Nuno Campilho
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11 Jan 2023 | 08:43

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Nuno Campilho

A arte é o Enzo, o Neres, o Rafa, o João Mário, o Aursnes, o Gonçalo Ramos e os restantes jogadores. A ciência é a equipa e o resultado que converge do cumprimento das funções de cada um.

A arte é uma atividade singular, individual, que pode ser feita na solidão de um atelier. A ciência é sempre coletiva, implica necessariamente uma comunidade científica e é praticada nos laboratórios onde diversos investigadores cumprem funções específicas, mas todas convergentes para uma mesma pesquisa. A arte sou eu, a ciência somos nós.


Posto isto, como é que tal se aplica ao futebol, nomeadamente ao modelo de jogo praticado pelo Benfica by Roger Schmidt?

A arte está na qualidade intrínseca de cada jogador, nas suas características individuais e singulares.


A ciência está na equipa e na forma como um modelo de jogo coloca a arte de cada um dos jogadores a contribuir para uma conjugação coletiva, praticada num campo de futebol, onde esses mesmos jogadores cumprem funções especificas, ao serviço de uma comunidade (o Clube).

A arte é o Enzo, o Neres, o Rafa, o João Mário, o Aursnes, o Gonçalo Ramos e os restantes jogadores, de per se.


A ciência é a equipa e o resultado que converge do cumprimento das funções especificas de cada um, para a obtenção de um resultado... a vitória.

Muitas vezes, todos já nos perguntámos porque é que o sistema (ou o modelo, como queiram) é tão rígido. Eu diria, porque tem de ser. Porque, se não fosse assim, não resultava. Isto é, a ciência cumpre-se, independentemente dos artistas, desde que desenvolvam a sua arte em prol do progresso científico, neste caso, rumo à vitória.

É criticável? Pois claro que sim! Mas, também, são 30 jogos, 24 vitórias, 5 empates e apenas uma derrota. Quem é que arrisca desmontar esta teoria científica?

Em cada um de nós há um treinador de bancada, mas, em bom rigor, treinador de banco há só um e o senhor é persistente, convicto, tem demonstrado que sabe o faz e que sabe o que diz, e não vê razões para mudar (até porque as razões, efetivamente, até ao momento, não parecem existir... salvo pequenos percalços).

Em cada um de nós surge a ânsia de querer ver o jogo mudar, quando não nos está a correr de feição; cada um de nós “grita” pela inclusão de mais um avançado; cada um de nós clama pela existência de um plano B; cada um de nós quer ver algo de diferente e de mais arrojado, quando o modelo de sempre – a ciência, portanto – não apresenta os resultados desejados.

Valerá a pena insistir? Talvez seja melhor não, porque a disrupção mais visível, até ao momento, foi o Brooks a ponta de lança! Não, obrigado. Na pior das hipóteses, no dia em que faltar o Ody, o Aursnes vai para a baliza...

Convenhamos que as opções para fazer novas experiências não abundam, as pipetas são de qualidade questionável e o laboratório é demasiado exíguo para reincidir em testes com resultados incógnitos.

E para aqueles que duvidam do 4-2-3-1, ou acham que isso é só no papel, ou que afirmam que aquilo se mistura tudo dentro do campo, ou que é uma questão de sorte, ou que qualquer teoria só o é, se puder ser contrariada, eu faria um desenho, mas como não sei desenhar, junto uma foto.

Mas... e quando a arte não flui e a ciência não se aplica, como foi no caso da Pedreira? Pois... aí também eu gostaria de ter novos artistas que pudessem testar novos modelos científicos, mantendo os renovados resultados vitoriosos. Mas, para isso, teríamos de concluir que o futebol é uma ciência exata e não podemos, certo?

A menos que estejamos a falar do Benfica by Roger Schmidt...

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