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Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas: “Não tenho Bruno Lage como uma pessoa de pulso forte”

Em entrevista ao nosso Jornal, candidato à Presidência do Clube da Luz fala, ainda, do despedimento de Roger Schmidt e acredita que Rui Costa está arrependido da decisão que tomou

Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas aborda regresso de Bruno Lage ao Benfica
Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas aborda regresso de Bruno Lage ao Benfica

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João Diogo Manteigas tem dúvidas de que Bruno Lage tenha sido a primeira escolha de Rui Costa para suceder a Roger Schmidt no comando técnico do Benfica. Em entrevista exclusiva ao Glorioso 1904, o candidato à Presidência dos encarnados abordou o despedimento de Roger Schmidt, considerando que, ao dia de hoje, Rui Costa já estará arrependido de ter segurado o alemão para a temporada 2024/25.


"Não tenho Bruno Lage como uma pessoa de pulso forte"


Glorioso 1904 (G). Bruno Lage foi apresentado como novo treinador do Benfica. Seria a sua primeira escolha?


João Diogo Manteigas (JDM). Quando se abre a brecha relativamente a Roger Schmidt, têm de ser ponderados vários treinadores. Acredito que a Direção do Benfica o tenha feito. Não acredito que Bruno Lage tenha sido a primeira e única opção. O projeto desportivo foi todo construído com base na validação de um treinador que já não está no Benfica. Bruno Lage acaba por ser uma opção viável para entrar com o projeto em andamento. Não tenho Bruno Lage como uma pessoa de pulso forte. 

Bruno Lage vai ter de reconquistar os adeptos porque foi despedido e teve uma série de derrotas que condicionaram completamente a sua passagem pelo Benfica. A segunda época de Bruno Lage tem uma primeira volta espetacular, renova contrato em dezembro, e, depois, no ano da COVID, é um desastre completo. Saiu de uma forma pouco elogiosa não para ele, mas sim por parte da Direção que estava na altura. Há uma sequência de atos poucos elogiosos da parte da Direção, à cabeça, Luís Filipe Vieira. 


O regresso é surpreendente. Temos de olhar para Bruno Lage e perceber o que aprendeu nos últimos anos. Teve uma primeira experiência em Inglaterra, e depois no Brasil, que não correram nada bem, exceção feita ao primeiro ano no Wolverhampton. Mas a verdade é que conhece bem esta casa, tem vontade e vai ter de provar aos Sócios do Benfica que está preparado. Bruno Lage conhece o Benfica, é Benfiquista, e parece-me ter o perfil adequado. A questão é se é capaz de aguentar a pressão se as coisas começarem a correr mal. 

"Há uma altura em que se percebe que era inevitável chegar a acordo com Roger Schmidt”

G. Teria mantido Roger Schmidt depois do final da época passada? Se sim, teria despedido o técnico alemão ao fim de quatro jornadas?

JDM. Para começar, não teria renovado com Roger Schmidt. O problema é criado aí porque Schmidt renova menos de um ano depois de ter assinado pelo Benfica: chega em junho e renova em março numa altura em que o Benfica não tinha ganhado nada. É verdade que a época estava a correr muito bem, era uma lufada de ar fresco, a comunicação era espetacular, louvei-o várias vezes.

Ao ter renovado com o Roger Schmidt, a Direção do Benfica torna-se muito dependente dos resultados desportivos. Ninguém conseguia garantir que Roger Schmidt iria fazer a mesma coisa no ano seguinte. O Benfica tinha feito a primeira fase da época com um brilhantismo enorme. As coisas começam a correr mal a partir do momento em que Enzo Fernández, que era um jogador essencial, sai e a equipa começa a perder alguns jogos. O final dessa época, já após a renovação, não é fantástico. 

Há uma altura em que se percebe que era inevitável chegar a acordo com Roger Schmidt para não continuar nesta época. A Direção do Benfica tem sempre de escutar os adeptos. Não estou a falar de televisões, não estou a falar de programas de comunicação social, estou a falar da insatisfação dos Sócios no estádio. Ainda por cima Roger Schmidt criou um problema com os Sócios. Não interessa se foi encostado à parede – que foi – em determinados jogos. Havia uma insatisfação e estava em todo o lado. A partir daí, não poderia ter começado esta época. 

