Cristovão Carvalho exige respostas de Noronha Lopes sobre Bernardo Silva: "Há mesmo?"

José Pereira da Costa revelou que, na reunião com as candidaturas às eleições de 25 de outubro do Benfica, houve “alguns desentendimentos”, mas considerou que os mesmos são normais. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral das águias deixou ainda alguns esclarecimentos sobre os próximos passos.

José Pereira da Costa sobre as eleições do Benfica: "Debate permite solidificar conceitos"

“A MAG também calendarizou aquilo que sucederá, solidificámos três ou quatro datas que são absolutamente essenciais: Encerramento dos cadernos eleitorais a 25 de setembro, a AG dia 27 de setembro sobre o Regulamento Eleitoral; marcação das eleições no último dia de setembro para a entrada em vigor dos novos estatutos no dia 1 de outubro e, eventualmente, se for aprovado do Regulamento Eleitoral", atirou José Pereira da Costa.

"Nesse ponto sublinhámos que, oportunamente e dentro deste quadro temporal, uma coisa que tem sido tema e que esperamos que tenha ficado esclarecido hoje, é a publicação dos locais das secções de voto dentro deste quadro temporal e assim que o possamos fazer. Houve discussão sobre alguns temas mais atuais, com alguns desentendimentos, mas são discussões algumas delas jurídicas no quadro daquilo que era esperado", revelou José Pereira da Costa.

"O debate permite solidificar conceitos e também perceber as dúvidas interpretativas que há sobre as normas jurídicas que estão em disputa, algumas delas de natureza estatutária. Foi uma reunião importante e saúdo todas as questões que foram colocadas", finalizou José Pereira da Costa.

Na passada quarta-feira, após a reunião referida por José Pereira da Costa, Luís Filipe Vieira deixou duras acusações: “O PMAG, responsável máximo (em teoria) pelo ato eleitoral, não rejeitou a possibilidade de vir a ser candidato na lista que Rui Costa apresentar para a Direção; a confirmar-se esta possibilidade, não refutada após questão explícita que lhe foi colocada, o PMAG deve cessar imediatamente funções”.

Pedro Sousa defende que a entrada em cena de Bernardo Silva nas eleições do Benfica “muda tudo”. Na opinião do diretor-executivo da Correio da Manhã Rádio defendida na CMTV, o trunfo apresentado por João Noronha Lopes obriga os restantes candidatos a colocarem outros nomes em cima da mesa.

Pedro Sousa sobre entrada em cena de Bernardo Silva nas eleições do Benfica: "Muda tudo"

“Muda tudo a partir deste momento. Os candidatos têm de alterar estratégias. Não chegam apenas projetos. Têm de trazer nomes à colação se querem ganhar eleições”, começou por referir Pedro Sousa, comentando as afirmações de João Noronha Lopes sobre Bernardo Silva, atualmente jogador do Manchester City.

Pedro Sousa fez, ainda, outra revelação: “O sonho de João Noronha Lopes é Ruben Amorim, independentemente do que ele diga de Bruno Lage. O Ruben tem um contrato de longuíssima duração. Dá-se a curiosidade, imagina lá tu, que este fim-de-semana há um Manchester City – Manchester United para a Premier League”.

Na passada quarta-feira, João Noronha Lopes abriu o jogo relativamente ao antigo jogador das águias: “Confirmo que há um contrato à espera de Bernardo Silva. E quero muito trazer o Bernardo já em janeiro. Personifica tudo aquilo que eu quero para o Benfica. Identidade, cultura de vitória e é um grande Benfiquista. E posso garantir-lhe que não vamos parar por aqui”.

Na equipa principal do Benfica, Bernardo Silva – avaliado em 38 milhões de euros – realizou apenas três encontros. A estreia com o Manto Sagrado aconteceu a 19 de outubro de 2013, na deslocação dos encarnados, então liderados por Jorge Jesus, ao terreno do Cinfães. O internacional português entrou aos 80 minutos para o lugar de Filip Djuricic, num encontro que terminou com triunfo das águias, por 1-0, com golo de Ola John (52’).

Após ter apontado o dedo à atuação da equipa de arbitragem na Supertaça, Luís Filipe Vieira voltou à carga e, desta feita, com mira em Rui Costa e no Presidente da Mesa da Assembleia Geral. No entender da candidatura, José Pereira da Costa está a favorecer o atual líder do Benfica.

