
Bruno Lage já ERA
Rui Costa tem aqui um desafio imenso: reconstruir a confiança dos adeptos e devolver ao Benfica o brilho que, por demasiado tempo, ficou apagado.
07 Jan 2023 | 16:01
Quem o disse foi o ex-Presidente da Juventus e está coberto de razão
“Fortnite é o novo rival do futebol”. A frase não é minha, é do ex-Presidente da Juventus e está carregado de razão, porque os e-sports têm de ser vistos pelo Benfica como um meio e não apenas um fim.
As receitas globais associadas aos e-sports em 2019 chegaram perto dos mil milhões de euros. Ainda longe do que gera o futebol – na Europa apenas, as receitas atingem perto de 28 mil milhões – o que impressiona é o ritmo a que têm crescido. As projeções estimam que entre 2019 e 2025 as receitas dupliquem, um ritmo de crescimento muito superior ao do futebol. O grosso das receitas que são geradas vêm de patrocínios. Cientes de que estamos a falar de um mercado que em 2019 teve cerca de 197 milhões de pessoas a seguir desportos virtuais regularmente e mais 200 milhões de forma ocasional, as marcas – de componentes e periféricos informáticos a bebidas energéticas, de vestuário desportivo a entregas postais – têm investido fortemente no setor e foram responsáveis em 2021 por cerca de 641 milhões de dólares (602 milhões euros) . Direitos digitais (sobre os jogos) e de transmissão são as duas parcelas seguintes com 192,6 (181) e 126,6 milhões de dólares (118 milhóes de euros), respetivamente.
A maior parte dos clubes tradicionais têm entrado no mundo dos e-sports quase como algo de inevitável a fazer pela dimensão que tem ganho, mas longe de integrar essa entrada numa estratégia que possa alavancar o posicionamento do clube e as suas ambições como organização. É óbvio que para um clube como o SL Benfica, a premissa de qualquer competição em que participe é honrar os pergaminhos desportivos do clube e isso só se faz de uma forma: tendo a ambição de ganhar. Mas mesmo no futebol, o nosso clube precisa de crescer bastante para lá da realidade do país. Como já tenho dito, enquanto o grosso das receitas vier do mercado nacional, teremos sempre uma luta de David contra os outros Golias da Europa.
O desafio que lanço tem precisamente a ver com a integração da presença dos e-sports numa estratégia de alargamento da base de adeptos e receitas, quer geracional, quer internacional. Estratégia esta que é fundamental quer para manter o SL Benfica como o clube português mais popular, como para alimentar esse crescimento além fronteiras. Em primeiro lugar, sabemos que as novas gerações não consomem media da mesma forma que as anteriores o faziam. As estatísticas mostram que a Geração Z, jovens entre os 16 e 24 anos gastam menos de uma hora por dia a ver televisão tradicional, um terço do que os millennials viam com a mesma idade. O seu consumo de media é essencialmente através de plataformas de content-on-demand e social media. Quem quiser ter uma presença forte nas próximas gerações, tem de produzir conteúdos para esses canais.
O SL Benfica tem um canal de televisão e está por isso na pole position para a criação de conteúdos para essas plataformas. Ao mesmo tempo, tem nos e-sports uma arena (pun intended) privilegiada para produção de conteúdos. A estratégia definida para a produção e distribuição e conteúdos digitais está assente na equipa principal de futebol, na plataforma BenficaPlay.pt e numa parceria com a Telecoming, que no anúncio do acordo de colaboração se propôs a desenvolver um serviço onde os fãs de futebol “podem desfrutar de uma experiência digital única e inesquecível”. A Telecoming já têm experiência de trabalho com o Real Madrid e Anderlecht e será um ativo importante na distribuição de conteúdos principalmente para o segmento com maior margem de crescimento – o mobile.
Mas é possível fazer mais. E acredito que os e-sports, mais até do que a produção e distribuição de conteúdos baseados na equipa principal de futebol, podem alavancar uma estratégia de sucesso. Em primeiro lugar porque, por mais que nos custe, é muito difícil competir em novos mercados por novos adeptos competindo com outros clubes que muitas vezes não tendo o passado glorioso do nosso clube, têm um presente com muito mais impacto mediático, uma vez que têm presença continua – da sua equipa e dos seus jogadores nas respetivas seleções – nas fases mais avançadas das competições internacionais. Por outro lado, são conteúdos que são apelativos para quem já está fidelizado a esse clube. Mas o mercado dos e-sports é muito mais dinâmico, a audiência muito mais jovem e as “marcas” muito menos maduras, representando oportunidades de entrada e de crescimento muito mais realistas. Uma estratégia de produção de conteúdos assente nos e-sports e de distribuição dos mesmos nos canais que as novas gerações usam para consumo de media seria algo que poderia não só fidelizar a próxima geração de adeptos nacionais, mas também potenciar as nossas perspetivas de crescimento internacional, principalmente em mercados emergentes onde a penetração do mobile é inclusive bastante superior à da Europa.
Além de jogar, os aficionados de e-sports passam horas a ver jogar. E não necessariamente os jogos mais competitivos ou os melhores jogadores. Aqui a variável de entertainment, tanto ou mais do que a de capacidade competitiva, é determinante. E é precisamente aqui que as sinergias entre os criativos de media, os jogadores de e-sports, os distribuidores de conteúdos digitais – mais uma vez, importantíssimo o canal mobile – podem fazer a magia que o nosso clube precisa não só para manter como para aumentar a sua relevância no panorama nacional e internacional. É importante lembrar que o jogador mais famoso de Fortnite, Richard Tyler Blevins a.k.a. Ninja com 18 milhões de subscritores no Twitch e 24 milhões no Youtube, não está sequer entre os top 20 jogadores de Fortnite em 2022 no ranking da ESPORSTS.net. O paradigma tem sido que fenómenos como este cresçam e apareçam e depois tenham um apoio profissional na produção de conteúdos. Mas a oportunidade poderá estar precisamente no scouting de jogadores que possam com ajuda dos criativos de formatos e conteúdos ser as próximas estrelas de e-sports e de streaming, obviamente sem prejuízo da necessidade de assegurar uma capacidade competitiva que honre a história do clube. O SL Benfica já é atualmente o clube mais bem sucedido do mundo na potenciação de talento no futebol. Não podemos sequer dizer que seria um conceito estranho ao nosso clube.
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