Acho estranho que o projeto desportivo se tenha mantido o mesmo. O projeto desportivo tem de ser pensado para o caso de o treinador principal falhar. E o risco era enorme. Quando vemos a entrevista de Rui Costa, no Benfica Campus, percebe-se que é uma aposta pessoal dele e, a partir daí, está completamente dependente do treinador. Saindo o treinador, está ainda mais dependente do novo treinador, que é uma escolha pessoal. Foi um processo mal gerido, mas ao menos tomou uma decisão, assumiu-a publicamente e não se pode levar a mal Rui Costa por tê-lo feito. Foi um risco e está certamente insatisfeito com a decisão que tomou. 

“A um ano do final do mandato, reestruturar o Conselho de Administração é grave. Significa que alguma coisa falhou redondamente”

G. Nos últimos dias, foi conhecida a nova constituição da administração da Benfica SAD. Que comentário pode fazer sobre os nomes escolhidos, em particular ao de Nuno Catarino, que ficará com a área financeira

JDM. Desconheço por completo quem é Nuno Catarino. Não sabemos nada de mau, nem nada de bom. Vamos dar a possibilidade de ser uma coisa nova. 

A um ano do final do mandato, reestruturar o Conselho de Administração é grave. Significa que alguma coisa falhou redondamente naquilo que é a gestão da SAD. O Benfica não tinha, desde a saída de Luís Mendes, um interlocutor para o mercado – e é obrigatório por lei –, mas houve uma recomposição e temos de dar a mão à palmatória e acreditar que vão fazer um bom trabalho até ao final do mandato.

Seria muito mais grave se não se resolvesse, se houvesse eleições antecipadas, se houvesse uma crise ainda mais grave. Não concordando, reconheço que há algum alinhamento em quem está lá dentro. Viu-se uma entrevista de Jaime Antunes a validar isso. Relembro que, em abril, Luís Mendes, antes de sair do Benfica, tinha dado uma entrevista em que disse que o Benfica não precisava de vender jogadores e que estava bem financeiramente. 

Confira aqui as declarações de João Diogo Manteigas: 


Entrevista exclusiva de João Diogo Manteigas ao Glorioso 1904:
 - Parte 1: Exclusivo Glorioso 1904 - “Tenho a certeza que Noronha Lopes e Benitez vão-me apoiar”

- Parte 2: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas: “Não tenho Bruno Lage como uma pessoa de pulso forte”

 - Parte 3: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas fala em “amadorismo” na gestão da SAD: “Benfica está constantemente a precisar de dinheiro”

- Parte 4: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas perentório: “Seria fácil manter João Neves no Benfica”

- Parte 5: Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas prepara 'revolução' no Benfica: "Desinvestir naquilo que são as contratações caras"

 - Parte 6: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas rejeita ideia de vieirismo no Benfica: “Rui Costa é outra coisa (…) mas modelo é igual”

- Parte 7: Exclusivo Glorioso 1904 – Quem é João Diogo Manteigas que se candidata à Presidência do Benfica

- Parte 8: Exclusivo Glorioso 1904 – Rui Costa? João Diogo Manteigas sem ‘papas na língua’: “Indecisão”


Clube

Exclusivo Glorioso 1904 – Rui Costa? João Diogo Manteigas sem ‘papas na língua’: “Indecisão”

Em conversa com o nosso Jornal, o candidato à Presidência do Clube encarnado atribuiu uma característica ao atual Líder das águias, falando, ainda, no antigo dirigente, Luís Filipe Vieira

Numa entrevista em Exclusivo ao Glorioso 1904, João Diogo Manteigas considera Rui Costa como uma pessoa indecisa
Numa entrevista em Exclusivo ao Glorioso 1904, João Diogo Manteigas considera Rui Costa como uma pessoa indecisa

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João Diogo Manteigas esteve à conversa com o nosso Jornal e, em exclusivo, nomeou o melhor Presidente na história do Benfica, além de ter atribuído uma característica ao atual dirigente dos encarnados, Rui Costa. O primeiro candidato à Presidência também fez uma viagem ao passado para destacar o melhor onze do Clube da Luz


Glorioso 1904: Melhor jogador português de todos os tempos?


João Diogo Manteigas: Eusébio.


