
Eleições… e uma nota de rodapé
Conhecido Benfiquista faz derradeiro balanço do ato eleitoral, aproveitando para traçar um extenso perfil de cada candidato presidencial
22 Out 2025 | 21:03
Conhecido Benfiquista faz derradeiro balanço do ato eleitoral, aproveitando para traçar um extenso perfil de cada candidato presidencial
As eleições do Benfica estão agendadas para o próximo dia 25 de outubro de 2025.
O sistema de voto será físico em urna, em todos os locais de voto previamente definidos (Portugal continental, ilhas e vários pontos no estrangeiro) e tornam o desafio enorme, naquelas que serão as eleições mais concorridas da história do clube.
A complexidade da gestão (desportiva, financeira e infraestrutural) e os diferentes perfis de candidatura fazem este ato antecipar uma grande dispersão de votos com a necessidade de realização de uma segunda volta, conforme previsto nos novos estatutos.
Vamos a elas:
1. Rui Costa
Pontos fortes: É o atual presidente do clube desde 2021, depois de uma gestão que procurou estabilizar diversos indicadores, dar credibilidade ao clube e redefinir o projeto desportivo, tem a vantagem da incumbência.
Apresenta um projeto de continuidade, com infraestruturas e estratégia já em curso, como é o caso, por exemplo, do já apresentado “Benfica District”.
O facto de estar em funções dá-lhe visibilidade, recursos e capacidade de comunicação.
Fragilidades: O sentimento de “sigam o projeto atual” nem sempre mobiliza tanto quanto uma “mudança” em momento de insatisfação (e ela, neste momento, é bem visível e audível).
Poderá sofrer do desgaste natural de quem está no poder (e com os maus resultados desportivos, ainda mais).
Em eleições onde apareçam candidatos “fora do sistema” com discurso de mudança, pode haver “vontade de virar a página”.
Avaliação global: Rui Costa tem um perfil muito forte como favorito pela incumbência, pela continuidade e pelas propostas infraestruturais. Se souber mobilizar adequadamente os sócios, manter a disciplina na campanha e não cometer erros, está bem posicionado. O problema têm sido as bolas que “batem na trave”…
2. João Diogo Manteigas
Pontos fortes: Apresentou um programa coerente sob o título “Benfica Vencerá!”, estruturado em cinco vetores (desportivo, associativo, empresarial, institucional e infraestrutural).
Tem um discurso de “mudança” relativamente ao passado, denotando que o clube se deve rejuvenescer, modernizar-se, e reforçar a identidade, com tiradas como, “escolham o futuro e não o passado”.
É advogado especializado em desporto, o que lhe poderá dar credibilidade técnica na gestão.
Está a tentar mobilizar a componente associativa e global do clube (sócios, diáspora, internacionalização) como fator distintivo.
Fragilidades: Não partilha o poder incumbente, tem menos visibilidade prévia como gestor de topo no clube, e menos “experiência de dentro”.
Apesar de programa bem definido, a eficácia da candidatura depende de saber converter o discurso em mobilização (equipa, rede de sócios, comunicação) num prazo relativamente curto.
Pode ser visto como “alternativa”, mas uma alternativa exige mobilizar não só o voto de insatisfeitos, mas também convencer indecisos e segmentos críticos (não necessariamente na forma como se diz que mobilizou na última Assembleia Geral).
Avaliação global: Manteigas representa uma proposta interessante de renovação, com um discurso focado no futuro, na modernização e no reforço associativo / empresarial. Se conseguir mobilizar eficazmente, terá boas hipóteses, mas tem a desvantagem de ter um menor “peso” institucional.
3. Martim Mayer
Pontos fortes: Empresário com perfil fora do “sistema Benfica” recente, o que pode atrair sócios que queiram rutura.
Apresentou propostas agressivas, como, por exemplo, a ampliação do Estádio da Luz para 83.000 lugares, a internacionalização do clube, a abertura de escritórios no estrangeiro e “acabar com o espírito burguês do clube”.
A ligação familiar ao Benfica (é neto de Borges Coutinho), confere-lhe alguma herança simbólica.
Fragilidades: A proposta de mudança é grande, mas também traz maior risco, pois, se for considerado demasiado “espetacular” ou sem provas de viabilidade, pode gerar dúvidas.
Tem menor visibilidade e menor estrutura de base comparada com os “grandes” nomes.
A absoluta necessidade de construir e tornar exequível um projeto credível e mostrar que tem equipa, rede de apoio e experiência para gerir clube com as exigências do Benfica.
