Fico apreensivo quando vejo que o plantel viu partir algumas das peças-chave da última época e só tem 3 semanas para estar em condições de competir

Aquecem os motores

Na passada segunda-feira o Benfica iniciou a pré-temporada.

É uma frase feita dizer que esta é das mais importantes dos últimos anos, mas no atual modelo competitivo, sempre que não se consegue o acesso direto à Liga dos Campeões, as pré-temporadas que incluem jogos de acesso à competição milionária ganham uma importância acrescida, ainda para mais quando 25% a 30% das receitas anuais dependem, direta e indiretamente, desta competição.

Fico por isso apreensivo quando vejo que o plantel viu partir algumas das peças-chave da última época e só tem 3 semanas para estar em condições de competir com equipas que tiveram mais tempo de descanso e preparação para este embate.

É obviamente cedo para fazer um balanço do mercado, mas, ao dia de hoje, pelo menos em teoria, não estamos mais fortes.

Pelo meio ainda temos mais uma disputa de troféu com o nosso rival lisboeta. Também este será um jogo de enorme importância:

• por representar mais um troféu;

• por ser contra o Sporting;

• pelo que poderá representar, em confiança, para os jogos que se seguem

• pela carga emocional que vem da final da taça, em que o Benfica se sentiu, justamente, prejudicado porque quem tem obrigação de garantir a justiça no jogo.

Aquecem também os motores para a disputa eleitoral de 25 de outubro.

A 101 dias de eleição do próximo presidente do Sport Lisboa e Benfica, já há quatro candidatos oficiais.

• O incumbente, Rui Costa, tem a vantagem de ter “a máquina” do seu lado e a, cada vez menos importante, aura de jogador símbolo do clube. Contra ele estão duas épocas muito aquém das expetativas. Estes 101 dias serão fundamentais para tentar recuperar algum do capital de confiança perdido pelo que os resultados dos jogos acima mencionados serão fundamentais;

• Noronha Lopes tem do seu lado a onda que criou nas eleições de 2020, bem visível nas ações de campanha, a experiência de há 5 anos, e um currículo de gestor que contrasta com a inexperiência de Rui Costa. Tem, no entanto, a inexperiência associada de não ser do meio, o que muitos sócios encaram como negativo;

• João Diogo Manteigas tem a vantagem de se ter apresentado a mais de um ano de distância das eleições, tendo aos poucos, conquistado a notoriedade que necessitava para alguém que não tem os meios que os candidatos acima mencionados. Ao contrário de Noronha, tem um percurso profissional no Futebol, mas ao contrário deste, não arrasta multidões, que serão necessárias para ser eleito;

• Martim Mayer foi o último a apresentar-se, mas para além do ilustre nome, pouco se sabe. Tem pouco mais de 3 meses para se dar a conhecer, o que, convenhamos, é pouco.

Além destes poderá ainda ir a jogo Cristóvão Carvalho e o joker destas eleições: Luis Filipe Vieira.

Será difícil de adivinhar o impacto que terá se confirmar a sua candidatura, mas com certeza, umas eleições com Vieira, serão necessariamente muito diferentes de outras sem ele.

Nas próximas semanas os motores vão aquecer e em setembro todos terão de estar em alta rotação para disputar as que com certeza serão as eleições mais disputadas de sempre do Benfica.

P.S.. No meu último artigo referi que havia quem não estava a pôr o Benfica em primeiro lugar. Dos que enumerei Carreras e Kokçu já abandonaram o clube. Os próximos 101 dias dirão se foram os únicos.