Carlos Janela
Biografiado Autor

22 Fev 2023 | 16:06

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Carlos Janela

Está instalada a percepção que existe um grave déficit de competência e liderança nas diversas áreas e órgãos federativos.

Escrevo este texto para lembrar que os erros graves que foram e estão a ser cometidos pela actual Direcção da FPF, não podem ser repetidos pela futura estrutura dirigente da Federação.


Pelo respeito que a entidade merece, resisto à tentação de emitir uma opinião pessoal, analisando apenas os factos que são públicos, sem qualquer tentação fatalista.

É uma evidência que a Federação Portuguesa de Futebol, nas suas diferentes áreas e níveis, entrou em declínio depois da vitória no Europeu. Basta levantar a questão,

  • Qual a área da FPF que não teve problemas graves nos últimos 4 anos? A resposta é simples – Tem havido crises explosivas em todos os órgãos e departamentos da FPF.
Na Arbitragem, na Disciplina, na Selecção A, no Departamento de Comunicação, no Canal 11 e nas demais áreas de forma mais ou menos visível, têm acontecido demasiados casos e escândalos.


Todas estas situações são bem conhecidas da opinião pública, e negá-las ou tentar escondêlas, é uma irresponsabilidade que apenas agrava os problemas.

Os principais pilares do edifício federativo – Arbitragem e Disciplina, estão em crise e são objecto de polémicas diárias. Igualmente grave, Houve uma quebra de confiança dos portugueses nos actuais responsáveis da FPF.


É preocupante verificar que o presidente da Federação e os responsáveis de cada órgão, comportam-se como “o problema não é meu”.

Viver a fingir que o “problema não é meu”, é uma velha estratégia usada em momentos de crise para fugir às responsabilidades e um modo egoísta de tentar passar ileso entre os “pingos da chuva”.

Escondermo-nos, não resolve os embaraços nem evita as crises, só agrava.

A coragem é uma das qualidades que não se finge. Ou se tem ou não se tem.

Aparentemente, os problemas na FPF parecem independentes, mas estão todos interligados e têm causas próximas comuns.

É sempre importante lembrar que os presidentes dos Conselhos de Arbitragem, Disciplina e Justiça não são eleitos por sufrágio directo. São escolhidos e nomeados pelo presidente da Direcção da Federação.

São apostas pessoais do presidente da Direcção da FPF.

Esta forma de escolha, aumenta da responsabilidade do decisor e dos escolhidos, até porque alguns nem curriculum, aptidões e créditos têm para as funções. Ou seja, o fracasso do designado, compromete e implica directamente o presidente da FPF.

Perante um estado de declínio e decadência tão evidente, é legitimo questionar,

  • Porque foram cometidos erros tão evidentes? Presunção de impunidade? Incompetência?
  • Porque detectados os problemas não foram aplicadas as medidas correctivas? Conflitos de interesses? A manutenção do problema era/é benéfica para alguém? Imobilismo? Incapacidade? Caso típico de negação psicológica? Teimosia?
Não esquecer que estamos no âmbito de uma instituição em que a “tomada de decisões” é centralizada.

Os dirigentes corajosos, determinados e com visão, evitam muitos “problemas-surpresa” e não hesitam quando têm que tomar as chamadas “decisões difíceis”.

Na actual FPF, os problemas não param de avolumar porque não se aplicaram no tempo certo as medidas correctivas para os resolver. Têm acontecido casos inadmissíveis e imperdoáveis numa instituição de utilidade pública que tem por missão principal a preservação da verdade desportiva e da integridade do futebol português.

Que ninguém se engane, a incumbência central da FPF não é ser um departamento de Selecções. É a fiabilidade, a credibilidade e a segurança do futebol português.

Entra pelos olhos dentro que,

  • No futebol português nunca vimos e ouvimos polémicas, noticias negativas e comentários depreciativos nos jornais e nos ecrãs das televisões sobre a actividade da FPF?
  • Pela primeira vez na história do futebol português a federação portuguesa de futebol foi investigada e acusada de fraude fiscal.
  • Para além do vexame das acusações do Ministério Publico, o pedido de audição do presidente da FPF na Assembleia da República é uma humilhação sem precedentes.
  • Os dois principais pilares da FPF - os Conselhos de Arbitragem e de Disciplina – estão completamente descredibilizados.
Estes dois órgãos são vitais na defesa da Verdade Desportiva e da Integridade das Competições Profissionais.

Pelo alto grau de exigência, estas funções devem ser exercidas por pessoas extraordinariamente preparadas, quer nos aspectos técnicos específicos quer nas suas capacidades de liderança. Devem ser pessoas acima de qualquer suspeita e/ou desconfiança. No entanto, para desempenhar estes importantíssimos cargos foram escolhidas duas “apostas pessoais” do presidente da direção.

O actual presidente do CA não tinha sequer curriculum, preparação e perfil para o lugar.

A actual presidente do CD ainda não tinha entrado na cidade do futebol e já era contestadíssima.