Avaliação global: Martim Mayer traz “fôlego novo” e um discurso interessante para quem quer romper com o passado. Mas, neste momento, parece estar em desvantagem face a outros candidatos em termos de visibilidade/estrutura. Pode, no entanto, desempenhar aqui um papel interessante no forçar da segunda volta, ainda que a mesma seja, à partida, já bastante expectável.
4. Luís Filipe Vieira
Pontos fortes: Foi presidente do clube durante largos anos (2003–2021), logo, tem um conhecimento profundo do clube e mantém uma sólida e ativa rede de contactos.
Mantém, também, uma grande capacidade de mobilização, sobretudo para os sócios que valorizam estabilidade e experiência e lhe são gratos pelo que fez para reconstruir o clube, numa altura em que estava muito fragilizado (para além da guerra e do país em si, certamente que “Vietname” vos fará lembrar qualquer coisa).
Fragilidades: O legado de Vieira foi muito marcado por controvérsias (investigações criminais, buscas judiciais, detenção e constituição enquanto arguido de mais que um processo, ainda em curso) o que, certamente, pode pesar negativamente para muitos sócios, para além de ser algo que outras candidaturas não se cansarão de relembrar.
Aparece como figura de “retorno ao passado”; se o sentimento dominante entre os sócios for o da mudança ou de um “novo ciclo”, isto pode ser penalizador.
A campanha de “O Presidente voltou” pode não entusiasmar tanto como uma candidatura que seja vista como renovadora.
Avaliação global: Vieira pode ter um nicho de base de apoio fiel, mas parece que no atual momento do Benfica não é o candidato com mais momentum para alargar além desse núcleo.
5. João Noronha Lopes
Pontos fortes: Empresário/gestor, com experiência de topo fora do clube. Apresenta-se com o perfil de “gestor moderno”.
Já tinha participado em eleições anteriores, o que lhe confere alguma experiência em processos internos do clube.
Fragilidades: Tem sido uma espécie de “alvo a abater” durante a campanha (para além do presidente incumbente), o que pode ser negativo na apreciação global de sócios menos atentos e que são sensíveis ao “diz que disse”.
Pode ser visto como “gestor frio” e não necessariamente ligado emocional ou historicamente ao clube de forma muito destacada. Em eleições num clube como o Benfica, o apelo emocional/tendencial também pesa e o facto de ter dido que não se voltaria a recandidatar e tê-lo feito, também não abona muito a seu favor.
Avaliação global: Noronha Lopes apresenta uma candidatura forte, rodeada de ex-jogadores e outros pares com reconhecida experiência profissional nas suas áreas de negócio e de atuação, que merece ser considerada muito a sério, perfilando-se como o candidato mais forte a uma passagem à segunda volta com o atual presidente.
6. Cristóvão Carvalho
Pontos fortes: É um advogado de sucesso com mais de duas décadas de experiência.
Foi o primeiro a confirmar formalmente a sua candidatura e lançou um programa eleitoral designado “Pelo Benfica”, assente em dez pilares estratégicos com horizonte até 2030.
Apresenta ambição clara no plano desportivo, dizendo que “em 12 anos o Benfica tem de ganhar três títulos europeus”.
Apresentou propostas de investimento e benefícios aos sócios, com valores a rondar os 400M€ e a disponibilizar a BTV em canal aberto para os sócios.
Transmite uma imagem de candidato totalmente fora do sistema institucional recente, com um discurso de renovação, através da devolução ao clube do orgulho e da glória que todos desejamos.
Fragilidades: O nível de mobilização, visibilidade e rede de apoio permanece muito limitado face aos concorrentes com maior estrutura de base, para além de ter vindo a perder alguns dos elementos da estrutura inicial com que se apresentou.
O facto de prometer investimentos elevados, a conquista de títulos europeus e a contratação de treinadores inalcançáveis coloca-o a jeito de ser visto como tendo um discurso mais próximo do utópico do que do ambicioso.
Como candidato menos experimentado em cargos de topo no clube, teria de trabalhar mais para convencer de que tem equipa e know-how para gerir todos os âmbitos (financeiro, futebolístico, infraestrutural e internacional).
Avaliação global: Cristóvão Carvalho apresenta uma candidatura moderna, com discurso ambicioso e claro apelo à mudança e à ambição europeia. Se conseguisse captar um núcleo significativo de sócios e apresentar uma equipa credível de apoio, poderia funcionar como “alternativa séria”.
No entanto, em bom rigor, temos de admitir que poucos o levam a sério. Quando a esmola é muita… Em termos de probabilidade de vitória, é, certamente, aquele que terá menos hipóteses, não se posicionado, sequer, para influenciar o resultado para impor, ou não, uma segunda volta. Como se diz na gíria futebolística, “não conta para o totobola”…
E agora? VAMOS A VOTOS!!
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