G: Melhor Presidente do Benfica?

JDM: Joaquim Ferreira Bogalho


G: É Benfiquista porque...

JDM: Assim nasci

G: Se eu não fosse Benfiquista seria...

JDM: Apoiante

G: Numa palavra, Frederico Varandas

JDM: Sportinguista

G: Noutra palavra, André Villas Boas

JDM: Portista

G: Ainda noutra palavra, Luís Filipe Vieira

JDM: Passado

G: E para finalizar outra ainda, Rui Costa

JDM: Indecisão

G: Melhor jogador português da atualidade?

JDM: Bernardo Silva

G: Filme preferido?

JDM: Lock, Stock and Two Smoking Barrels do Guy Ritchie

G: Viagem de sonho?

JDM: À Farmácia Franco a 28 de fevereiro de 1904

G: Qual o melhor 11 do Benfica de todos os tempos?

JDM: Uma mistura das duas equipas de maio de 1961 e 1962 com a presença obrigatória de Eusébio. Costa Pereira, Malta da Silva, Humberto Coelho, Ricardo Gomes, Leo, Toni, Coluna, Simões, José Augusto, Eusébio e José Águas.


Clube

Exclusivo Glorioso 1904 – Quem é João Diogo Manteigas que se candidata à Presidência do Benfica

Advogado português é o primeiro a chegar-se à frente e anunciar a candidatura ao próximo ato eleitoral das águias em dia especial na história do Clube

Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas candidata-se à Presidência do Benfica
Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas candidata-se à Presidência do Benfica

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Para João Diogo Manteigas, advogado, os últimos 17 anos foram dotados de uma vasta experiência, em concreto, na área do direito, mas agora um dos principais focos está em outubro de 2025: o dia em que os Sócios vão às urnas eleger o 35.º Presidente do Sport Lisboa e Benfica.


Com 43 anos de idade, o jurista português escolheu anunciar a candidatura à liderança do Clube da Luz no dia em que se celebrou os 116 anos do Sport Lisboa com o Sport Clube de Benfica. Ser um dos mais jovens na história a candidatar-se ao lugar, atualmente, ocupado por Rui Costa, não o assusta, tal como fez questão de reforçar, em exclusivo ao Glorioso 1904, e é com um espírito mais fresco que João Diogo Manteigas promete virar a página.


Além da advocacia, o candidato a Presidente do Benfica tem uma experiência no mundo do desporto. Desde comentador em estações televisivas como a CNN Portugal e a BTV, a formador na Liga Portugal Bussiness School, João Diogo Manteigas sonha trazer um Benfica diferente e triunfador, assim como o lema da candidatura dita: “Benfica vencerá”


A um ano e um mês do ato eleitoral do Benfica, João Diogo Manteigas prepara uma campanha dedicada a todos os Sócios encarnados. A principal premissa? Ouvir e debater sobre o Sport Lisboa e Benfica. Com um percurso iniciado no direito, o primeiro candidato a chegar-se à frente na luta pelo trono do Clube da Luz ambiciona trazer um palpitante e fresco ciclo.

Entrevista exclusiva de João Diogo Manteigas ao Glorioso 1904:


- Parte 1: Exclusivo Glorioso 1904 - “Tenho a certeza que Noronha Lopes e Benitez vão-me apoiar”

- Parte 2: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas: “Não tenho Bruno Lage como uma pessoa de pulso forte”

- Parte 3: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas fala em “amadorismo” na gestão da SAD: “Benfica está constantemente a precisar de dinheiro”

- Parte 4: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas perentório: “Seria fácil manter João Neves no Benfica”

- Parte 5: Exclusivo Glorioso 1904 - João Diogo Manteigas prepara 'revolução' no Benfica: "Desinvestir naquilo que são as contratações caras"

- Parte 6: Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas rejeita ideia de vieirismo no Benfica: “Rui Costa é outra coisa (…) mas modelo é igual”

- Parte 7: Exclusivo Glorioso 1904 – Quem é João Diogo Manteigas que se candidata à Presidência do Benfica

- Parte 8: Exclusivo Glorioso 1904 – Rui Costa? João Diogo Manteigas sem ‘papas na língua’: “Indecisão”


