Sem mãos a medir, craque de Mourinho no Benfica atira: "Demos tudo até..."

Esta terça-feira, em Saint James Park, o Benfica tem nova oportunidade de se reinventar taticamente, na terceira deslocação de elevado nível de dificuldade na era Mourinho, depois de Stanford Bridge e do estádio do Dragão. Frente a Chelsea e FC Porto, embora em competições diferentes, houve semelhanças na postura das águias.

O Benfica foi sobretudo uma equipa consistente, limitou bem os pontos fortes dos adversários, mas não criou muitas ocasiões para marcar, pecando na criatividade. Perdeu em Londres e complicou as contas na Champions depois da derrota caseira com o Qarabag, que ditou a saída de Bruno Lage. No Dragão, não deixou o FC Porto embalar na liderança do campeonato, mas também não conseguiu vencer, nem criar muitas oportunidades, ficando novamente em branco.

O passo em frente

Para vencer em Inglaterra, o Benfica não só terá de manter a consistência defensiva, mas em simultâneo ter o volume ofensivo que tem faltado nos jogos "grandes". Até porque para manter a baliza a zeros, o Benfica terá de fazer o que Barcelona, Arsenal e Liverpool não conseguiram esta época. Todos sofreram golos na casa dos Magpies em 25/26.

Esse é, portanto, o passo em frente que o Benfica terá de dar, se quiser recuperar terreno na Fase de Liga da Champions League. Partir do princípio que pode sofrer um golo a qualquer altura, mas ter capacidade para impor a afirmação ofensiva que Mourinho ainda procura.

Pode ser surpreendente, mas os algoritmos do site Wincomparator, apontam para a vitória encarnada, esta noite, como é possível ver na página reservada aos prognósticos de futebol grátis do site. A verdade é que se este Benfica não encanta, o Newcastle tem tido um primeiro terço de época bastante complicado, ocupando a 14.ª posição na Premier League.

Respeito mútuo

As duas equipas ainda buscam a melhor versão de si, e necessitam urgentemente de vencer para não se deixarem distanciar nesta fase de liga. Apesar do Benfica ter duas derrotas em dois jogos, o Newcastle precisa não acentuar a crise de resultados que se poderá alastrar e complicar rapidamente esta campanha europeia.

Com ou sem Tonali no meio-campo do Newcastle (está em dúvida), os ingleses têm capacidade para fazer sofrer o Benfica, mas a equipa portuguesa pode e deve ter a coragem de ferir o adversário com boas decisões do meio-campo para a frente. Ao manter atenção máxima nas bolas paradas (um dos pontos fortes da equipa de Eddie Howe) e conseguir, por exemplo, marcar primeiro, o Benfica tem condições para crescer ao longo do jogo.

Na antevisão à partida, os treinadores trocaram elogios e o respeito é mútuo. Mourinho em solo inglês "mexe" com a imprensa inglesa e, depois do crescimento defensivo frente a Chelsea e FC Porto, este é o momento certo para Mourinho puxar dos galões, num palco que durante muitos anos lhe foi "madrasto".

O palco onde Mourinho raramente foi feliz

Doze anos depois, o Saint James Park volta a receber o Benfica. Na última e única visita das águias à fortaleza dos Magpies, houve empate a uma bola (1-1), na 2.ª mão dos quartos-de-final da Liga Europa, em 2012/2013, com o Benfica de Jorge Jesus a ganhar então embalo no caminho para a final perdida frente ao Chelsea, em Amesterdão.

Mas foi na época seguinte, em 2013/2014, que José Mourinho regressou ao Chelsea, naquela que seria a sua segunda passagem pelo emblema de Londres. O técnico português conseguiu, na segunda de três épocas consecutivas, ser de novo campeão. Contudo, nesses três novos anos, não conseguiu vencer na casa do Newcastle. Um balanço negativo, que nem outras passagens por Inglaterra conseguem reverter.

Na dança dos reencontros do futebol, portanto, Mourinho está de regresso às águias e logo nas primeiras semanas ditou o calendário que visitasse por duas vezes Inglaterra, onde deixou uma marca fortíssima de identidade e carisma. Porém, a jogar no North East, Mourinho nunca venceu para a Premier League ao serviço de Chelsea e Manchester United (3 derrotas e 3 empates em Londres e 1 derrota em Manchester). Só pelo Tottenham é que Mourinho sorriu em St. James Park, e uma só vez, na época de estreia pelos Spurs.

