Ensinou-me uma vida de Benfiquista que é preferível ter baixas expetativas ao inverso. Assim limito os danos no meu sistema nervoso e emocional

Ensinou-me uma vida de Benfiquista que é preferível ter baixas expetativas ao inverso. Assim limito os danos no meu sistema nervoso e emocional, quando estas, mais frequentemente do que deviam, se concretizam. E ainda tenho o bónus de ficar mais feliz quando são contrariadas.

Claro que com esta atitude tem um preço, sobretudo no entusiasmo e paixão com que vivo os diferentes momentos do clube.

Mas é assim que me encontro hoje, na defensiva, depois de anos maioritariamente dececionantes, para evitar maiores deceções.

E porquê este estado de espírito?

Em primeiro lugar a reedição da final da taça contra um adversário que está com a soberba toda e ainda beneficia de ter tido mais 15 dias e 3 jogos para preparar esta final. Lá vamos nós para a luta com um meio-campo novo e com poucas opções ofensivas. Esperemos que não se repitam nem as agressões, nem a arbitragem incompetente e, mais importante, o vencedor.

Em segundo a eliminatória da Liga dos Campeões contra o, teoricamente, mais difícil adversário que nos podia ter calhado em azar, numa pré-época tão desafiante de preparar. Resta-nos a vantagem de irmos a jogo já com um jogo competitivo contra um adversário que teve mais tempo e menos pressão para se preparar.

Em terceiro, o inevitável “mercado” que nestas páginas já confessei detestar. Se o início até pareceu prometedor, sobretudo a fechar a contratação de Rios, seguiu-se a inevitável desilusão com o “Golden Boy” que de dourado “só” vai ter a sua conta bancária. Uma máquina de fazer dinheiro que passará à história como um jogador pouco mais que banal de que poucos se lembrarão. Acrescente-se a interminável novela Ivanovic, a fazer lembrar outras de má memória num passado recente, e temos os condimentos certos para este mercado ser mais uma enorme desilusão. Ah, e ainda falta saber qual o jogador da formação que queria mesmo muito sair.

E é assim que me encontro, com as expetativas em baixa, mas com a enorme esperança de estar enganado e, dia 12, poder estar a festejar a passagem ao play-off da Liga dos Campeões, com a décima Supertaça já em exibição no Museu Cosme Damião.

Depois disso mergulhamos no que de mais importante se vai passar no universo benfiquista neste e nos próximos anos: a eleição de 2025.

Para estas reservo as expetativas para mais tarde, mas começo a ficar preocupado com a ausência de Regulamento eleitoral a menos de 3 meses das eleições. Este é um instrumento fundamental para garantir eleições justas, democráticas e transparentes, o mínimo que se pede para uma disputa para a qual não partem todos em pé de igualdade.

Até lá, que se cumpra o nosso destino: Vencer!

Viva o Benfica!