Futebol

Exclusivo Glorioso 1904 – João Diogo Manteigas rejeita ideia de vieirismo no Benfica: “Rui Costa é outra coisa (…) mas modelo é igual”

Em entrevista ao nosso Jornal, o primeiro candidato à Presidência do Clube da Luz analisa a continuação do ‘legado’ do antigo dirigente encarnado no mandato do atual Líder e fala na proximidade com os Sócios

Em exclusivo ao Glorioso 1904, João Diogo Manteigas critica Rui Costa e rejeita a continuidade do vieirismo no Benfica
Em exclusivo ao Glorioso 1904, João Diogo Manteigas critica Rui Costa e rejeita a continuidade do vieirismo no Benfica

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João Diogo Manteigas considera que não existe ‘Vieirismo’ na atual direção do Benfica, existindo um quadro diretamente ligado a Rui Costa. Em entrevista exclusiva ao nosso Jornal, o candidato a Presidente do Clube da Luz acredita que o atual líder encarnado não tem outro ‘ensinamento’ para fazer diferente de Luís Filipe Vieira.


“Há Sócios que não conseguem separar aquilo que era o ex-jogador daquilo que tem de ser como gestor”


Glorioso 1904 (G). Rui Costa foi uma rotura com o passado ou acabou por ser uma continuidade relativamente a Luís Filipe Vieira?


João Diogo Manteigas (JDM). Rui Costa ainda é visto como um de nós. É Benfiquista. Isso é inquestionável. Ainda goza daquela imagem de ex-jogador. Há Sócios que não conseguem separar aquilo que era o ex-jogador daquilo que tem de ser como gestor.

Há dois cenários: ou Rui Costa tinha a capacidade e competência para pegar no barco e ser ele a emanar as diretrizes. Não é o perfil dele, mas esperava que fosse desde 2021. Fiquei chateado, não vou dizer triste, por ver que não houve essa rutura. Não digo que tivesse de retirar tudo. Desde 2008 que Rui Costa é diretor desportivo e acompanhou sempre as mesmas pessoas. Não conheço pessoas diferentes dentro do Benfica. É óbvio que ele se rodeou de um círculo mais circunscrito. Outra coisa é termos 80 e tal por cento em corpos diretivos idênticos. Quando nos apercebemos disso, percebemos que o modelo de gestão não vai ser diferente"


"Há um ‘Costismo’. O Rui Costa é outra coisa"

G. Considera, por isso, que há uma continuação do Vieirismo?

JDM. Não gosto dessa expressão. Há um ‘Costismo’. O Rui Costa é outra coisa. Não é o Vieira. O modelo de gestão não mudou. Há menos poder decisório e isso nota-se. Enquanto Vieira decidia mais ou Domingos Soares ou Miguel Moreira, não vejo isso acontecer com Rui Costa. Centraliza demasiado e não consegue tomar decisões. Em bom rigor, não devia ser ele a tomar essas decisões, tinha de se rodear para tomarem essas decisões e no final tinha um voto qualitativo. Não foi isso que vi nos últimos três anos.

Isto é mais perigoso do que quando alguém decidia e decidia mal. Não gosto da palavra vieirismo porque o Benfica não é uma república onde a malta lembra-se de um Presidente e faz um chavão com o nome dele.

Luís Filipe Vieira teve demasiados anos à frente do Benfica. Fechou uma era e Rui Costa faz um seguimento por não saber de outra maneira porque foi aquilo que ele vivenciou dentro do Benfica. Se Rui Costa não tem uma ‘escola’ diferente, não tem uma formação diferente, não conhece outras pessoas, vai fazer o mesmo. O modelo é igual.

"Se há um processo disciplinar pendente sobre Luís Filipe Vieira, vai-se candidatar à presidência? Não faz sentido"

G. Disse agora mesmo que se tinha fechado uma página com Luís Filipe Vieira. Acha que não há espaço para ele se voltar a candidatar?

JDM. Espero que não haja espaço para ele voltar a candidatar-se. Há duas sombras a pairar sobre Luís Filipe Vieira. Embora ele tenha esse direito e é legítimo, há dois problemas para resolver. Um judicial, ainda é arguido em determinados processos e foi acusado. Não faz sentido um candidato à Presidência do Benfica ou a qualquer outra entidade – seja desportiva ou não – candidatar-se quando paira sobre ele uma suspeita, ainda para mais relacionada com o Benfica.