Alejandro Grimaldo é um nome que suscita muita saudade e carinho para quem sente o Benfica. Agora a atuar no Leverkusen, sob as ordens de um novo treinador, o lateral-esquerdo espanhol recordou os tempos em que vestiu o Manto Sagrado e falou da exigência que sentia, da parte dos adeptos das águias.

Alejandro Grimaldo: "Acreditei que a ida para o Benfica era o melhor e acertei em cheio"

Numa entrevista concedida ao podcast 'After de Post', bastante popular em Espanha, o internacional pela la roja começou por recordar asua chegada à Luz: "Podia ter saído antes do Barcelona. Terminava contrato dentro de seis meses e tinha de sair porque o Barça não contava comigo. Acreditei que a ida para o Benfica era o melhor e acertei em cheio".

De seguida, o antigo camisola 3 dos encarnados explicou como funcionava a relação com os Benfiquistas e afirmou que a dedicação era um fator a ter em conta: "No Benfica os adeptos apoiam-te muito se renderes em campo. Mas se não jogas bem fazem-te uma cruz".

Alejandro Grimaldo: "Um dia, depois de perdermos um jogo, encontrei uma mensagem nas paredes da minha casa que dizia 'filho da p..."

Sobre as exigências que os adeptos depositvam nos atletas da equipa encarnada, Grimaldo fez questão de exemplificar com um episódio que testemunhou: "Um dia, depois de perdermos um jogo, encontrei uma mensagem nas paredes da minha casa que dizia 'filho da p...".

Por fim, o antigo campeão pelo Benfica falou uma eventual hipóteses de voltar ao seu país-natal: "Sempre disse que gostava de regressar a Espanha. Real Madrid, Barcelona e Atlético Madrid são clubes muito grandes. Não passou de rumores, nada mais. Foram notícias sem fundamento".

A equipa de sub-19 do Benfica venceu o Newcastle na tarde desta terça-feira, 21 de outubro, em mais uma jornada da fase de liga da UEFA Youth League, competição jovem europeia. Ao fim dos 90 minutos de uma partida de sentido único, as jovens águias derrotaram os magpie por 5-1.

Assim, o Benfica conseguiu dar uma resposta à altura, depois de ter perdido na jornada anterior da competição, a 30 de setembto, diante do Chelsea. Após uma exibição positiva diante dos londrinos, mas com um desfecho injusto, Vítor Vinha voltou a apostar no seu melhor onze. Estas foram as escolhas do Benfiquista: Diogo Ferreira, Daniel Banjaqui, Rui Silva, Gonçalo Oliveira, José Neto, Rafael Quintas, Gonçalo Moreira, Tiago Freitas, Eduardo Fernandes, Federico Coletta e Francisco Silva.

A jogar no reduto da equipa jovem do Newcastle, o Clube da Luz assumiu desde cedo as despesas do encontro e foi à procura do golo madrugador. Contudo, apenas à passagem do minuto 35 é que o marcador sofreu alterações, depois de um tento apontado por Eduardo Fernandes. Ao intervalo, o Benfica ia vencendo por 1-0.

No segundo tempo, galvanizados pelas palavras do treinador, o Glorioso não ficou pela vantagem mínima e mão tirou o pé do acelerador. Ao minuto 57, Francisco Silva voltou a abanar as redes adversárias e fez o 2-0. Porém. a contagem não ficou por aqui e, no espaço de 10 minutos, as águias chegaram ao 4-0. Primeiro, Eduardo Fernandes, que bisou no encontro, e depois Gonçalo Moreira. Brayson reduziu aos 88 minutos. Contudo, Eduardo Fernandes chegou ao hat-trick e fechou a contagem em 5-1.

De regresso aos triunfos, depois do desaire na ronda anterior, o Benfica volta assim às vitórias na competição europeia. Ao cabo de três jornadas realizadas e mais três pontos no bolso, o Clube da Luz salta para a quinta posição da tabela classificativa, com seis pontos conquistados.