O fracasso destas escolhas está à vista de todos,

  • A Arbitragem em Portugal nunca esteve tão mal nos últimos 20 anos. Há erros arbitrais gravíssimos todas as jornadas. O VAR adultera a verdade desportiva quase todas as jornadas. Demasiadas indecências. Os árbitros portugueses nem marcaram presença no último Mundial. E temos alguns excelentes árbitros.
  • Em vez de resolver os graves problemas existentes, o presidente do CA aparece de vez em quando com explicações surrealistas, fingindo que está tudo bem.
  • Pela sua incompetência, este Conselho de Arbitragem recuperou o “anatema da suspeição sobre os árbitros” que tanto tinha custado erradicar pelas duas gerações de árbitros anteriores.
  • A Disciplina tem passado os maiores vexames por incompetência própria. Desde caso Palhinha, ao caso Paulinho, passando pelos castigos de interdição de vários estádios, que são todos revertidos pela justiça civil, este CD produz demasiadas decisões absurdas que lançam a desconfiança e a polémica sobre um órgão que deveria ser uma garantia de uma aplicação justa e coerente dos Regulamentos.
  • Que avaliação deve ser feita a um Conselho de Disciplina sem autoridade, sem capacidade para aplicar o Regulamento Disciplinar, e, incapaz de executar as suas decisões?
Está instalada a percepção que existe um grave déficit de competência e liderança nas diversas áreas e órgãos federativos. Tudo que tem acontecido com a Selecção A é um manual de “como não se deve fazer”. Maus resultados desportivos. Níveis de rendimento muito abaixo da qualidade dos nossos jogadores. Ambiente tóxico entre jogadores, etc. etc.

Quando o único treinador campeão europeu é obrigado a interromper o seu contrato…

Quando o capitão da equipa acumula comportamentos censuráveis…

Pela primeira vez na história do futebol português fomos para um Mundial com as três principais figuras completamente fragilizadas – Presidente e treinador, sob suspeita de crime fiscal e envoltos em polémicas, entre outros problemas. E o capitão da selecção, suplente no seu clube, com comportamentos vergonhosos, a dar entrevistas e declarações polémicas antes e durante o Mundial, etc. etc.

Porque precisa a FPF de um Super Departamento de Comunicação? Para informar? Para divulgar as actividades? A FPF não compete com nenhuma entidade a nível nacional!

Ou será que a missão é outra? Desinformar? Propaganda? Controlar as redacções?

Quem enganou o selecionador durante o mundial sobre o comportamento do CR? Quem tentou iludir os jornalistas com falsas informações? Serão verdade as pressões sobre as redações para despedir comentadores? Etc.etc.

Está aberta a percepção que o superdepartamento de comunicação da FPF tem tiques e hábitos próprios dos gabinetes de propaganda. A ser verdade é um péssimo exemplo de uma instituição de utilidade pública.

A FPF é a única federação do mundo com um canal próprio de televisão…Canal 11.

Inovar, ser pioneiro, modernizar, jamais poderá ser alvo de censura. Mas é mesmo preciso gastar mais de 5 M de euros num canal privado? Todas as outras restantes federações ainda não perceberam da utilidade desse meio?

Até onde supostamente nada de negativo poderia suceder, aconteceram cenas de insultos e pugilato(?) entre comentadores e o director de programas. Lamentável!

Outra situação que merece uma análise é a Liga Revelação.

Quando quem conhece a fundo o futebol sabe que todos os jogadores talento do mundo se revelam entre os 17 e os 20 anos, alguém na FPF inventou uma “Liga Revelação” sub23, que após vários anos e centenas de jogos, ainda não “revelou” nenhum jogador talento. Depois dos 20 anos nenhum talento é descoberto. Apenas podem aparecer alguns bons jogadores de maturação tardia. Nunca talentos.

Agora temos a questão do Acordo Colectivo de Trabalho do Sindicato dos Jogadores para o futebol feminino que prevê o pagamento de um ordenado mínimo de 2.280 euros às jogadoras de Liga BPI.

A FPF veio logo publicamente dizer que apoiava esta medida favorável à “igualdade de género”. E dinheiro para tal? Porque não disse a verdade? A reivindicação é legitima, mas é insustentável.

Quanto investiu a FPF na sustentabilidade do futebol feminino? De certeza, menos do que devia ter investido!

O futuro Presidente da Federação Portuguesa de Futebol para recuperar o tempo perdido,

  • Tem de nomear alguém habilitado para pensar o futebol português a 10, 15 anos. É urgente corrigir tantos anos de amadorismo disfarçado de competência.
  • Designar um Presidente do Conselho de Arbitragem com curriculum, créditos e perfil para o cargo para acabar com o actual ambiente de suspeição e desconfiança generalizada.
  • Escolher um Presidente do Conselho de Disciplina cuja figura seja ela própria uma autoridade na área jurídica e recupere a credibilidade própria de um órgão disciplinar.
  • A FPF precisa urgente de uma Auditoria independente às suas práticas, grau de competência exigido para cada função, uma avaliação do curriculum de cada profissional, perfil de competências de cada funcionário, etc. Uma coisa são as competências exibidas, outra bem diferente são as competências exercidas.
Sem qualquer dúvida, o próximo Presidente da FPF deverá ser alguém muito bem preparado a todos os níveis, profundo conhecedor das mais diversas áreas do futebol nacional e internacional. E, uma condição sine qua non, não deve ter ligações com nenhuma área político – partidária.

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