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29 Out 2024 | 14:36
Perguntar se Lage tem ou não capacidade para voltar a levar o Benfica aos títulos pode ser vista de pelo menos dois ângulos distintos.
Perguntar se Lage tem ou não capacidade para voltar a levar o Benfica aos títulos pode ser vista de pelo menos dois ângulos distintos.
O primeiro é se terá capacidade para liderar este plantel dentro das quatro linhas, ajustando os talentos que tem à sua disposição a diferentes sistemas táticos, que otimizem o seu potencial e reajam aos diferentes desafios que cada jogo e cada adversário nos colocam.
Não passando eu de um “adepto de bancada” e curioso da” bola”, à semelhança de outros milhares de benfiquistas, parece-me, ainda assim, que Lage tem uma perceção do jogo bastante flexível, tentando perceber a cada momento quais os jogadores que tem ao seu dispor em melhores condições para dar a resposta que cada jogo exige.
Ao contrário de Schmidt, Lage tem testado sistemas táticos com várias nuances, com a nítida preocupação de a cada momento procurar, dentro do plantel, o jogador que melhor responde ao que pretende para a equipa. Bons exemplos disso serão o novo papel de Aurnes na equipa, a promoção de Tomás Araújo ou a mais recente utilização de Beste e o recuo de Kokçu, permitindo que Akturkolglu jogue na posição onde pode dar mais à equipa, ainda que para isso tenha sacrificado Florentino e António Silva.
Outras grandes diferenças de Lage para o seu antecessor são a gestão que tem feito de Di Maria, dentro de campo com muito maior proteção, e fora com mais descanso para poder dar mais à equipa; e a utilização das substituições, dando mais minutos a jogadores que, mais tarde ou mais cedo, podem ser importantes para a equipa em jogos com diferentes graus de dificuldade.
Se ao primeiro eixo podemos associar hard skills, ou os conhecimentos técnicos específicos para ser competente na sua função, o segundo dirá respeito às chamadas soft skills, ou competências comportamentais que o capacitam para gerir toda uma série de desafios fora de campo (e muitas vezes dentro) indispensáveis à sua função te treinador (ou gestor).
É neste que, confesso, tenho mais duvidas, sobretudo porque tenho ideia que foi essa menor capacidade que o conduziu aos três despedimentos que somou nas suas três últimas (e únicas) experiências profissionais enquanto treinador principal sénior.
Num clube como o Benfica, essa menor competência pode ser disfarçada pelos resultados positivos, mas está sempre subjacente e rapidamente se torna a mais importante quando os primeiros desaires aparecem.
E porquê? Porque é nesse momento que se instala a dúvida:
• Nos adeptos que se questionam se Lage saberá dar a volta às adversidades;
• Nos média que estão sempre mais sequiosos de desaires do que de vitórias;
• Nos jogadores, que se perguntam se é com este treinador que vão conquistar os títulos ou a valorização que procuram;
• Na direção que, pressionados por todos os outros, terá de avaliar e decidir se este é o homem certo para o projeto.
Sendo todos relevantes e estando dependentes uns dos outros, a gestão mais complexa e perigosa para Lage e para a equipa é mesmo a dos jogadores.
Enquanto a equipa ganha, os jogadores titulares estão muito satisfeitos, mesmo que joguem fora da sua posição preferida, e os suplentes, não o estando, ficam calados porque não se querem expor numa situação de fraqueza negocial.
Mas quando a equipa perde, abre-se uma porta para estes, consumidos pela frustração de não jogar e, com certeza, por terem a cabeça cheia de opiniões de família, amigos e empresários, se começarem a fazer ouvir, para dentro e para fora, sendo esse o primeiro e principal foco de instabilidade que, se permitido crescer, dificilmente se controla.
Lembrei-me de tudo isto após o jogo da passada quarta-feira. Seria Lage capaz de passar este primeiro teste chumbado, com uma equipa que, há 2 meses, tinha sido humilhada e vulgarizada pelo Benfica?
Para já, superou bem o desafio, com uma exibição e vitória convincente contra um adversário claramente inferior (cada vez mais comum no nosso campeonato cada vez mais a três).
Mas levantou-se uma primeira pedra e nos próximos dois meses, cheios de desafios com um grau de dificuldade substancialmente superior, Lage terá de demonstrar que consegue gerir todas estas variáveis e controlar e unir os diferentes grupos de interesse que se movem à sua volta, muitas vezes em direções opostas.
Não só pela natureza do clube, que Lage conhece bem, mas pela natureza de quem o rodeia, que Lage também conhece bem, o treinador do Benfica terá de demonstrar que a experiência dos últimos 3 anos foi o ponto de viragem que precisava na sua carreira.
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