A outra razão está relacionada com uma questão interna do Benfica. Foi aprovado na última Assembleia Geral, em junho, a ata que prova que ele efetivamente cometeu uma ilegalidade relativamente a um Sócio. Deve haver um processo disciplinar. A Direção deveria ter aberto um processo disciplinar. Se há um processo disciplinar pendente sobre Luís Filipe Vieira, vai candidatar-se à Presidência? Não faz sentido. Se ele quiser apresentar-se a eleições, ele lá entenderá. Não vai ter sucesso. As pessoas já viraram a página de Luís Filipe Vieira.

"Nunca acreditei que Jorge Jesus voltasse, mas é o Benfica e tudo pode acontecer"

G. Foi comentador da BTV durante seis anos e dois meses. A BTV está de alguma forma conotada com alguma proximidade às Direções do Benfica. De que forma é que isto o compromete?

JDM. Não compromete de forma absolutamente nenhuma. Adorei a minha experiência na BTV. A BTV é uma coisa inacreditável [pela positiva]. Sugeriram-me a criação de um programa em que me deram um completo controlo sobre aquilo. Tive muitos problemas com o meu programa. Foi suspenso várias vezes por ordem do ex-Presidente [Luís Filipe Vieira] e do antigo CEO [Domingos Soares de Oliveira]. Foi suspenso pelo antigo diretor jurídico do Benfica e também foi suspenso por parte de advogados externos ao Benfica.

Porque é que, ao longo de seis anos, o programa foi suspenso aqui e ali? Porque obviamente coloquei em cima da mesa coisas que os administradores do Benfica não gostavam que fosse debatido. Corri sempre esse risco, mas na realidade nunca me fecharam definitivamente o programa. Houve ali alturas em que tinha de ter mais calma.

Levei lá pessoas que não eram do Benfica. Profissionais de todas as áreas. Debateram, respeitaram o Benfica, nunca tive problemas nenhuns com esse programa até ao dia em que descobri, em 2020, muito tempo antes da contratação de Jorge Jesus, que o Jorge Jesus era o treinador que Luís Filipe Vieira queria à força para o Benfica.

A primeira coisa que fiz, obviamente, depois de ter criticado tudo o que foi Jorge Jesus no Sporting e tudo aquilo que disse sobre o Benfica quando esteve no Sporting, foi apresentar a renúncia. A partir de hoje, não posso estar na BTV quando se contrata um treinador que fez o que fez e disse o que disse sobre o Benfica. É impossível. Não contem comigo.

Coincidiu com as eleições, em julho de 2020, e a BTV sabia uns meses antes que Jorge Jesus ia ser contratado pelo Benfica. Aliás, ainda o Bruno Lage nem tinha sido despedido. Nesse caso, fui ingénuo. Nunca acreditei que Jorge Jesus voltasse ao Benfica, mas é o Benfica e tudo pode acontecer.

G. Quais são para si os aspetos mais prementes relativamente à revisão dos estatutos?

JDM. A questão do voto físico e voto eletrónico é muito sensível e tem de ser debatida imediatamente com os Benfiquistas. O voto físico é o ideal. Não há grande conversa sobre esse assunto. Todas as federações estão sujeitas a limitação de três mandatos. Faz todo o sentido os órgãos sociais serem remunerados. A forma como o cálculo é feito pode ser discutível, mas é uma coisa absolutamente normal.

No final de cada época desportiva, deve haver uma assembleia geral ordinária, prevista nos estatutos, para que os Benfiquistas debatam o ano desportivo anterior.

Espero que que o professor Fernando Seara tenha a hombridade e a capacidade de aguentar a assembleia geral até que se resolvam as questões. Tivemos assembleias gerais, que não são dignas do Benfica. Acredito que ele tem essa capacidade e vai conseguir gerir isso. Espero que não seja isso que vá na cabeça dele, ou seja, que a partir do momento em que haja algum desconforto, que acabe com a assembleia geral. Isto é essencial para a vida do Benfica.

