Nuno Campilho
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24 Set 2025 | 19:01

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Nuno Campilho

O empate de ontem frente ao Rio Ave voltou a expor, de forma quase cruel, as fragilidades do Benfica - apesar da chegada do novo treinador


O empate de ontem frente ao Rio Ave voltou a expor, de forma quase cruel, as fragilidades do Benfica. Fragilidades que não são de agora, como todos saberão, pelo que não podem ser atribuídas apenas ao presente, embora nesse presente continuem a pairar nuvens cinzentas que estão sempre a anunciar chuva. E, como quem anda à chuva, molha-se…


São defeitos antigos, herdados de outros tempos, que teimam em condicionar o rendimento da equipa.


A irregularidade nas transições, a dificuldade em controlar os ritmos de jogo contra adversários mais compactos e a vulnerabilidade defensiva em momentos-chave parecem já fazer parte de um desfiar de horrores que se arrasta há demasiado tempo.

É verdade que a chegada de José Mourinho criou uma onda de entusiasmo. Ainda ontem, no seu regresso à Luz, passados 25 anos, isso se tornou bem visível… e audível.

Quem conhece o seu percurso sabe que não há treinador mais talhado para enfrentar tempestades (batem leve, levemente, como quem chama por mim; será chuva, será gente? Gente não é certamente, é o pobre futebol do Benfica a bater assim) e transformar contextos adversos em histórias de superação.

Mas também é verdade que nem Mourinho pode, em poucos dias, desfazer vícios instalados, corrigir processos estruturais que se deterioraram com o tempo e que têm origem em opções técnicas e estratégicas anteriores.

Ontem, frente ao Rio Ave, não vimos apenas um deslize pontual. Vimos sintomas de um problema que insiste em não desaparecer: uma equipa que se desliga do jogo em determinados momentos, que carece de consistência no meio-campo e que continua demasiado dependente de rasgos individuais. Esta dependência prejudica qualquer tentativa de se construir uma ideia de jogo consistente capaz de resistir às dificuldades próprias de um campeonato longo e da participação em outras competições.

Acresce o não jogo (não) jogado pelo Rio Ave, o que é bem pior que o antijogo habitual em equipas desta dimensão. Árbitro permissivo, jogadores manhosos e um golpe de sorte, num golo fantástico, que parece que tinha de acontecer, como tudo de mal parece acontecer ao Benfica, nestes dias sombrios que atravessa.

No entanto, é precisamente aqui que a figura de Mourinho se agiganta. Porque se há algo que sempre o distinguiu, é a sua capacidade de se reinventar, de identificar fraquezas e de lhes dar resposta com pragmatismo e inteligência competitiva.

O empate com a equipa de Vila do Conde pode ser lido como mais uma página amarga no presente do Benfica, mas também como um ponto de partida. Mourinho sabe que, para devolver o clube à sua verdadeira dimensão, terá de intervir a fundo: na mentalidade, na disciplina tática e na exigência diária. O tempo que Lage pediu e que eu próprio contestei, lembrando as palavras de Toni, merecem condescendência, que desejo que não seja muita, pois espero que se revele desnecessária o mais rapidamente possível.

Os primeiros jogos de Mourinho, há 25 anos, também se revelaram sensaborões, daí se lançando para um conjunto de boas exibições e ainda melhores resultados, como aquele que se verificou, no seu último jogo, frente ao nosso eterno rival.

Como admirador do seu trabalho, mantenho a confiança. Porque Mourinho, mesmo quando criticado, raramente fica refém dos problemas - responde-lhes, como, aliás, se tem vindo a constatar pelo rico e sapiente conteúdo, frontal e assertivo, que constituem a suas conferências de imprensa.

E é isso que o Benfica precisa neste momento: alguém que não se resigne ao peso da herança do passado mais recente, mas que a ultrapasse.

O caminho não será imediato, nem linear. Mas, apesar de Mourinho herdar uma equipa ainda marcada por fragilidades antigas, é nele que reside a esperança de transformar empates frustrantes em vitórias seguras.

Apesar de Mourinho, também é preciso jogar mais e melhor.

Apesar de Mourinho, há um conjunto de bons jogadores que não consegue ser uma equipa e que se deixaram banalizar.

E, aí, já não será apesar de Mourinho, mas sim por ser ele… pois se há alguém capaz de dar a volta por cima, é ele.

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

24 Set 2025 | 19:01

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Apesar de Mourinho

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Nuno Campilho
João Antunes

24 Set 2025 | 10:44

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Benfica acima de tudo e todos

O futuro do Benfica joga-se nestas eleições. Não se trata apenas de escolher um presidente, mas de escolher um rumo. É o momento de virar a página.

Nuno Campilho
Bernardo Alegra

22 Set 2025 | 06:17

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Rui agarrado à tábua.

Se dúvidas havia, o Benfica do presidente que no passado geria com mestria a bola no relvado, não tem, nem nunca teve, um projeto ou um rumo.

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Nuno Campilho
Nuno Campilho

Apesar de Mourinho

O empate de ontem frente ao Rio Ave voltou a expor, de forma quase cruel, as fragilidades do Benfica - apesar da chegada do novo treinador

24 Set 2025 | 19:01

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João Antunes
João Antunes

Benfica acima de tudo e todos

O futuro do Benfica joga-se nestas eleições. Não se trata apenas de escolher um presidente, mas de escolher um rumo. É o momento de virar a página.

24 Set 2025 | 10:44

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Bernardo Alegra
Bernardo Alegra

Rui agarrado à tábua.

Se dúvidas havia, o Benfica do presidente que no passado geria com mestria a bola no relvado, não tem, nem nunca teve, um projeto ou um rumo.

22 Set 2025 | 06:17

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