João Antunes
Biografiado Autor

24 Set 2025 | 10:44

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João Antunes

O futuro do Benfica joga-se nestas eleições. Não se trata apenas de escolher um presidente, mas de escolher um rumo. É o momento de virar a página.


As eleições no Sport Lisboa e Benfica aproximam-se e representam um dos momentos mais importantes da vida do clube nas últimas décadas. Muito mais do que a escolha de nomes, cargos ou listas, está em causa o futuro do Glorioso. O que se decide é se o Benfica terá a capacidade de voltar a ganhar de forma consistente, de devolver aos adeptos a confiança de que somos verdadeiramente competitivos e de garantir que as contas regressam à solidez e transparência que sempre deviam ter sido a base do nosso sucesso.


É tempo de afirmar, sem rodeios: o Benfica tem de estar acima de tudo e de todos. Acima de interesses pessoais, de carreiras políticas, de estratégias de poder e de vaidades individuais. O clube é maior do que qualquer dirigente ou ambição pessoal. O que os sócios vão decidir nestas eleições não é apenas quem senta na cadeira da presidência, mas sim se queremos um Benfica que volta a ser dominador ou um Benfica condenado a viver na ilusão de um futuro que não chega.

O Benfica não pode esperar mais


Durante demasiado tempo, o Benfica tem vivido em vitórias adiadas. A promessa de um amanhã brilhante tem sido recorrente, mas esse amanhã insiste em não chegar. Nos últimos quatro anos, conquistámos apenas um título de campeão nacional, enquanto falhámos sucessivamente na Europa e assistimos a um clube incapaz de impor a sua grandeza.

Os adeptos, que nunca abandonam o clube e enchem estádios em Portugal e fora dele, não aceitam mais desculpas. Querem uma equipa que entre para dominar, para ganhar, para honrar a camisola e para reforçar o título maior de todos: O Glorioso. O futebol moderno é implacável: quem não cresce, fica para trás. Não há espaço para estagnação, para falta de planeamento ou para discursos de circunstância. Se o Benfica não recuperar a sua ambição e competitividade imediata, arrisca-se a prolongar um ciclo de desilusões.

É urgente recolocar o Benfica como o mais provável e sério candidato em todas as frentes – Liga e Taças e ser respeitado e temido nas competições europeias. Não podemos viver do “quase” nem aceitar sermos campeões apenas no Natal, no Carnaval ou na Páscoa. O Benfica nasceu para ganhar e tem de ir ao Marquês festejar títulos. Os benfiquistas não merecem menos do que isso.

A vitalidade das contas sólidas

Ganhar em campo só é possível quando existe força fora dele. E essa força começa pelas finanças. O Benfica é um dos clubes com maior dimensão europeia, com receitas elevadas e um potencial ainda maior. Contudo, esse potencial tem sido mal aproveitado. A atual direção falhou em manter o equilíbrio entre investimento e sustentabilidade. Foram feitas contratações milionárias sem retorno desportivo proporcional. A dívida aumentou em momentos em que deveria ter sido reduzida. E, talvez mais grave, houve uma falta de comunicação clara sobre o verdadeiro estado financeiro do clube.

Não basta vencer jogos. O Benfica tem de ser exemplar na sua gestão, mostrando aos sócios que cada euro é investido de forma inteligente e com propósito. O erro de gastar sem medir consequências não pode repetir-se. 

A história recente do futebol europeu está cheia de exemplos de clubes que caíram no abismo por falta de rigor, mas também de outros que, ao recuperar o equilíbrio financeiro, voltaram a ser competitivos. Um Benfica financeiramente sólido poderá investir quando necessário, segurar os seus melhores jogadores e planear o futuro sem estar refém de vendas apressadas ou negócios precipitados.

Só um Benfica com contas saudáveis terá um futuro sustentável. Só um Benfica que respeite os seus próprios limites poderá crescer de forma contínua e sólida. E só assim o Glorioso voltará a ser vitorioso em Portugal e temido na Europa.

Liderança e visão estratégica

O Benfica não precisa de um presidente que seja apenas um gestor de momento. Não chega reagir aos problemas ou apagar fogos conforme eles surgem. O que o clube exige é liderança clara, projeto realista e visão de longo prazo, sempre comunicados com firmeza e convicção.

É fundamental termos alguém que trace uma visão para os próximos anos, e não apenas para a próxima época. Precisamos de um líder que inspire confiança, una os sócios e mostre que cada passo dado tem um objetivo maior: devolver o Benfica ao topo.