“A ausência de representação da candidatura de Rui Costa, que estranhamos, deixa fundadas suspeições sobre a ligação privilegiada entre a MAG e a referida candidatura”, começa por referir Luís Filipe Vieira, em comunicado, apontando, logo de seguida, baterias a José Pereira da Costa.

“O PMAG, responsável máximo (em teoria) pelo ato eleitoral, não rejeitou a possibilidade de vir a ser candidato na lista que Rui Costa apresentar para a Direção; a confirmar-se esta possibilidade, não refutada após questão explícita que lhe foi colocada, o PMAG deve cessar imediatamente funções”, exige Luís Filipe Vieira.

“A Direção de Rui Costa fica com o impensável poder de gerir o ato eleitoral, através da definição do caderno eleitoral, a contratação da parametrização e encriptação de dados no putativo voto eletrónico, na escolha dos locais de voto e quanto ao tempo e modo como esta informação é partilhada com as demais candidaturas”, continua Luís Filipe Vieira.

“Desta forma, entende a nossa candidatura que a isenção, idoneidade e universalidade do ato mais importante do nosso Clube estão ameaçados. Por agora, daremos prioridade absoluta ao diálogo e à Assembleia Geral agendada para dia 27, para mostrar o nosso descontentamento, estupefação e até incredulidade, e conseguir que esta discussão resulte numas eleições que garantam a igualdade a todas as listas propostas”, finaliza a candidatura de Luís Filipe Vieira.

Confira, na íntegra, o comunicado:

A candidatura de Luís Filipe Vieira participou na reunião convocada pela Mesa da Assembleia Geral (MAG), hoje [ontem] ao final do dia, estando em curso vários atropelos aos estatutos e o favorecimento da candidatura de Rui Costa.

1. A ausência de representação da candidatura de Rui Costa, que estranhamos, deixa fundadas suspeições sobre a ligação privilegiada entre a MAG e a referida candidatura.

2. O PMAG, responsável máximo (em teoria) pelo ato eleitoral, não rejeitou a possibilidade de vir a ser candidato na lista que Rui Costa apresentar para a Direção; a confirmar-se esta possibilidade, não refutada após questão explícita que lhe foi colocada, o PMAG deve cessar imediatamente funções.

3. Toda a organização do processo eleitoral está a ser definida e acompanhada pela Direção, cujo Presidente se recandidatará, nomeadamente na definição dos serviços da empresa que está a ser proposta para certificar todo o processo eleitoral, incluindo as operações de voto físico e do putativo voto eletrónico.

4. A Direção de Rui Costa fica com o impensável poder de gerir o ato eleitoral, através da definição do caderno eleitoral, a contratação da parametrização e encriptação de dados no putativo voto eletrónico, na escolha dos locais de voto e quanto ao tempo e modo como esta informação é partilhada com as demais candidaturas.

5. Não existem garantias sobre o acesso das candidaturas ao caderno de encargos de contratação da empresa certificadora do ato eleitoral, nem o tipo de acesso que poderão ter às operações que irão realizar no ato eleitoral e que ditarão os resultados do sufrágio.

6. Esta função de acompanhamento e certificação podia ser assegurada por uma comissão eleitoral, plural e participada, mas foi opção da MAG externalizar globalmente o serviço a uma empresa não identificada, mas escolhida pela Direção.

7. A indefinição sobre a disponibilidade da Direção para discutir, debater e alterar o Regulamento Eleitoral, nomeadamente o Regulamento Eleitoral Alternativo apresentado pela candidatura Voltar a Ganhar.

8. O entendimento da MAG de que apenas a Direção pode submeter à votação da Assembleia Geral um Regulamento Eleitoral, o qual não pode ser alterado na reunião magna.

9. A falta de transparência quanto ao processamento do voto eletrónico e a rejeição por parte da Mesa da possibilidade de voto por correspondência colocam em risco o exercício do direito de voto por parte de milhares de sócios benfiquistas.

Desta forma, entende a nossa candidatura que a isenção, idoneidade e universalidade do ato mais importante do nosso Clube estão ameaçados. Por agora, daremos prioridade absoluta ao diálogo e à Assembleia Geral agendada para dia 27, para mostrar o nosso descontentamento, estupefação e até incredulidade, e conseguir que esta discussão resulte numas eleições que garantam a igualdade a todas as listas propostas.