
De volta a casa
Por ocasião da Eusébio Cup, regressei a casa, a uma renovada Catedral, à qual foram acrescentados mais 2 700 lugares sem que se tenha dado muito por isso
30 Jul 2025 | 06:00
Por ocasião da Eusébio Cup, regressei a casa, a uma renovada Catedral, à qual foram acrescentados mais 2 700 lugares sem que se tenha dado muito por isso
Por ocasião da Eusébio Cup, regressei a casa, i.e., a uma renovada Catedral, à qual foram acrescentados mais 2 700 lugares sem que, reconheça-se, se tenha dado muito por isso, algo que, estou certo, será bem mais visível quando se alcançarem os almejados 70 mil lugares (por agora, ficamos pelos 68 100). A diferença – para mim e para o meu filho – é que deixámos de estar na fila K e passámos para a fila M…
Indo ao jogo, que é o que verdadeiramente interessa, o Benfica conquistou a Eusébio Cup, ao vencer o Fenerbahçe por 3 2 e 13 mil lugares ficaram vagos…
Supostamente, Bruno Lage apresentou um sistema tático que permite transitar de entre um 4 3 3 mais equilibrado para um 4-4-2 clássico. Mas, numa primeira nota que gostaria de destacar, isso é tudo no papel, pois, com Rios e Barrenechea em campo, também depressa poderemos estar a jogar em 4-2-4, ou em 3-4-3 (ou, até, num arrojadíssimo 3-3-4). Independentemente disso, que explicarei já a seguir, fica o registo para a renovada intenção de pressionar alto e ser agressivo na reação à perda em zonas avançadas do terreno, o que fez sobressair uma também renovada falta de cobertura defensiva nas costas dos centrais, numa deficiente transição defensiva e, ainda pior, a já malfada dificuldade na transição ofensiva, o que se torna preocupante, por ser recorrente, não importa quais os jogadores que estejam em campo. Mas, estes jogos, também servem para isso.
Voltando, então, ao sistema tático, tendo Rios como pivot da equipa no seu todo, quando este se junta a Barrenechea e a Veloso no meio, abrindo o Aursnes mais sobre a direita, temos, então, um 4-3-3. Com um Aursnes mais interior (o que é uma constante), temos um 4-4-2 mais clássico, com Aursnes na meia direita e Rios na meia esquerda e com o Aktürkoğlu a jogar mais em cunha com o Pavlidis (entre -linhas… lugar talhado para aquele que, afinal, foi seduzido pelos petrodólares e virou o Voldemort dos benfiquistas). É assim que surge o primeiro golo e, permitam-me, o lugar onde eu vejo o turco a render mais (no fim dou-vos o meu onze).
Os meus devaneios táticos (4-2-4, 3-4-3 e 3-3-4), derivam de projetar os médios interiores laterais para uma posição mais vincadamente de extremos e junta o Rios ao Pavlidis (porque não?), de juntar o Barrenechea aos centrais e fazer subir os laterais, com o Rios no centro do terreno e, por fim, de repetir a dose, mas deixar o Veloso sozinho no meio, extremar os médios e voltar a juntar o Rios ao Pavlidis.
Isto pode parecer tudo muito confuso, mas, com o Rios em campo, nunca se sabe, pois, se me perguntarem onde é que ele jogou no passado sábado, eu não saberei responder, pois, tanto aparecia no meio, como mais junto à linha para permitir a subida dos laterais, ou criar superioridade numérica juntamente com os médios-extremos, ou na área, em zona de finalização, como se verificou no lance que antecedeu o segundo golo.
Eu nunca o tinha visto jogar com muita atenção, embora já lhe reconhecesse qualidades. E se é para ser titular (como suponho que seja) e se ele é assim, de entre o hiperativo e possuidor de “bichinhos carpinteiros”, sem dúvida que a equipa irá jogar em torno dele (o que sempre é mais avisado do que jogar em função dele, o que, embora pareça a mesma coisa, creiam que não é).
Quanto à análise individual, permitam-me começar pelos “conhecidos”, com destaque para o Aktürkoğlu, que, ali, de onde parte para o primeiro golo, é que me parece que encontra o seu habitat natural; para o Dahl (nem sequer percebo as avaliações meio indiferentes a que foi submetido, pois defende melhor que o Carreras e teve uma participação ativa e constante no ataque – é de um lance iniciado por ele que resulta o segundo golo –); para o Otamendi, que é aquilo que todos sabemos; e para o João Veloso. Pode não ser um predestinado (ai, que saudades do “outro” João… do que está em Paris, atenção!!), mas, quem faz aquele passe para o Pavlidis, a anteceder a jogada do primeiro golo, sabe muito bem o que fazer à bola e com a bola. Duas notas para as excelentes entradas do Henrique Araújo (eu sei que é chavão, mas, aquilo foi um golo “à ponta de lança”) e do Tiago Gouveia, ambos a darem sinais de que podem ser muito úteis num plantel que vai ser, como habitualmente, sobrecarregado de jogos e de competições.
Dos “desconhecidos”, uma agradável e inesperada surpresa para a performance do Dedic… sim senhor, temos lateral. Mas foi só uma primeira impressão, e embora saibamos da importância das primeiras impressões, esperamos por mais, até porque, como popularmente se diz, “nunca o tinha visto mais gordo”; e água na boca para o Barrenechea, que, ainda preso de movimentos e com alguma falta de agressividade – talvez pelo desgaste físico, que o levou a errar no primeiro golo dos turcos – demonstrou uma naturalidade e facilidade de processos, numa zona do terreno onde parece ter nascido para ficar; e para o Rios, que, quando assentar, pode ser (assim esperamos) um caso sério de sucesso.
Em suma, o Benfica apresentou um sistema tático moldável, mas coerente, privilegiando a posse, a pressão e a mobilidade, embora tenha denotado deficiências “velhas conhecidas” ao nível da transição ofensiva (o que esteve na origem do primeiro golo) e da transição defensiva (na origem do segundo golo)
O Bruno Lage parece querer demonstrar uma maior capacidade de gerir adversidades, apoiando-se na elevada rotação dos jogadores (de dentro e de fora), o que lhe permite melhor ler o jogo e variar o sistema no decorrer do mesmo, mantendo o foco numa identidade ambiciosa.
Fisicamente, a equipa ainda pareceu presa de movimentos, com uma quebra visível à passagem da primeira meia-hora, o que não deixa de ser natural e, espero, possa permitir os necessários ajustes para o próximo encontro, já “a doer”, para a Supertaça.
Não saí eufórico, mas saí esperançoso. É assim todos os anos e, espero, possa ter resultados bem distintos.
E, conforme prometido, cá vai: Trubin; Dedic, António Silva, Otamendi e Dahl; Barrenechea; Rios e Aursnes; Schjelderup, Aktürkoğlu e Pavlidis (isto tanto pode dar um 4-1-2-3, como um 4-3-3, como um 4-4-2… só porque sou chato e adoro fazer apreciações táticas). No fundo, em relação ao último 11, só troco o Veloso pelo Schjelderup, não porque ele não mereça ser titular (muito antes pelo contrário), mas acaba por ser o elo “mais fraco” na minha defesa de ver o Aktürkoğlu jogar mais próximo do Pavlidis (versão Rafa 2.0…).
Acabadas as minhas miniférias de escrita, desejo, a todos aqueles que ainda vão, umas boas férias estivais… pintadas de vermelho!
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