As prioridades estratégicas são evidentes:

  • Futebol profissional – construir um plantel forte, equilibrado e competitivo. Não basta contratar nomes sonantes; é necessário apostar em jogadores que tragam qualidade, identidade e espírito vencedor.
  • Formação (Seixal) – a academia não pode ser vista apenas como uma fábrica de vendas. Os jogadores formados no clube devem ser parte central da equipa principal, transmitindo mística e ligação ao símbolo que carregam ao peito.
  • Expansão internacional e prestígio europeu – o Benfica tem de sair da bolha interna. A marca Benfica deve ser reforçada além-fronteiras, a equipa tem de jogar na Europa com ambição e voltar a ser respeitada entre os grandes.
  • Marca Benfica – o clube é paixão, história e uma das maiores forças sociais do desporto mundial. O próximo presidente tem de saber potenciar este património, transformando-o em mais receitas, mais projeção e mais impacto.

O Benfica não pode viver de ciclos curtos nem de vitórias ocasionais. Precisa de estabilidade, liderança e visão estratégica que permitam transformar sonhos em conquistas concretas.

O papel dos sócios

Nada disto será possível sem os verdadeiros donos do clube: os sócios. As eleições não são um simples ritual democrático. São um momento em que cada voto pesa e cada escolha molda o futuro. O Benfica é dos sócios, e são eles que carregam a responsabilidade de garantir que o clube não se perde em pequenos jogos de poder ou interesses particulares.

Não se pode votar por amizade, por populismo ou por conveniência. O voto tem de ser pelo Benfica, e apenas pelo Benfica. É fundamental que os sócios estejam informados, exigentes e conscientes da importância da sua decisão. O que está em causa não é apenas o imediato, mas o futuro do maior clube português. Um futuro que tem de assentar em vitórias, contas equilibradas e liderança inspiradora.

O que significa "Benfica acima de tudo e todos"

“Benfica acima de tudo e todos” não é apenas um lema para encher cartazes. É uma forma de estar e viver o clube. Significa colocar o Benfica acima de vaidades pessoais, acima de carreiras políticas e acima de interesses particulares. Significa perceber que uma direção existe para servir o Benfica, nunca para se servir dele.

É também compreender que só na unidade dentro da diversidade se constrói um clube mais forte. Não é preciso pensar todos da mesma maneira, mas é essencial estar unido no que verdadeiramente importa: a vitória do Benfica.

Este é o momento de recuperar a mística, de voltar a sentir o peso da história e de assumir a responsabilidade de sermos o maior clube português. O Benfica é paixão, é identidade e é glorioso. Arrasta multidões de norte a sul, dentro e fora de Portugal. Colocar o Benfica acima de tudo e todos significa garantir que cada decisão, cada estratégia e cada esforço têm um único objetivo: ganhar e honrar a nossa história.

Conclusão

O futuro do Benfica joga-se nestas eleições. Não se trata apenas de escolher um presidente, mas de escolher um rumo. É o momento de virar a página, de escolher com coragem e de mostrar que os sócios querem um Benfica forte, competitivo e financeiramente sólido. Não podemos continuar reféns de interesses pequenos, de lideranças frágeis e de vitórias adiadas.

O Benfica precisa de visão estratégica, de rigor financeiro e de vitórias consistentes. Mas, acima de tudo, precisa que os sócios saibam colocar o clube acima de tudo e todos. Se tivermos essa coragem, o caminho para as vitórias dentro e fora de campo será inevitável. Porque o Benfica nasceu para ser glorioso – e é isso que todos exigimos de volta.

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João Antunes
João Antunes

24 Set 2025 | 10:44

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Benfica acima de tudo e todos

O futuro do Benfica joga-se nestas eleições. Não se trata apenas de escolher um presidente, mas de escolher um rumo. É o momento de virar a página.

João Antunes
Bernardo Alegra

22 Set 2025 | 06:17

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Rui agarrado à tábua.

Se dúvidas havia, o Benfica do presidente que no passado geria com mestria a bola no relvado, não tem, nem nunca teve, um projeto ou um rumo.

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João Antunes
João Antunes

Benfica acima de tudo e todos

O futuro do Benfica joga-se nestas eleições. Não se trata apenas de escolher um presidente, mas de escolher um rumo. É o momento de virar a página.

24 Set 2025 | 10:44

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Bernardo Alegra
Bernardo Alegra

Rui agarrado à tábua.

Se dúvidas havia, o Benfica do presidente que no passado geria com mestria a bola no relvado, não tem, nem nunca teve, um projeto ou um rumo.

22 Set 2025 | 06:17

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Pedro Jerónimo
Pedro Jerónimo

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