"O Benfica já foi o Clube com mais Sócios do mundo. Benfica tem de ter esse objetivo"

G. Qual a sua estratégia de aproximação do Clube aos Sócios?

JDM. É um dos pilares essenciais que está relacionado com a minha candidatura, que é o associativismo e até porque nos últimos anos se nota uma fricção muito maior entre os Sócios e o Benfica.

Esse trabalho de aproximação tem que ser feito de várias maneiras, mas à cabeça de duas formas: uma a nível nacional e outra internacional.

A nível internacional é mais fácil. Há um desfasamento muito grande com os PALOP. O Benfica perdeu completamente o comboio relativamente à Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo-Verde, Angola… Não se sente essa ligação. É um mercado grande a explorar para Sócios Benfiquistas, que em tempos o Benfica teve (Eusébio, Coluna, Águas, Costa Pereira). Historicamente, o Benfica tem esse dever.

Porque não fazer assembleias gerais deslocalizadas do Estádio da Luz? Ir ao encontro dos Sócios. Porque é que o Benfica não joga em casa, como visitado, fora do Pavilhão da Luz. Há uma ligação muito maior dos Sócios e adeptos às modalidades porque privam com os atletas das modalidades e não com os do futebol.

Essa aproximação tem de ser imediata e correr em paralelo com todas as outras medidas. Tem de se sentir de imediato esse impacto junto dos Sócios. A melhor maneira é irmos atrás deles, não só para os manter, porque na realidade nós vemos que o Benfica tem uma (boa) quotização de Sócios ativos, mas pode ter muito mais. O Benfica já foi o Clube com mais Sócios do mundo. O Benfica tem de ter esse objetivo.

G. Que comunicação gostava de implementar no seu Benfica?

JDM. A comunicação do Benfica não existe. Não vou chamar comunicação a newsletters e coisas que publicam no site que são resumos do que se passou. A comunicação do clube passa por ter um canal de excelência, que é a BTV, que adoro e que tenho imensas saudades, mas que funciona em prol daquilo que a administração quer fazer da BTV. Uma proteção para quem está lá dentro. Isto não é para ser levado a mal. É uma questão política e não pode ser. A BTV existe para transmitir jogos (futebol e modalidades) e estar próxima dos Sócios e adeptos para transmitir aquilo que é o Benfica. Tem de haver uma reformulação completa. Na parte dos media, tem, basicamente, que recomeçar do zero.

Há um projeto que me diz muito – o meu pai é jornalista – que é a Rádio Benfica. É uma empresa que está constituída. É uma das 12 empresas do grupo e nunca foi ativa. Aí sim, podemos retomar a conversa dos PALOP e comunicar para fora daquilo que é o universo localizado dos Sócios Benfiquistas em território nacional e chegar também a esses (Sócios) através da rádio e a BTV tem que se abrir, de uma vez por todas.

Ninguém na BTV é capaz de estar sentado à mesa e criticar, de forma completamente descompensada, Rui Costa ou seja lá quem for. Não faz sentido absolutamente nenhum. É um ambiente controlado. Agora tem é de ser completamente independente e em defesa do Benfica. Não é ter conteúdos de programas que não interessam absolutamente a ninguém ou que estejam sempre em modo repeat.

Sei que isto não vai ser muito agradável de dizer porque vai parecer que é pressão e eventualmente até chantagem. O Benfica tem de controlar aquilo que os media, e os jornais desportivos em concreto fazem do Benfica. Das duas uma: ou o Benfica é permissivo quanto a isso ou então fomenta isso. Tenho conhecimento de algumas situações que é o Benfica que fomenta ou então tem uma estratégia de porta aberta para a comunicação social. Há coisas confidenciais e sigilosas, mas tem que ter via aberta para dizer ‘não, isso que estão a dizer está errado’.

Não pode ser colocar pessoas nos meios de comunicação associadas ao Presidente, ex-Presidentes, diretores, que vão responder pelo Benfica, que estão sempre com o telemóvel na mão. Isso tem de acabar. O Benfica tem de ter uma relação com os media franca e aberta, mas tem de utilizar o seu próprio canal de comunicação para o fazer. Tem de ser aberto, completamente independente e transversal. Há muita margem para dar a volta e o Benfica é claramente lesado pela ausência da sua comunicação. Os Benfiquistas não conseguem perceber o que se está a passar e é penoso. Completamente prejudicial.


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