35 |
O antigo basquetebolista do Benfica, Tomás Barroso, é o candidato de Rui Costa para a psição de vice-presidente das modalidades. Numa recente entrevista, o antigo atleta português falou do convite que recebeu da parte do dirigente máximo das águias e deixou uma garantia caso venha a desempenhar as ditas funções.
Tomás Barroso: "Só que depois fui chamado para coordenar o basquetebol e, achando que tinha competência para tal, aceitei"
O candidato de Rui Costa - que recentemente criticou João Noronha Lopes - foi escolhido para o lugar que antes era ocupado por Fernando Tavares. Em entrevista o Record, o ex-basquetebolista falou do convite que recebeu: "Não, nunca tive essas ambições. Quando deixei de jogar não estava nos planos integrar a estrutura do clube, nem isso alguma vez me foi prometido. Só que depois fui chamado para coordenar o basquetebol e, achando que tinha competência para tal, aceitei".
"Foi uma das pessoas a quem liguei quando recebi o convite. Merecia essa honestidade e palavra da minha parte. Não tenho razões de queixa. Sempre me tratou bem e ouviu, nomeadamente nos assuntos do basquetebol. Há coisas que fez bem e outras menos bem. Tal como eu, se for eleito, farei", acrescentou, deixando alguns elogios ao seu antecessor.
Tomás Barroso: "A minha relação será com o Benfica, não com esta ou aquela modalidade"
Uma vez que esteve ilgado ao basquetebol, enquanto atleta, mais tarde como coordenador, o candidato deixou uma garantia: "O ecletismo é muito importante, não é o basquetebol ou o futsal. A minha relação será com o Benfica, não com esta ou aquela modalidade. E se alguém tiver dúvidas é simples: vem ter comigo e explicarei tudo o que tiver de explicar".
"Quero que as pessoas se sintam bem a trabalhar. Se tivermos pessoas com vontade e motivação, o resto vai correr bem. Sou uma pessoa de contacto, que agrega. Não me importo de estar um dia inteiro a discutir uma modalidade, quero é que as coisas corram bem. Temos de melhorar processos? Sim, muitos e alguns já estão identificados. Temos de rever o sentido estratégico de uma ou outra modalidade? Sim, mas não há problema", acrescentou por fim, Tomás Barroso, candidato à vice-presidência das modalidades.
Através de um texto de opinião, publicado na imprensa naciona, antigo dirigente dos encarnados traçou um perfil sobre candidato presidencial
23 Out 2025 | 12:25 |
O benfica vai a eleições no próximo dia 25 de outubro, com o intuito de eleger o presidente que irá guiar as águias nos próximos quatro anos. Entre os candidatos está João Noronha Lopes, nome que foi muito falado por Menuel Vilarinho, antigo dirigente das águias, no seu mais recente texto de opinião.
Manuel Vilarinho: "No sábado votarei em João Noronha Lopes"
Na mais recente edição do Tribuna Livre, do jornal A Bola, o ex-presidente das águias começou por revelar o seu sentido de voto: "No sábado votarei em João Noronha Lopes. Sou, por feitio, insensível ao ruído das máquinas eleitorais, mas, há 25 anos, não fui insensível à máquina de trabalho que o muito jovem João Noronha Lopes revelou ser quando esteve ao meu lado na Direção do Benfica".
Vilarinho aproveitou o espaço de comentário para deixar um apelo aos Benfiquistas e uma certeza sobre o candidato: "Daí a importância de no sábado irmos todos votar. Votar é cumprir o Benfica. Eu, volto a dizer, voto sem hesitação em João Noronha Lopes. Porquê? Porque confio totalmente nele".
Manuel Vilarinho: "Não me inspira uma dúvida o seu carácter, a sua devoção ao clube e a sua extraordinária capacidade de trabalho"
"Não me inspira uma dúvida o seu carácter, a sua devoção ao clube e a sua extraordinária capacidade de trabalho. Digo isto porque esteve ao meu lado quando fui eleito presidente do Benfica na viragem do século. Embora tenha entrado como suplente foi um vice-presidente incansável desde o primeiro dia, uma verdadeira máquina de trabalho", acrescentou.
Por fim, assumiu que o Clube da Luz precisa de alguém como o candidato da Lista 'Benfica Acima de tudo' - que respondeu a Nuno Catarino: "Mas se o João Noronha Lopes não precisa do Benfica, creio que o Benfica precisa do João Noronha Lopes. É assim que eu, que já vi tantas coisas, vejo a situação atual no nosso clube e será esse o sentido do meu voto no sábado. João Noronha Lopes com toda a confiança".
Eleições no Benfica estão à porta a Martim Mayer visa candidatos: "Escondem-se atrás dos..."
22 Out 2025 | 19:21