Nuno Campilho
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16 Out 2024 | 06:00

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Nuno Campilho

Como é que se consegue nivelar por cima a arbitragem em Portugal, quando a renovação nos traz mais do mesmo, ou pior, e relega os ainda piores para arbitrar jogos das ligas secundárias e da liga feminina?


Aliviados (ou angustiados) pela suspensão do campeonato português, derivado dos jogos a contar para a Liga das Nações, há sempre qualquer coisa, no futebol (e no desporto, em geral), que não deixa de despertar as atenções do universo benfiquista, mesmo que não tenhamos nada a ver com isso.


Permitam-me discorrer um pouco sobre arbitragem, tentando ser menos básico do que a emoção me levaria, e mais objetivo, confiando nalguma racionalidade que me resta, sem prejuízo da minha paixão clubística.


Desde há uns anos a esta parte que, por força da aposentação de alguns dos árbitros mais conhecidos da primeira categoria e, também de algum esforço por parte do Conselho de Arbitragem, temos vindo a assistir a uma renovação mais acelerada dos quadros dos árbitros nacionais, ao ponto de nos depararmos com muitos jovens desconhecidos a apitar jogos na Primeira Liga.

Sucede que essa renovação, à partida muito bem vinda, tem sido pouco condizente e nada proporcional à qualidade que nos é apresentada, num esforço inglório por parte, sobretudo, da Liga Portugal, para engrandecer as competições e o futebol português, o que nos leva a ter de ler uma quantidade de disparates alusivos à adesão das pessoas aos jogos de futebol, quando nos deparamos com números estratosféricos que só o Benfica apresenta (inclusive, fora do seu estádio, enchendo os campos por esse país fora, onde quer que se desloque) e com números vergonhosos de assistência, por exemplo, na Segunda Liga, onde, invariavelmente, nem um milhar de pessoas está presente em cada um dos jogos jogados, a cada fim de semana.

Quero com isto dizer, que a forma integrada e global com que o futebol deveria ser gerido e olhado, em Portugal, se tem revelado um autêntico flop, a roçar o insulto, sobretudo quando temos de ler esses artigos laudatórios, puramente mentirosos e nos confrontamos com uma mais que certa candidatura do ainda presidente da Liga Portugal, a presidente da FPF, por sinal, um ex-árbitro.

Quando esse ex-árbitro decide confrontar, de forma abusiva e desrespeitosa, o único clube em Portugal que tem capacidade de acompanhar as ideias (mas não os factos) defendidas por esse senhor, a propósito dos direitos televisivos, só não digo que está tudo dito, porque a dimensão da estupidez humana, na produção de disparates, parece não ter fim.

Num momento inaudito em que o futebol feminino tem uma representação sem igual, em Portugal (e, também, nas competições europeias e ao nível das seleções), por responsabilidade quase exclusiva do Benfica, e em que o número de árbitras tem proliferado mundialmente – com especial destaque para a francesa Stéphanie Frappart – ver aquele penálti assinalado aos 87m do jogo Damaiense-Sporting, a contar para a Liga BPI, que permitiu a vitória ao clube leonino, está ao nível da Liga dos Últimos…

Como é que se consegue nivelar por cima a arbitragem em Portugal, quando a renovação nos traz mais do mesmo, ou pior, e relega os ainda piores para arbitrar jogos das ligas secundárias e da liga feminina? O exemplo dos sucessivos prejuízos do Benfica B, no campeonato do ano passado ainda estão demasiado frescos para eu me esquecer, mesmo atendendo ao excelente arranque deste ano, e não abona muito a favor da seriedade arbitral, o facto de o FC Porto também já ter equipa feminina. Parece amadorismo, atendendo a tanto que se tem apostado no profissionalismo e no engrandecer do futebol nacional – algo com o qual eu não podia estar mais de acordo – mas, assim?

Lutar pelo engrandecimento do futebol, em Portugal, para além destas questões, esquecidas e desvalorizadas, também é questionar esta sangria sucessiva de jogadores pagos pelos clubes, para jogarem (força de expressão, pois, muitos deles, nem um minuto o fazem) uma competição que só serve para dar mais dinheiro à UEFA e às federações, dinheiro esse que, pelo menos, em Portugal, eu não vejo a ser investido em criar melhores condições aos praticantes (veja-se o inenarrável caso do eterno nevoeiro da Choupana), ou na formação dos diversos intervenientes desta gigantesca indústria, a começar nos gestores e a acabar nos árbitros.

Thinking Football Summits é que é, mas alguém devia traduzir para português, para que todos fiquem a saber que thinking quer dizer pensar…

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